São João dos Florentinos é uma igreja de Roma que fica na parte noroeste do Campo Márcio (perto do Vaticano e do Castel Sant’Angelo) e foi construída pela comunidade florentina que viveva em Roma sobre uma antiga igreja que se chamava Santa Maria della Fossa e consagrada em 1504. A igreja foi restaurada em 1727 e 1888.
Uma das ruas mais antigas e mais bonitas da cidade de Roma é a Via del Teatro Marcello.
A Basílica de Santa Cruz em Jerusalém é muito importante por várias razões: suas paredes são antiquíssimas, de uma antiga mansão do IV século d.C. que pertenceu à família do Imperador Constantino. Além disso, aqui são guardadas as relíquias da Santa Cruz (ou Vera Cruz), a cruz com a qual Jesus foi crucificado no Monte Calvário, que segundo a tradição foi encontrada e trazida pela Santa Helena, mãe do imperador.
A basílica de Santa Cruz em Jerusalém
Santa Cruz em Jerusalém é uma das “Sete Igrejas” do percurso de peregrinagem criado por São Filippo Neri no século XVI para opor-se ao Carnaval (“festa pagã”). O santo foi um caro personagem florentino que morou aqui e é muito amado em Roma (apelidado “Pippo Bom”); é o sacerdote inspirador de um oratório que se transformou em congregação pouco após à sua morte.
Arquitetura e obras de arte da igreja
A linda fachada nos lembra imediatamente Borromini, mas é bem posterior a este arquiteto, foi desenhada pela dupla Passalacqua e Gregorini na metade do século XVIII. O pórtico é o mais bonito deste período, quando Roma já não era mais um “canteiro de obras” como tinha sido no passado. Sua forma é única, pois oval, um unicumno seu gênero!
A nave central também é especial: além do pavimento cosmatesco (restaurado nos anos ’30 mas bem irregular e “original” nas naves laterais), a imagem do teto da nave central não é um afresco, mas uma tela, com o tema da “Helena recebida nos Céus”, de Corrado Jarquinto.
A ábside tem um afresco do século XV dividido em duas partes: há uma amêndoa com o Cristo dando a benção e embaixo foi representada a tradição na qual vê Santa Helena em Jersulém procurando e encontrando a Vera Cruz. O afresco é de Antoniazzo Romano (artista que já foi mencionado no blog quando falamos de São Pedro em Montório) ou de Melozzo da Forlì. Seja como for, esta dúvida nos mostra o quanto ele é precioso.
O baldaquino é talvez o meu preferido, com muitas desculpas ao amado Arnolfo (de Cambio) pelas maravilhas góticas que construiu nas igrejas de SantaCecília e São Paulo Fora dos Muros, por exemplo, mas as suas colunas de mármores Breccia Rosa e Porta Santa e a “alegria” barroca da estrutura superior são de uma simplicidade e elegância que conquistam meu coração, misturando o antigo com o “moderno”!
À direita do altar existe uma pequena cordonata (escadaria com degraus baixos, para ser possível a passagem de cavalos!) que nos leva à Capela de Santa Helena. As paredes são também do antigo palácio do IV século que existia aqui, mas a decoração é renascentista: mosaicos do teto e afrescos. Vemos uma linda escultura antiga (deusa Juno, encontrada em Óstia Antiga) e transformada em Santa Helena e mosaicos provavelmente recalcados sobre mosaicos antigos – o efeito é excelente, pois apesar de não serem os originais do tempo da imperatriz Helena, são realmente maravilhosos.
Basílica de Santa Cruz
Através do corredor da esquerda do altar, temos acesso à Capela das Relíquias, de arquitetura moderna do século XX. Aqui esiste o famoso reliquiário da Santa Cruz, elegantemente guardados dentro de tecasrealizadas pelo famoso Valadier, que também realizou a maravilhosa teca de Santa Maria Maior.
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Planta baixa com indicações sobre o que ver na Basílica de Santa Cruz em Jerusalém
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Durante a Idade Média contava-se uma lenda na qual São Pedro teria sido martirizado no alto do Gianícolo. Em homenagem ao apóstolo e segundo esta lenda, foi construída a Igreja de São Pedro em Montório – a palavra “Montório” seria uma corruptela da denominação “Monte Áureo”, como era chamado a colina do Gianícolo na Antiguidade.
São Pedro em Montório
No IX século foi construída a primeira igreja dedicada a São Pedro mártir. No último quarto do século XV o rei Fernando II de Aragão mandou construir uma igreja dedicada a São Pedro para susbstitur a igreja medieval.
Supõe-se que a sua arquitetura seja de nomes do calibre de Baccio Pontelli (igreja) e Andrea Bregno (fachada), originalmente com tímpano e rosácea (que ainda existe) e escada com duplo acesso.
Arte e Arquitetura de São Pedro em Montório
Como temos poucas testemunhas do Renascimento em Roma, esta é uma oportunidade para ver uma elegante igreja deste período, muito provavelmente construída com mármore reciclado do Coliseu.
A igreja é pouco iluminada e vale à pena fazer uma doação e pedir para os sacerdotes acenderem a luz (final da nave à direita tem uma campainha). A nave central é larga, nos faz pensar à arquitetura do período após o Concílio de Trento (1545-63) com foco no altar.
Na contra-fachada temos o monumento funerário de Giuliano da Volterra, 1510, da escola de Andrea Bregno.
Na primeira capela à direita da entrada existe um óleo sobre muro da “Flagelação de Cristo” de Sebastiano del Piombo (supostamente feito segundo um esboço de Michelangelo) que é maravilhoso. Se forem nos próximos dias à Galleria Borghese, é interessante comparar a pintura da galleria com o óleo da igreja (muito mais vivaz e emocionante).
Na segunda capela da direita, “Virgem da Carta”, lindo afresco que no passado foi atribuido a Niccolò Circignani (também chamado de Pomarancio, o pintor da linda São Estevão Redondo), hoje atribuida ao Lombardelli. A linda “Coroação de Maria” é da escola do Pituricchio.
Os afrescos da nave da direita são atribuidos a Baldassare Peruzzi, o arquiteto da VillaFarnesina (!).
Na primeira capela da esquerda, temos um afresco de Giovanni De Vecchi de 1594 com as “Estigmas de São Francisco”. A segunda capela tem arquitetura do grande Bernini com o “Êxtase de São Francisco” de um aluno grande mestre. A terceira capela da esquerda tem uma Virgem de Antoniazzo Romano, grande pintor do período renascentista e na quarta capela já “bem barroca”, decoração em gesso do Stefano Maderno que nos prepara para o Barroco que nos espera em Nápoles ou na Sicília.
O teto do transepto é pura matemática e domínio da luz: aqui se vede a maestria do arquiteto que faz com que a luz seja filtrada criando uma atmosfera mística no ambiente inteiro.
Templinho do Bramante, “tempietto del Bramante”
Apesar desta igreja ser um brinco, a sua particularidade é a obra-prima do Bramante, que realizou o “Tempietto” (Templinho em português) no lugar onde supostamente São Pedroteria sofrido o martírio, e por esta razão a planta do pequeno edifício é circular. A data da construção não foi completamente esclarecida; acredita-se que tenha sido entre os anos de 1508-1512. Aqui comemora-se a correta utilização dos elementos clássicos das ordens dóricas e tuscânicas e que fazem deste pequeno templo um exemplo da perfeita relação dos seus volumes que influenciou toda a arquitetura do século XVI. No seu interior o pavimento é cosmatesco e a estátua de São Pedro é de um artista da Lombardia.
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Vale à pena visitar esta igreja quando estiver em Trastevere, inciando ou terminando o seu passeio aqui.
Endereço: Piazza di S. Pietro in Montorio, 2, 00153
Horário de abertura: das 08h às 12h; das 15 às18h
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A basílica de São Jorge al Velabro em Roma
Na área em que existe hoje a igreja de São Jorge al Velabro e que alguns ousariam chamar de “Berço da Civilização”, existe uma igreja que talvez tenha já sido construída no VI século, provavelmente adaptando uma antiga “diaconia”, isto é, um lugar onde cristãos distribuiam grãos e cereais à população carente, coisa que aqui acontecia desde os tempos romanos.

