Existem infinitas coisas que poderiam ser ditas sobre a Capela Sistina, um dos afrescos mais conhecidos e visitados no mundo inteiro; aqui vão dez curiosidades sobre o teto da Capela Sistina para que você entenda o quanto é importante termos consciência de algumas informações a mais do que a sua maravilhosa beleza universal para aproveitar melhor a experiência fantástica que é visitá-la.
A primeira coisa que os nossos amigos romanos fazem com a gente aqui, é nos levar para ver a cidade do alto, em uma das colinas. A vista da cidade com suas cúpolas, torres e campanários é uma beleza que maravilha viajantes (muitas vezes ilustres, como Goethe, Stendhal, Keats e Shelley) há centenas de anos – aqui apresentaremos cinco cúpolas de Roma e uma não cúpola da cidade.
Cinco cúpolas de Roma maravilhosas e uma não cúpola!
Cinco cúpolas de Roma
O “espetáculo” é tão bonito que pode ser admirado cedo, ao nascer do sol, durante o dia ou no por do sol. Para nós que somos apaixonados por essa cidade, Roma é um espetáculo em todas as horas do dia; na verdade pouca gente consegue descordar desta afirmação!
Cinco cúpolas de Roma e uma não cupola!
Aqui vai uma lista de cinco impressionantes cúpolas de Roma, escolhidas seja pelo alto nível técnico da execução, seja pela beleza e elegância com a qual estas estruturas apoiadas a muros com diferentes formas, se aventuram ao céu, para compreendê-lo, imitá-lo, enfim, representá-lo no interior da “casa de Deus”.
A mais antiga e em excelente estado de conservação é a obra que deixa todos os arquitetos e engenheiros de boca aberta, com seus quase dois mil anos de idade: a cúpola aberta do Pantheon, realizada talvez pelo grande Apolodoro de Damasco, arquiteto do Imperador Traiano, e depois do Imperador Adriano.
O Pantheon fica no coração do centro histórico, muito fácil de chegar, abre às 09h e fecha às 19.30h (estão falando em cobrar um ingresso simbólico de €3, mas ainda não entrou em vigor, a entrada é gratuita). Esta cúpola pode ser vista muito bem do alto da colina Gianícolo.
Fazemos um salto de mil e cem anos e vamos ver a cúpola de Michelângelo, como gosto de chamá-la, que é a onipresente e a 133m de altura cúpola da Basílica de São Pedro. Michelângelo era florentino, isso não é um segredo, naturalmente a maior inflluência para projetar a cúpola da maior igreja de todos os tempos, a nova São Pedro, foi influenciada pelao cúpola do Brunelleschi.
O seu interior é decorado com mosaicos que representam os doze apóstolos, segundo um desenho de Cavalier D’Arpino (o primeiro estúdio onde trabalhou Caravaggio quando chegou em Roma) com um grande programa iconográfico que contém, entre outras coisas, os 12 apóstolos.
A cúpola da igreja de Santo Andrea della Valle foi realizada por ninguém menos que Carlo Maderno (simplesmente o arquiteto que desenhou a fachada da Basílica de São Pedro), inspirada por sua vez pela grande cúpola de São Pedro e é a terceira mais alta de Roma. Também podemos vê-la com muita nitidez do alto da colina do Gianícolo. Seus afrescos contam estórias da vida do santo e foram afrescados por Domenichino – um pintor que normalmente é apreciado em museus…
A primeira igreja dos jesuítas, igreja de Jesus, é uma das mais importantes de Roma por ser a primeira realizada após o Conselho de Trento, isto é, com as novas diretrizes da Igreja para combater o protestantismo que crescia com muita força. Os nomes ilustres nomes ligados à sua construção são do Vignola e do Della Porta. Os afrescos do seu interior são do famoso pintor genovês Baciccia e representam a Glória do Paraíso, com santos e anjos.
Essa cúpola pode ser vista muito bem do alto do Altar da Pátria.
