A igreja dedicada ao jesuíta Santo Inácio localiza-se no bairro “Pigna“, isto é, no centro histórico de Roma, e foi construída por ordem do papa Gregório XV Ludovisi, que aqui foi sepultado. É a segunda igreja construída para a ordem dos jesuítas e um dos melhores exemplos de arquitetura barroca em Roma.
Palácio Pamphilj, sua história e obras de arte é o que vamos ver aqui hoje. Para tanto, mencionaremos artistas do calibre de Girolamo Rainaldi (um dos melhores arquitetos do século XVII), Borromini, Bernini e Pietro da Cortona. Não é por acaso que a Praça Navona é uma das praças mais lindas do mundo.
A Igreja dos Santos Lucas e Martina no Fórum Romano foi construída sobre uma antiga igreja do VI século por Pietro da Cortona dutante o século XVII e é considerada a sua obraprima arquitetônica.
Não é um segredo que sou apaixonada pela história antiga e tardo-antiga, mas com a grande exposição sobre Bernini que comemora os 20 anos da re-abertura da Galleria Borghese, chegou o momento de falar do período Barroco, inciando a instigar a sua curiosidade através do homem que foi o maior representante deste período ou estilo: estamos falando do grande Bernini, que é capaz de causar tanto estupor e admiração entre espertos ou leigos em arte!
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Museu do Palácio Barberini
Parte da região de Roma que hoje é muito central, como por exemplo Praça Barberini, onde está o Museu do Palácio Barberini, era considerada “o campo” nos séculos XV e XVII – este fato pode ser verificado até no topônimo da rua “Capo Le Case” nas redondezas. E assim foi construída a “mansão” da família Barberini, fato quase comemorativo de uma família em ascensão ao poder. Estas mansões eram caracterizadas por uma função ambivalente de representação e lazer, como vimos no post da Villa Borghese.
Museu do Palácio Barberini
Em 1625, depois de comprar um enorme terreno (que correspode à área dentro da Quattro Fontane e XX Settembre) com um pequeno edifício, iniciaram as reformas necessárias para transformá-lo em uma suntuosa mansão.
Museu do Palácio Barberini
O grande Bernini entra em jogo na ideação do palácio após a morte de Maderno e devemos a ele o grande salão central com o pé direito que ocupa dois andares, o salão ao lado com planta baixa elíptica, a maravilhosa varanda fechada com janelas, “loggia vetrata” que vemos hoje quando entramos sobre a varanda com arcos, também de sua autoria.
O palácio é digno de uma visita pela sua história e, particularmente, por elementos da sua construção e decoração, como a escada helicoidal de Borromini, que tinha trabalhado no primeiro edifício com seu tio, Maderno, e o afresco da “Divina Providência”, de Cortona. Neste caso, ao contrário do que aconteceu com a Villa Borghese (que conhecemos hoje como parque de Roma), os jardins desta maravilhosa mansão não chegaram até nós, mas sabemos que tinha sido desenvolvido com muita atenção aos detalhes, e que, entre outras plantas exóticas, tinha sido importada uma laranjeira de Lisboa e um jasmin amarelo da India.
A coleção inicia com obras do XII século, mas parte mais importante do Palácio Barberini é composta por pinturas dos séculos XVI e XVII e temos a sorte de poder ver obras importantes de cada pintor aqui representado.
É aqui que podemos ver a “Fornarina” de Raffaello, a “Judite” e o “Narciso” de Caravaggio, “Vênus e Adônis, de Ticiano, um “Davi” de Bernini, mas nomões são uma coisa comum nesta coleção, com pinturas atribuidas no passado a Simone Martini, além de Filippo Lippi, Antoniazzo Romano, Lorenzo da Viterbo, Guercino, Domenichino, Giulio Romano, Baciccia e Carracci.
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A vida de uma pessoa depois de ter visto seu primeiro Caravaggio nunca vai ser a mesma.