Para finalizar, também do alto do Altar da Pátria, temos uma excelente vista sobre a cúpola da Igreja de Santa Maria de Loreto, no Foro Traiano. Arquitetura do Antonio da Sangalo, o Jovem, esta igreja é dos primeiros anos do século XVI e sua cúpola é assinada por um aluno de Michelângelo, o siciliano Giacomo del Duca.
Ah! Mas tem a não cúpola que tinha esquecido de falar na primeira versão deste post. O genial pintor de Trento, Andrea Pozzo, realizou uma tela para a igreja de Santo Inácio de Loyola com 17m de diâmetro com o interior de uma cúpola pintada. Se você não souber que é uma tela, vai pensar de estar olhando um objeto arquitetônico e não um pedaço de tecido, bidimensional! É… Roma é cheia de pegadinhas. Esta igreja fica numa das praças mais lindas de Roma, a praça Sant’Ignazio.
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
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Casa Internazionale delle Donne
No coração de Trastevere existe uma grande estrutura dentro de um ex-convento, que se chama Casa Internacional das Mulheres, em italiano Casa Internazionale delle Donne.
Aqui convivem dezenas de associações culturais e outras que prestam serviços à mulheres; do e para o mundo feminino.
Nos anos ’80, várias mulheres ocuparam o famoso complexo arquitetônico do “Bom Pastor” para sediar as suas atividades. Muitas associações fazem política ou têm como objetivo de sua associação um viés político, como as históricas, a associação mulheres e ciência, um grande arquivo com a história das mulheres e seus movimentos feministas que se chama “Arquivia“, infelizmente o necessário centro anti-violência contra as mulheres (muito ativo), uma revista mensal, uma associação de psicólogos entre tantos outras.
Pátio da Casa Internazionale
Os poderosos muros do antigo convento, hoje Casa Internazionale delle Donne
Durante os preparativos anteriores ao ano 2000, a prefeitura de Roma liberou verbas para a construção de uma pequena estalagem, uma série de quartos individuais e em grupo, para receber turistas para o Jubileu do ano 2000. Hoje este pequeno hostel ainda existe e recebe exclusivamente mulheres.
A nossa associação existe aqui dentro com o nome “Esthia” e nós nos ocupamos de cultura, oficialmente desde 2007, informalmente desde 2002.
Realizamos exposições de jovens artistas e encontros que tem como tema principal a Arte Contemporânea feita por mulheres. No nosso site voce pode ver algumas fotos com algumas exposições, no endereço www.esthia.net.
Vernissage na Associação Cultural Esthia, outono 2007
Aqui a expo de Giulia Cantisani: cerâmica e
desenhos com grafiti em grande formato – Abril de 2014
À parte tudo, do ponto de vista arquitetônico é um monumento importante, pois o grande “complexo” é um ex-convento do século XVII que hoje é um oásis de verde e paz na frenética Trastevere – Roma, numa das ruas mais antigas ligadas à peregrinagem da sepultura do apóstolo Pedro, a Via della Lungara.
Almoço tipo buffet
A Casa Internacional das Mulheres fica na Via della Lungara 19 e de 2a à 6a oferece um almoço tipo por quilo com qualidade e preços “amigos”. É aconselhável para quem está em hotel em Trastevere ou está retornando do Vaticano para almoçar e passear em Trastevere!
Até o ano 2000 o bar-restaurante era gerenciado por Carol Milone e a Casa delle Donne não tinha siso ainda institucionalizada; a entrada era permitida exclusivamente para mulheres, num ambiente “separatista” e tinha uma atmosfera muito divertida! E por que não? Se existem os “Clubes de Caça” e outros lugares onde a entrada é só permitida a homens, a antiga Casa delle Donne era um lugar só para mulheres “confabularem” e criarem.