“(…) Emblemas claros, imagem perfeita da desgraça incurável da idéia que tudo o que faz o diabo,
é feito de maneira excelente!(…)”
Flores do Mal, C. Beaudelaire, 1857
Descanso na Fuga para o Egito, 1597, 135,5 × 166,5 cm
Personalidade definida como “extravagante” por um de seus mecenas, o Cardeal Del Monte,
Caravaggio foi um Jimmy Hendrix, um Jim Morrison, uma Janis Joplin ou uma Amy Winehouse; mas viveu entre 1571 e 1610. Claro, a vida de uma pessoa que nasce para subir no pódio ao lado de Michelangelo e Leonardo Da Vinci não poderia ser simples!
Martírio de São Mateus, 1600, 323×343 cm
Personalidade genial e de sangue quente, teve seu trabalho valorizado somente trezentos anos após a sua morte, quando o histórico da arte Roberto Longhi lembrou ao mundo, que não teriam existido Ribera, Delacroix, Vermeer ou Rembrandt, se Caravaggio não tivesse aberto a estrada!
Sabemos que sua formação aconteceu na oficina de Peterzano (aluno de Tiziano), em Milão.
Na escola de Milão, Caravaggio não só aprende a técnica excelente do seu maestro, mas aprende a olhar para os sentimentos como um evento extremamente introspectivo, a pintar a natureza mais parecida com o que os olhos vêem; as sombras passaram a ser inseridas com a intenção de reforçar o efeito do chiaroscuro (claro-escuro) e de escrutinar a natureza do Homem e do mundo que o circunda.
Sabemos que em 1590 Caravaggio já estava em Roma e trabalhava na oficina de Cavalier D’Arpino, um pintor manierista com uma carreira estável e de sucesso; sua vida era muito dura, seu tempo dividido entre doenças, vícios e a pintura, acompanhados de muita miséria.
Bacchino Malato, 1593-4, 67×53 cm
Durante o um período no hospital, acredita-se que pintou o famoso “Bacchino malato“, em torno aos anos de 1593-95.
Tudo mudou quando o Cardeal Del Monte o levou para casa, lhe deu um salário e o apresentou para a alta sociedade romana. Peraí, tudo não, pois a essência do nosso roqueiro continuava a mesma: prostitutas, bebedeiras, brigas e um currículo de boletins de ocorrência na polícia que só aumentava. E Caravaggio pintava… é deste período a maravilhosa “Madonna dei Pellegrini”, retrato de sua amiga Lena com seu filho de três anos.
Virgem dos Peregrinos, 1604-06, 260×150 cm
Seguem Fanciullo con canestro di frutta, I bari, Maddalena penitente, San Francesco di Assisi in estasi, I musici, San Francesco in Meditazione, Ragazzo morso da un ramarro, Suonatore di liuto, Fuga in Egitto, Canestro di frutta, Bacco, Buona Ventura, a famosa Medusa, Santa Caterina d’Alessandria, Davide e Golia, Sacrificio di Isacco, San Giovanni Battista, Marta e Maria Maddalena, Ritratto di Maffeo Barberini, Narciso, Giuditta e Oloferne, Vocazione di San Matteo, Martirio di San Matteo, Crocefissione di San Paolo, Crocefissione di San Pietro, Incredulità di San Tommaso, Cenna in Emmaus, San Matteo e l’angelo, San Giovanni Battista, Cattura di Cristo, Amore vincit Omnia, Incoronazione di spine, Sacrificio di Isacco, Deposizione di Cristo, Morte della Vergine, Madonna con bambino e Sant’Anna, Madonna dei Pellegrini, Ritratto di Papa Paolo V.
Em 1606, depois de muitas brigas acontece o pior, e Caravaggio fica gravemente ferido depois de uma briga, mas seu oponente, um tal de Ranuccio, morreu.
Condenado à decapitação, começa a fuga que vai ter um triste fim em 1610, numa praia a 40km de Roma.
Protegido pela família Colonna, Caravaggio chega em 1607 a Nápoles, onde morou e pintou intensivamente por um ano (memorável a tela Le sete Opere di Misericordia).