O restaurante “L’Una e L’Altra” oferece também um aperitivo por €10 (super na média do bairro), mas seus ingredientes são de agricultura biológica, pois quem comanda a cozinha aqui é a chef Orietta Bigonzi, vegetariana e extremamente escrupulosa na escolha dos produtos que usa.
No serviço, encontrará as meninas que servem, super simpáticas e disponíveis, Anna, Laura, Carmela e Sharon.
De todo jeito a atmosfera continua ótima e a comida nunca tinha sido tão saborosa!
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Casa Internazionale delle Donne
Via della Lungara, 19
http://www.casainternazionaledelledonne.org/
Trastevere
Restaurante Luna e L’altra
Via San Francesco di Sales 1A
horários: das 09 às 22.30 todos os dias; fecho às 15.30 no domingo e 2a feira
Trastevere
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Antinoo, o jovem mais bonito do mundo
Muita gente vem à Roma para ver a Pietà e o Moisés do Michelangelo, que são as obras-primas do grande escultor; mas Roma é Roma, e oferece muito mais do que a grande maioria conhece, como vèarias escultura do Antinoo.
Antinoo, o jovem mais bonito do mundo
Hoje gostaria de falar um poquinho de um jovem grego lindo que nasceu em 110 d.C. Na Bitínia (atual Turquia), um jovem que tinha pelo menos metade de seu sangue grego e que falava grego.
De todas as esculturas dos Museus Vaticanos (e tantos outros de Roma), esta chama a atenção pela sua beleza que encanta há dois mil anos. Templos foram erguidos em honra a este jovem e mais de 30 cidades do império emitiram moedas com o seu rosto. As suas esculturas foram encontradas espalhadas por todo o império, de Terragona (a Oeste do Império) à Armênia (no Leste). Acredita-se que totalizavam duas mil peças, das quais conhecemos hoje um pouco mais de cem – você encontra Antinoo, esse era o seu nome, não só em Roma, mas em Nápoles, no Fitzwilliam Museum de Cambridge, no Louvre, na Glyptothek de Munique, no museu arqueológico de Delfi, em Atenas, no Prado de Madrí e uma pequena pintura sobre madeira no Museu do Cairo.
Em número de representações de personagens da antiguidade, este jovem é o número 3, após Alexandre o Grande e Augusto; mas sabe de uma coisa? Este jovem não era nem nobre, nem rico e muito menos politicamente potente; ele era um simples escravo.
A vida de Antinoo foi marcada pelo encontro com o Imperador Adriano quando ele tinha apenas 12 anos, na Bitínia. Adriano o trouxe à Roma, e muito provavelmente ordenou que ele fosse educado na escola imperial dos escravos, na colina chamada “Célio”. À parte poucos dados dos quais os estudiosos têm alguma certeza, a sua vida permanece numa bruma de mistério, acentuada pela sua morte, que aconteceu quando ele tinha em torno a 20 anos, no Rio Nilo.
O que mais fala-se sobre Antinoo é que ele era o amante do imperador Adriano; a bissexualidade era fato corriqueiro naquela época. A partir de 127 Antinoo viajou muito com o imperador pelo império, dos arredores Roma até à Grécia, Ásia Menor à África setentrional, onde Antinoo morreu em 130.
Antinoo, Museu Arqueolèogico de Nápoles, foto do blogger Aurorartandsoul
De fato após 20 dias da sua morte, Adriano assinou o decreto no qual mandava fundar no Egito uma cidade que se chamava Antinoopolis.
Mais do que aparenta, um “simples amante do imperador”, a figura do belíssimo Antinoo tem um grande potencial para se desdobrar em conotações políticas, planejadas minuciosamente por Adriano, que fundou não só a cidade em sua honra, mas um culto ao jovem afogado nas águas do Nilo.
Expo “ANTINOO, UN RITRATTO IN DUE PARTI“, Palazzo Altemps, Roma
As representações de Antinoo são conhecidas desde o Renascimento, acredita-se que o Antinoo-Baco do Museu Arqueológico de Nápoles tenha servido como inspiração para o Baco do Michelangelo, por exemplo. E se você olhar bem, vai ver que esta afirmação não é tão absurda!