Deposição de Cristo, 1602-4, 300 x 203cm
Somente a obtenção de um título de cavaleiro (e com a consequente imunidade adquirida) poderia salvá-lo. A fiel família Colonna ajuda Caravaggio a chegar em Malta, onde pinta a Decollazione di San Giovanni Battista (uma tela de 1608 que mede 5,20m X 3,61). Com essa pintura, Caravaggio obtém o famigerado título de Cavaliere di Grazie.
“Natividade com os santos Lourenço e Francisco de Assis”, ~ 1600-1610 – tela roubada do oratório de S. Lourenço, Palermo, ainda desaparecida.
Entre 1600 e 1610, Caravaggio pintou uma cena de natividade. Como ver um quadro de Caravaggio? Neste caso, observe, por exemplo, como essa representação do grande maestro exalta a pobreza e a naturalidade dos personagens, fazendo com que as pinceladas a óleo pareçam uma fotografia aos nossos olhos pós-modernos. O barulho faz-se silêncio e a malinconia é lida na linguagem corporal e nos olhares dos personagens ao redor do recém-nascido. O duro jogo de luzes e sombras é aliviado graças à presença etérea do anjo que, pairando no ar, dá a confirmação certeira da origem divina deste menino-deus.
Mas, voltando à nossa história, o que acontece?! Em vez de suspirar aliviado e pensar nos milhares de outros quadros que poderia pintar para que pudéssimos admirar a sua inteligência, sensibilidade e habilidade, se mete em outra briga, mas desta vez com um nobre! Neste momento descobrem que Caravaggio tinha sido condenado à morte, e ele é preso. Como um super-herói, escapa da prisão e vai à Sicilia, mas a este ponto ele é duplamente perseguido e seu título de cavaliero é revocado. Siracusa, Messina e Palermo o recebem e ele pinta a Adorazione dei Pastori, La Resurrezione di Lazzaro e La Natività.
De Palermo, retorna à Nápoles, onde é massacrado pelos fiéis do nobre maltês com quem ele tinha comprado a briga. Alguns até pensaram que ele tinha morrido, mas o nosso Bruce Willis não morre facilmente e inaugura una nova estação na sua pintura com Santa Orsola e com o Davide con la testa di Golia.
Grafiti com detalhe de obra de Caravaggio, em Trastevere
No meio-tempo seus protetores de Roma estavam quase conseguindo que papa Paulo V assinasse a sua graça.
Caravaggio morreu em circunstâncias pouco claras em Porto Ercole e foi enterrado numa fossa comum do cemitério de São Sebastião.
Em 2002 foi erguido um monumento em homenagem ao grande pintor. Oito anos depois foram exumados espólios deste cemitério numa tentativa de identificar os restos de Caravaggio. Vários laboratórios científicos confirmam o achamento, que foi posteriormente enviado de volta à Porto Ercole, e estão agora no interior de um forte.
Intrigas e relações delicadas entre os séculos XVI e XVII. E se essa imagem que ficou para nós do Caravaggio tivesse sido construída pelo poder por que ele era um personagem que incomodava muita gente com a sua pintura? Ah, para desvendar este mistério, saber por quais ruas caminhava, e tudo o que se sabe sobre este gênio, entre em contato e reserve já o seu tour “Caravaggio”!
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Se alguém gamar no Caravaggio, pode ver o filme feito pelo inglês Derek Jarman (1986) https://www.youtube.com/watch?v=N_TAZbRwxY8.
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Igreja de Jesus
Entre a famosa Piazza Venezia e a área sagrada do Teatro Argentina, onde no final dos anos ’40 foi descoberto o complexo de templos republicanos, não podemos não ver a enorme Igreja de Jesus (Chiesa del Gesù), na Praça do Jesus (Piazza del Gesù).
Barroco romano: a Igreja de Jesus
Além da importância do ponto de vista artístico e arquitetônico, esta igreja é muito importante do ponto de vista histórico, pois foi a primeira igreja jesuíta construída após a aprovação da ordem jesuíta pelo Papa Paolo III, em 1540.