Em tempos modernos, até Oscar Wilde não resistiu ao jovem escravo da Bitínia, veja seu poema “The Sphinx”. Para não falar das vozes que dizem que a descrição de Dorian Gray teria sido feita a partir da observação de imagens de Antinoo, ou até mesmo o “nosso” Fernando Pessoa, que escreveu “Antinous” (1918), originalmente em inglês!
Quando vier à Roma, não deixe de encontrar o jovem da “boca de Romã” (O. Wilde)… talvez você até seja surpreendido por ele em lugares inusitados!
Mostra visitada em 2016 no maravilhoso Palácio Altemps.
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Igreja São Bento in piscinula
A Igreja São Bento, que você quase não vê quando passa, escondida na esquina e sobretudo da fachada neoclássica, é uma das pérolas medievais de Trastevere.
Interior da igreja de São Bento in piscinula, em Trastevere
O oratório que aqui existia antes da igreja de hoje foi fundado no século VIII, no lugar onde a tradição diz que ficava a casa de propriedade da nobre família Anicia, e onde o São Bento rezava durante o período em que passou em Roma, no final do século V.
Vista das maravilhosas colunas de espoliação
A igrejinha, como a vemos hoje, foi muito provavelmente construída no final do século XI, início do século XII.
À esquerda da entrada vemos um portãozinho cosmatesco, que segundo a tradição é a antiga entrada ao oratório.
O espaço interior tem o charme da completa assimetria e é dividido em três naves com colunas e capitéis que pertenceram a monumentos antigos.
Vista da entrada e colunas da nave da direita
Entre as preciosidades que encontramos aqui, temos um dos únicos pavimentos cosmatescos que não foi restaurado. Além disso, note as maravilhosas colunas de espoliação, em mármore grigio, granito cinza e granito vermelho.
Igreja São Bento – Pavimento em mosaico, dos Cosmatas
Onde que acredita-se ser a cela onde rezava São Bento, vemos na ábside do século XI um afresco com a Virgem, com datação do século XIV.
Os brasileiros do Arautos do Evangelho é que cuidam da igreja hoje em dia. Se tiver a sorte de passear por Trastevere e entrar quando o Padre Maurício estiver por aqui, digam um “oi”, ele é uma presença muito especial.
No post “A alma de Trastevere” eu conto mais um pouquinho sobre este bairro que amo tanto, onde moro desde 2002.
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Roma e os lugares históricos religiosos
Nesta matéria abordaremos temas relacionados a Roma e seus lugares históricos religiosos. Estou indo para o 18° ano de Roma e essa cidade não pára de me fazer apaixonar e estudar assuntos interessantíssimos. Depois da História e Arqueologia, há algum tempo a minha curiosidade sobre a religião fez com que começasse a concentrar a minha atenção completamente no tema do homem Jesus, a Paixão e as implicações deste fato histórico em Roma.
Lugares históricos religiosos: “Visitação”, Pinacoteca Vaticana
Naturalmente esse tema foi estudado por mim superficialmente já na minha primeira viagem à Itália, em 1995. Como estava aqui estudando História da Arte aplicada, precisava entender um pouco do Novo Testamento para poder saber como os temas da paixão foram desenvolvidos e compostos pelos grandes nomes da arte ocidental.
“Natividade”, com Santo Agostinho, escola de Pinturicchio, ~1580. Santa Maria del Popolo
Sempre gostei do tema da “Anunciação”, logo aprendi sobre a “Visitação”, como nao amar a “Adoração dos Magos”, em especial a do grande de Leonardo da Vinci, a (s) famosa(s) Pietá(s) do Michelangelo, a “Vocação” de vários santos, em especial as representações de Caravaggio dos santos Paulo e Mateus, o “Batismo de Cristo”, e por aí vai.