O lugar da construção da igreja é ligada à pequena igreja da “Santa Mara della Strada” (ou Santa Maria da Rua), que foi doada aos jesuítas, quando eles ainda não tinham um lugar de culto para receber seus fiéis. Com o projeto da nova e majestosa igreja, a pequena Santa Maria della Strada foi englobada no novo projeto e hoje é a última capela à esquerda, quando entramos na igreja.
História e arquitetura da Igreja de Jesus
O projeto da igreja foi pensado, inicialmente por Nanni di Baccio Bigio e posteriormente pelo grande Michelangelo, mas foi realizada somente em 1568 com o financiamento do Cardeal Alessandro Farnese, com o projeto do Vignola.
A fachada da igreja é de Giacomo Della Porta (o mesmo arquiteto que, entre outras coisas, finalizou a cúpola de São Pedro após a morte de Michelangelo) – curioso como aqui “ganhou” o projeto de Della Porta sobre o Alessi e sobre o Vignola, pois estes dois projetos foram considerados muito “simples” (“e caros”!) pelo Cardeal Farnese.
O interior da cúpola da Igreja de Jesus
A belíssima “Circuncisão” do altar foi pintada pelo romano Alessandro Capalti em 1842. Do centro da nave central, aproveite para observar como a entrada de luz da contra-fachada ilumina o monograma de bronze “IHS” (Jesus Nosso Salvador) e é acentuado pela luminosidade que Capalti deu na sua pintura: veja como a exaltação do nome de Jesus foi realizada por estes grandes artistas: a entrada da luz (Deus, Jeovah, o ‘inominável’) ilumina o momento da circuncisão de seu filho, Jesus.
Deste modo, todo o volume do corpo desta igreja, da entrada ao altar, é embebido da luz, simbolizando a luz divina que nos acompanha no início da nossa vida, no meio e no fim.
Altar com a cricuncisão
Altar com monograma de Jesus e “Adoração do cordeiro Místico”
Na ábside, temos mais uma obra-prima do Baciccia, a “Adoração do cordeiro místico” (final de 1979).
O edifício foi consagrado 1584.
Esta igreja influenciou a história da arquitetura romana por mais de um século e passou a ser o modelo para todas as igrejas jesuítas européias, pois refletia perfeitamente as exigências funcionais da liturgia e a austeridade impostas pelo Conselho de Trento, que sugeria um ambiente amplo para receber os fiéis e que concentrasse a atenção no altar maior e no púlpito.
Decoração das capelas da Igreja de Jesus
A primeira capela à direita é dedicada a Santo Andrea e foi decorada por Agostino Ciampelli. Nas paredes, temos o “Martírio de Santo Estevão” e o “Martirio de São Lourenço”. No teto, a “Glória da Virgem com os Santos mártires”. No altar, o “Martírio de Santo Andrea”.
O Martírio de Santo Estevão, considerado um protomártir da Igreja
A segunda capela à direita, a capela da “Paixão”, é decorada por mármores e figuras de gesso; na parede da esquerda, temos a “Viagem ao calvário” e na parede da direita, “Crucifixão”; no teto, “Anjos que elevam a Cruz e os instrumentos da Paixão”.
Caça aos anjos rebeldes, de Federico Zuccari
A capela de São Francisco Savério (companheiro de Inácio de Loyola), fica depois da entrada à direita para a Sacristia. Esta capela é um trabalho maduro de Pietro da Cortona. A tela do altar, a “Morte do Santo” é uma obra de Carlo Maratta, del 1679. Os afrescos de Carlone do teto representam à esquerda a perda e o achamento do crucifixo de Savério e no alto da parede da direita, ‘Franciso Savério batisa uma princesa indiana”.
Afresco de Carlone: “Francisco Savério batisa uma princesa indiana”
A pequena capela do Sagrado Coração, dedicada a São Francisco de Assis, foi realizada por Valeriano e decorada com eventos da vida do santo. Os afrescos foram realizados por Giuseppe Penitz e Paul Brill. A “Morte de São Francisco”, de Penitz (logo à entrada à esquerda) é uma excelente pintura holandesa da primeira metade do século XVII. O teto abobadado foi afrescado por Baldassare Croce.
Um pouco da arquitetura da pequena capela do Sagrado Coração,
dentro da Igreja de Jesus
À esquerda do altar temos a capela que foi originariamente a pequena igreja “Madonna della Strada” que abrigava os fiéis antes da contrução desta igreja e que por isso se chama Capella della Madonna della Strada – Capela da Virgem da Rua; foi realizada e decorada por Giuseppe Valeriani, entre 1542 e 1596. A imagem da Virgem é um afresco do século XV da escola romana.
Santo Inácio de Loyola, trabalho de Andrea Pozzo
A terceira capela à esquerda é dedicada à Santíssima Trindade e a maior parte da decoração foi realizada por Durante Alberti e é rica de mármores e gessos. O teto representa a “Criação”; à esquerda temos a “Transfiguração” e à direita, o “Batismo de Jesus” (este último afresco é do Salimbeni).
Na segunda capela à esquerda podemos admirar algumas obras-primas do Pomarancio (Niccolò Circignani): o afresco do teto abobadado representa a “Glória dos céus e o mistério da Conceição”, “A anunciação aos Pastores” e o “Massacre dos Inocentes”; Os penachos têm representações de profetas.
Via dell’Arco dei Ginnasi: Em Roma as surpresas nunca acabam!
Planta baixa da Igreja do Jesus
Igreja de Jesus – Chiesa del Gesù
A igreja é aberta das 7,00 às 12,30 e das 16,00 às 19,45
Horário aconselhado para visitá-la: das 16,30 às 19,00
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São João em Latrão
Construída pelo imperador Constantino sobre uma domus do III século em torno ao ano de 315, a catedral de São João em Latrão é dedicada aos Santos João Evangelista e João Batista.
Essa sim é a Catedral de Roma, a mãe de todas as igrejas!
São João em Latrão
A imponente fachada de Galilei substituiu a simplicidade de uma estrutura de tijolos que tinha sido realizada por ordem do Papa Alexandre III, na segunda metade do século XII. O interior de cinco naves foi remodelado por Borromini, onde posteriormente Bernini colocou estátuas colossais dos apóstolos. Sobre cada nicho, temos à esquerda cenas do Antigo Testamento e à direita, cenas do Novo Testamento (desenhos de Alessandro Algardi).
Pavimento cosmatesco na nave central; nichos com os 12 apóstolos
e no chão o brasão da família Colonna
Já no início do V século a basílica foi depredada por visigodos e vândalos, dando início às grandes transformações que ela passaria.
A estrutura que vemos hoje foi continuamente restruturada e ampliada nos séculos por arquitetos como Domenico Fontana (transepto Nord e pórtico com loggia, Borromini (Inocêncio X), Galilei (Clemente XII, fachada) e Vespignani (ábside e coro, Leone XIII).
Nave lateral
Com a queda do império romano, a basílica de São João em Latrão teve um destino parecido com o da cidade de Roma: caiu em ruínas e só pode ser recuperada no ano de 774, quando Carlos Magno veio ser batizado em Roma!
Depois do infeliz processo de Papa Formoso, em 896, a basílica sofreu graves danos com um terremoto, que destruiu boa parte do teto da nave central e da ábside.
São João em Latrão, mosaico da ábside, de Jacopo Torriti e Jacopo da Camerino
Uma nova inauguração foi realizada pelo papa Sergio III, no início do X século, que re-batizou basílica e a dedicou a São João Batista.
No século XII a basílica passou a ser dedicada a São João Evangelista por ordem de papa Lúcio II. É também desta época o monastério de monges beneditinos no palácio de Latrão.
Entre 1297 e 1300, Giotto realizou alguns afrescos, dos quais chegou até nós somente um pequeno fragmento que representa papa Bonifácio VIII, anunciando o primeiro ano jubilar.