“Anjo dita o Evangelho a Mateus”, Guido Reni (1575-1642). Pinacoteca Vaticana.
“Vocação de Mateus”, Caravaggio, 1599-1600
Visitar Roma é visitar a cidade que teve o seu destino marcado após a transformação em capital da religião católica com a construção dos primeiros templos da então nova religião – e isso é sem dúvida, um dos aspectos mais curiosos desta cidade. Imaginem bem, uma religião proibida mas praticada por 300 anos e que, de um dia para o outro, teve seus maiores templos erguidos pelo próprio imperador!
Virgem com Jesus e os santos Mateus e Francisco, Santa Maria in Aracoeli
Fica aqui a dica de um ponto de vista para a sua visita à Roma, seguirão mais e mais específicos sobre a aurora do cristianismo!
Gostou dessa matéria sobre lugares históricos religiosos em Roma?! Para o seu roteiro personalizado na Itália com guia em português não hesite em escrever para Guia Brasileira em Roma para pedir seu orçamento.
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A Roma dos fantasmas
O fato de Roma ser uma cidade com uma história tão antiga faz com que ela provoque a nossa imaginação e há mil anos existem estórias que existem fantasmas correndo pela cidade (Roma dos fantasmas).
Fotomontagem para ajudar a imaginação: aparição de mão na janela.
A mais antiga delas é o espírito de Nero, que teria sido enterrado nos arredores do que chamamos hoje de Praça del Popolo. As pessoas tinham medo de passar por lá, até que Papa Pasquale II mandou construir uma igreja dedicada à Virgem para que o povo passasse sem medo de fantasmas por aquela zona, que ficava nos arredores de uma entrada importante da cidade. Estamos no ano de 1099!
Piazza del Popolo
Cinco séculos depois nasceram mais estórias deste tipo, com personagens daquele período. Uma delas já contei no post que falo da Praça Navona é a Donna Olímpia (ou Pimpaccia), uma senhora de uma família muito rica, que tinha uma forte influência sobre o Papa Inocêncio X. Dizem que ela tinha um caráter horrível e não era amada pelo povo.
Fonte dos Quatro Rios, Praça Navona de noite
A pobre Beatriz Cenci foi uma moça que foi sentenciada com a pena de morte por parricídio, depois que seu violento padre tinha se recusado em pagar a sua dote de casamento e a trancafiou numa torre, perto de Nápoles. A jovem, inteligente e frustrada, armou um plano para liquidá-lo, e na terceira tentativa, ajudada por outras pessoas que também sofriam a tirania do padre, conseguiu.
Beatriz foi assassinada na frente de um grande público, entre os quais os famosos pintores Orácio e a sua pequena filha que se transformaria com o tempo na grande pintora caravaggesca Artemisia Gentileschi. Dizem que o fantasma de Beatriz passeie pela ponte Sant’Angelo na noite do aniversário da sua morte, segurando a prória cabeça!
Castel Sant’Angelo de noite
Ainda nos arredores da Praça Navona, no sécuclo XVII viveu Constança De Cupis, sobrinha do cardeal De Cupis, moça que era conhecida por ter mãos belíssimas. Uma vidente teria previsto a perda da sua mão, vendo uma escultura da mesma em uma oficina de um escultor que tinha feito uma escultura utilizando como modelo as mãos de Constança. Infelizmente ela perdeu as mãos e a vida com uma septicemia. Hoje, dizem que quando o luar bate na janela onde ela vivia, vêem-se a imagem fantasma das suas mãos.
Roma dos Fantasmas
Uma das presenças mais enigmáticas nas prisões do Castel Sant’Angelo foi um personagem que era um alquimista, chamado Conde de Cagliostro, no século XVIII. Dizem que nas noites de lua cheia, o Conde volte à passear pelas ruas entre Campo de Fiori e o rio Tibre.