O tabernáculo, que imita a arte de Arnolfo di Cambio, foi realizado em 1367 por ordem do Papa Urbano V é adornado com afrescos de Barna da Siena (1367-68) e contém relíquias de São Pedro e Paulo na sua parte superior, dentro de uma caixa de prata; a parte inferior contém o altar sobre o qual São Pedro celebrava as missas. A lápide sepulcral aos pés do altar é do papa Martinho V.
O órgão, sobre duas colunas de mármor giallo antico
A Catedral de Roma foi o centro do poder dos papas até o exílio de Avignon, em 1307. Foi a este edifício que São Francisco de Assis veio pedir a aprovação da sua Ordem ao Papa Honório III, que foi finalmente aprovada em 1216 – existe um monumento moderno em bronze que relembra a história do santo de Assis em um largo, na frente da catedral.
São João em Latrão passou a ter um lugar quase secundário na história a partir do retorno dos papas de Avignon, na pessoa de Gregório IX, em consequência dos esforços de Santa Catarina.
As construções dos arredores de São Pedro vão adquirir a grande importância que têm hoje só a partir de 1377, graças à proteção militar que oferecia a proximidade ao Castel Sant’Angelo!
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A Praça Navona é uma das praças mais famosas do mundo, criada no século XVII, praticamente pelos grande escultores e arquitetos Bernini e Borromini, para o Papa Inocêncio X Pamphilj.

A sua forma (um grande retângulo com os lados menores arredondados) se deve ao antigo estádio de Domiciano, sobre o qual foi construída. Apesar de Bernini e Borromini serem os protagosnistas deste espetáculo, o que vemos hoje é o resultado do trabalho de vários gênios que trabalharam juntos durante o século XVII.
A visão do Papa Inocêncio X, que pediu aos gênios Bernini de construir a fonte central, ao Borromini, de construira Igreja de Santa Inês; a Rainaldi, de construir o palácio Pamphilj.

As fontes menores da Praça Navona
Das fontes menores, a “Fonte dos Mouros” foi realizada pelo grande Giacomo della Porta mais pra frente, durante o papado de Gregório X Buoncompagni (século XVI), sobre desenho de Bernini.
A “Fonte do Netuno” permaneceu por muitos séculos somente uma bacia, como aquela da fonte dos Mouros. Somente no século XIX foi realizada uma licitação! Vencida por Antonio della Bitta, este escultor realizou o Netuno. As figuras marinhas secundárias (cavalos marinhos, sereias, putos) foram relizadas pelo escultor Zappalá.

Praça Navona de noite, espetáculo garantido!
A Praça Navona na Antiguidade
Vamos começar do início: na antiguidade, aqui existia o estádio de Domiciano, que tinha sido construído no ano de 86 d.C! O estádio tinha 276m de comprimento, 106 de largura e capacidade para 30.000 expectadores. Era maravilhosamente decorado com estátuas…

Não é verdade a lenda metropolitana que diz que durante a antiguidade também aconteciam batalhas navais nesta praça. O que realmente acontecia, era um alagamento da praça no mês de Agosto. Isso aliviava o calor: se tapavam os ralos da fontes, e a água alagava a praça.
Entre 1810 e 1839 realizaram-se corridas de cavalos.
A Navona é um dos melhores exemplos do que os artistas criaram durante o período barroco. Aqui contribuíram artistas do calibre de Bernini, Borromini e Rainaldi (Igreja de Santa Agnes) e Pietro da Cortona.

A Praça Navona durante o Barroco
A praça foi realizada com a ideia de celebrar a grandiosidade da família Pamphilj (do Papa Inocêncio X), em clara competição com as famílias Barberini e Farnese. Por isso ordenou a construção do Palácio e da fonte. Para a realização da praça fosse perfeita foram demolidos vários edifícios medievais.