Para finalizar o post em grande estilo fantasmagórico, visite a Igreja do Sagrado Coração em Sufrágio, onde um padre recolheu objetos que demonstrariam tentativas de almas em se comunicar com o mundo dos vivos.
Roma é um brívido do começo ao fim! Gostou da Roma dos fantasmas?! Para fazer um tour na Itália com guia em português não hesite em escrever para Guia Brasileira em Roma para pedir seu orçamento.
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Santa Cecilia em Trastevere
A pracinha de Santa Cecília em Trastevere é o delicioso cenário onde se abre mais uma porta no tempo e que nos leva ao período entre os séculos II e IV d.C., quando a santa sofreu seu martírio em torno ao ano de 230.
Entrada da basílica de Santa Cecília em Trastevere
Trastevere é um daqueles lugares que nunca acaba de te surpreender.
A pracinha de Trastevere, na frente da entrada da basílica
A mais-do-que-maravilhosa escultura da Santa Cecília
Como já comentei em outros posts sobre igrejas e basílicas, muitas vezes foram contruídas sobre a casa ou lugar onde o (a) santo (a) sofreu seu martírio; a tradição nos conta que Santa Cecília viveu aqui.
A nave central da Basílica de Santa Cecilia, com no fundo o maravilhoso cibório
de Arnolfo de Cambio
Este lugar há mais de dois mil anos de história, pois nos muros da antiga casa da santa foram encontradas técnicas de construção do II século a.C..
A primeira estrutura foi realizada por ordem de Gregório Magno, no VI século; vemos muito bem alterações que a construção original sofreu durante os séculos XII e XIII, depois no Renascimento tardio, século XVIII e o último grande restauro do início do século XIX, onde para reforçar a estrutura, englobaram as antigas colunas que sustem o teto, nos pilares que vemos hoje dividir as naves.
Coisa mais linda o baldaquino de Arnolfo de Cambio
Quais são as obras de arte e curiosidades históricas mais importantes desta basílica?
Lindo o afresco do teto da nave central, com o tema da “Apoteose de Santa Cecília”, de Sebastiano Conca, início do século XVIII, a capela com a tela do Guido Reni, onde supõe-se esteja a piscina onde aconteceu o primeiro martírio da santa.
No presbitério baldaquino de Arnolfo de Cambio em mármore preto e branco con arcos trilobados, tímpano e cúspide, decorado com anjos, profetas e evangelistas. Maravilhoso o mosaico do IX século com santos e o papa Pasqual I, que mandou construir a igreja.
O gracioso arco trilobato com
antiquíssimo mosaico
Logo abaixo do baldaquino, vemos a escultura de Santa Cecilia, realizada por Stefano Maderno.
Esta basílica tem ainda muitas surpresas subterrâneas, uma zona arqueológica muito bem conservada e o afresco com o Juizo Universal de Cavallini, importante pintor romano considerado erroneamente aluno de Giotto, por Vasari.
Leia mais sobre #trastevere https://www.romaemportugues.com.br/a-alma-de-trastevere/
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A Ilha Tiberina
Já falamos que a cidade de Roma é um museu ao ar livre, no post sobre a minha amada ViaAppia; às vezes penso quantas pessoas que por aqui passeam vêem a Ilha Tiberina como um dos seus monumentos mais importantes.
Sol nascendo na Ilha Tiberina
Naturalmente a origem geológica da ilha é tufácea, como todo o terreno da cidade, mas a sua origem mítica é ligada à expulsão dos tarquínios. O mito diz que a ilha se formou com o depósito de grão desta família, quando o último rei foi expulso, em 509 a.C. e os preciosos depósitos de grãos deste rei foram jogados no rio.
– Relembro que a profissão de guia de turismo na Itália é regulamentada, portanto é necessário
que o profissional escolhido seja um GUIA – e não ACOMPANHANTE – credenciado. –
A igreja de São Bartolomeu
Durante o período imperial, quem passou por aqui deve ter visto a ilha no seu máximo explendor, coberta de templos (Júpiter Jurário, Fauno, Belona, Gaia, Tibre e Veiove) e decoração marmórea que aproveitava a forma natural da ilha para decorá-la como se fosse um navio!