Quem não podia ficar de fora da importante escolha dos trabalhos a serem reliazados foi a superpotente Donna Olimpia Maidalchini. Donna Olímpia, mulher de personalidade fortíssima e cunhada do Papa exercia uma forte influência sobre ele. Para saber melhor quem foi essa figura, leia o post http://tinyurl.com/o6shhrt).
A Igreja de Santa Inês na Praça Navona
A Igreja de Santa Agnese (Inês) foi construída no lugar onde a santa sofreu seu martírio durante as perseguições de Diocleciano. Ela tinha apenas 12 anos. Existem várias lendas sobre a sua história. Logo após a sua morte, por causa da sua idade, a santa ficou famosíssima. Vou tentar dar uma breve ideia sobre a sua vida e seu martírio.
A linda menina chamada Agnes se recusava a se casar, dizendo que tinha feito o voto de castidade a Jesus. O prefeito Simprônio condenou-a a viver junto com as castas sacerdotisas vestais, que protegiam a cidade. Quando ela se recusou, ele a mandou arrastar nua pelas ruas, e viver em um bordel. Enquanto era martirizada, seus cabelos cresciam e os homens que se aproximavam dela para violentá-la, ficavam cegos.

Tendo sobrevivido à essas torturas, Agnes foi definitivamente condenada à morte. Amarrada a um poste ao qual tentaram colocar fogo, mas o fogo não pegava, e não queimavam a santa. A este ponto, um oficial pegou a sua espada e a decapitou. O sangue derramado no chão atraiu rapidamente outros cristãos, que embeberam suas roupas com ele. Agnes foi posteriormente enterrada em catacumbas, na Via Nomentana.
A igreja foi edificada sobre o bordel onde Diocleciano tinha mandado trancar a santa. Desde o período medieval já existia lá uma igreja dedicada à ela.
Curiosidades e observações finais da Praça Navona
Voltando à fonte central, uma das fofocas mais famosas a respeito dela, é sobre a rivalidade dos grandes arquitetos barrocos Bernini e Borromini: em duas das alegorias dos rios, Bernini teria expressado o seu desdenho pelo grande Borromini, representando o rio Nilo com uma faixa tapando seus olhos para não ver a igreja e o rio da Prata com a mão protegendo a sua cabeça com medo que a cúpola de Borromini caísse sobre a sua cabeça; mas estas são mais lendas metropolitanas, já que a Igreja foi realizada DEPOIS da fonte! Interessante notar que o Nilo foi representado com os olhos tampados pela faixa, por que as duas nascentes ainda não tinham sido encontradas.
Origem do nome da Praça Navona
O primeiro nome da praça foi “in Agone” (que vem do grego agones, que quer dizer jogos), já que o antigo estádio era utilizado para competições entre atletas.
Com o tempo ocorreu a corruptela do topônimo em Praça in Agone , depois Praça Nagona para depois se transformar em Praça Navona!
Palácios da Praça Navona:
Palazzo Braschi – do final do século XVIII, construído onde existia o Palácio de Francesco Orsini, no século XV.
Palazzo Torres Lancellotti – construído em torno ao ano de 1552 por Pirro Ligorio.
Palazzo Pamphilj – construído entre 1644 e 1650 por Girolamo Rainaldi.
Palazzo Tuccimei ( antes chamado Cupis Ornani) – construído na segunda metade do século XVI, sobre um predinho e casas limítrofes do século anterior.
Quanto à tomar um café num bar na Praça Navona, veja antes o menú para não tomar sustos, pois o preço muda se você senta em uma mesa ou não; aliás isso é uma regra para 99% dos bares e lanchonetes na Itália.
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. Clique para ler sobre subterrâneos da Praça Navona.
Como chegar na Praça Navona
Para chegar na Praça Navona dos principais pontos da cidade, você tem à disposição as seguintes linhas de transporte público (feita excessão ao metrô, que não chega aqui!):
– Ônibus: 30, 492, 628, 70, 87, 81, 916
– Bonde: 8 (desça na Piazza Argentina e caminhe 10 minutos).