Resto da decoração marmórea da ilha
Desta decoração, infelizmente sobrou muito pouca coisa, mas é realmente emocionante, para um apaixonada como eu, descer nos subterrãneos de todos os palácios da ilha para ver o que resta: algumas colunas e muitas fundações de templos antigos.
Eu, tendo um “troço” ao ver as fundações do antigo templo
Coluna medieval, subterrâneos
Uma possível reconstrução da ilha, no tempo do império,
facilita a imaginação!
Um templo dedicado ao deus da medicina, Esculápio, foi construído no início do III séc. a.C.; o atual hospital em 1584, mantendo a tradição milenar do caráter curativo da ilha. Na antiguidade, o escravo que fosse curado aqui pelo deus Esculápio, adquiria a sua liberdade!
Detalhe delicioso da Torre Caetani, sobre a Ilha Tiberina
Emocionante passar sobre a ponte Fabricio, do ano 64 a.C, e visitar as duas igrejas: São Bartolomeu na ilha e São João Calibita. Assuntos que vou tratar mais pra frente, fique ligado!
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Igreja do Sagrado Coração em Sufrágio
O estilo neogótico da Igreja do Sagrado Coração em Sufrágio na margem do rio Tibre é mais um exemplo da paixão por este estilo no século XIX e vale muito à pena visitá-la. Por causa da semelhança com o Duomo de Milão, ela foi apelidade de “Pequeno Duomo” (Piccolo Duomo).
Esta construção foi inaugurada no ano de 1917 e dedicada ao Sagrado Coração de Jesus em
Sufrágio das Almas.
Vale sempre à pena lembrar que Roma não tem igrejas góticas, pois a única fica na Via Appia e tem apenas quatro paredes, pois nem teto existe mais!
A linda rosácea
Logo vemos que esta “miniatura” de duomo tem uma maravilhosa rosácea, três naves e um campanário octagonal, número que é sempre um programa à parte!
A fachada foi inteiramente feita em cimento e apesar da pequena dimensão, não podemos não percebê-la no trânsito louco da marginal do rio, por seus pináculos e agulhas, tão pouco comuns em Roma.
O maravilhoso interior da igreja com as colunas em mármore rosso di Verona
com faixas de mármore verde
Interessante o que aconteceu depois do incêndio de 1894, antes da inauguração da igreja: o padre Jouet encontrou na parede da capela da Virgem do Rosário uma mancha causada pelas chamas que parecia um rosto que expriimia sofrimento. O padre interpretou-a como um desejo das almas do purgatório em entrar em contato com os vivos para pedir rezas que facilitassem a passagem destas almas ao paraíso.
A fachada da Igreja do Sagrado Coração em Sufrágio
A partir daí, padre Jouet iniciou uma pesquisa em busca de testemunhas sobre tentativas de almas em entrar em contato com o mundo dos vivos e criou um museu com objetos e suas histórias aqui dentro: trata-se de marcas de mãos sobre objetos, tecidos de pessoas que afirmam ter tido contato com pessoas no além. Comum à todas as histórias são as almas que pedem rezas para que possam continuar a sua viagem em paz, já que tiverem uma vida pouco pia e encontram dificuldades em prosseguir.
As colunas em mármore rosso di Verona
e os arcos em ogiva
Por incrível que pareça, este pequeno museu foi aprovado pelo Papa Pio X (1835-1914) com a intenção de divulgar a possibilidade do contato com as almas do além.
É entrar para uma reza e ajudar estas pobres almas e ver para crer!
Fantástica decoração das mãos do próprio arquiteto que desenhou a igreja.
O endereço é Lungotevere 18.
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setembro 13, 2011
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