“Roma Barroca” é o termo que o mundo do Turismo atribiu ao passeio do centro histórico de Roma, que tem uma predominância de contruções do período Barroco.
O que é a Roma Barroca?
Este estilo nasceu nas ultimas décadas do século XVI em contraposição à Reforma Protestante e tinha como objetivo conquistar o observador, seduzindo-o através da beleza, que neste momento era comunicada na exageração da expressividade das formas e expressões do corpo humano, na ampliação dos ambientes através cálculos de perspectiva, na comunicação entre o espaço interior e exterior dos edifícios utilizando linhas curvas, na utilização de linhas côncavas e convexas, no dinamismo dos grupos escultóreos, na utilização de mármores coloridos… e na linguagem criada pelo gênio qe foi Caravaggio.
Roma Barroca
O que ver de Barroco em Roma:
O maravilhoso centro histórico oferece praças de vários tamanhos, largos e ruelas que foram se instaurarando sobre construções anteriores, e que por isso têm a forma que vemos hoje: em alguns lugares muito irregular, em outros, desenhada com o compasso, como é o caso da Praça Navona. Esta praça foi desenhada por Bernini, sob ordem do Papa Inocêncio X, um dos personagens que fizeram de Roma no seu tempo uma cidade Barroca.
As praças monumentais com edifícios barrocos são Navona, Praça de Espanha, com a famosa escadaria do De Specchi e “fecho” do Palácio de Propaganda Fide, feito pelo Borromini; a Fontana de Trevi, do arquiteto Nicola Salvi. Mas não faltam praças menos famosas, também maravilhosas, que completam a “colcha de retalhos” arquitetônica do centro histórico monumental e fazem com que o centro seja considerado um museu, ou como um famoso ator de cinema disse: “Roma é uma sala de estar para ser atravessada na ponta dos pés” (Alberto Sordi).
Roma Barroca
A Igreja de Sant’Ivo alla Sapienza é considerada uma das obras primas do Borromini, é a igreja da sede original da faculdade, fundada em 1303 pelo papa Bonifácio VIII – arte hermética e cheia de significados, a produção arquitetônica de Borromini é considerada uma arte feita não para o povo, mas para a educada e refinada nobreza, capaz de interpretar o significado das suas obras
Isso para não falar da explêndida Igreja de Jesus, a primeira igreja da Companhia de Jesus, de Inácio de Loyola. Ali perto tem também o enorme Colégio dos Jesuitas, realizado por ordem do Papa Gregorio XIII, homem iluminado que mandou fazer alguns dos mais maravilhosos afrescos dos Palácios Vaticanos.
E para coroar a tua experiência no mundo Barroco, nada melhor do que visitar a Galleria Borghese, verdadeiro antro do pensamento barroco e a Igreja Santa Maria della Vitória.
Quem fez o Barroco de Roma
Não há obra sem uma ordem de uma ordem precisa de comissão. Entre os nomes que comissionaram obras no período barroco temos o Papa Urbano VII Barberini, Inocêncio X Pamphili, Alexandre VII Chigi, Scipione Borghese. Entre os arquitetos-artistas, além de Bernini e Borromini, temos Pietro da Cortona, Carlo Maderno (que realizou nada mais nada menos do que a fachada da Basílica de São Pedro), Raggi, Carracci e Baciccia, Andrea Pozzo, Sebastiano del Piombo.
Conhecer o centro histórico de Roma significa entrar no mundo mágico do estilo Barroco, aprender a apreciar sua filosofia e seus edifícios, seus maiores mestres Bernini e Borromini, com uma boa dose de Caravaggio.
Exceções por que Roma é Roma
Ao passear pelo centro será inevitável o encontro com monumentos como o Pantheon ou com o que sobrou do Templo de Adriano, as colunas das Termas de Nero ou as arcadas das Termas de Agripa, naturalmente monumentos da Antiguidade. É interessantíssimo entender o que aconteceu no tecido urbano de uma cidade que vive o que chamamos hoje de “centro histórico” há mais de dois mil anos.
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setembro 13, 2011
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