Fachada da Igreja de São Jorge al Velabro
O lugar é fundamental para a história de Roma, pois a lenda nos conta que foi aqui mesmo que a cestinha com os gêmeos Remo e Rômulo teria vindo parar uma vez abandonada no rio Tibre; neste lugar a loba teria encontrado os gêmeos. Lendas à parte, a razão da fundação da cidade de Roma teria sido o comércio que existia aqui entre gregos e etruscos, no famoso “Foro Boário”, isto é, trocando em miúdos, a feira de animais da época arcaica. Aqui perto temos a ilha Tiberina, que facilitava a travessia do rio e muito provavelmente também contribuiu à fundação da cidade de Roma.

Arco de Jano e Campanário da Igreja de São Jorge al Velabro
Os arredores desta zona são cheios de história e ainda contém detalhes arquitetônicos e de engenharia interessantíssimos, como o mais antigo templo que chegou até nós, o Templo de Hércules, o Templo de Portunus e o Teatro Marcelo e a rede de esgotos do VI séc. a.C..

Interior da Igerja de São JOrge al Velabro
O que ver hoje nos arredores da igreja de São Jorge al Velabro
Hoje em dia vemos também dois arcos importantes: o “Arco dos Argentários” (Arco degli Argentari), que não tem forma de arco mas é assim chamado, e foi um monumento realizado pela corporação dos trocadores de dinheiro e dedicado ao imperador Setímio Severo (relevos dele e da sua família na decoração do seu interior) no III séc. d.C.. e o arco é o “de Jano”, que provavelmente não tem nada a ver com a antiga divindade, mas foi um arco que comemorava a vinda de Constâncio II à Roma.

Cibório e afresco abidal de São Jorge al Velabro
O interior da igreja de São Jorge al Velabro
A fachada da igreja de São Jorge al Velabro é diferente da maior parte das igrejas de Roma por conservar a arquitetura românica no panorama predominantemente barroco da cidade: é uma visão maravilhosa passar por aqui durante o dia. No portico podemos ver algumas aberturas no chão que nos mostram o nível e decoração pavimental do período anterior à construção da igreja. O campanário é do século XIII e ocupa boa parte da nave da esquerda, onde existem alguns fragmentos de esculturas marmóreas que formam uma pequena, mas quase museal, galeria lapidária, entre as quais o delicioso relevo da Anunciação a Zacarias, iconografia palestina do IX século.

Colunas em mármore pavonazzetto da Igreja de São Jorge al Velabro
O interior é composto por três naves, ábside e cibório sobre os espólios de São Jorge, que corresponderia à metade do crânio do santo. As colunas são de espoliação (isto é, material reciclado de monumentos romanos), sendo que as duas primeiras da direita são consideradas particularmente preciosas por serem com canaluras e de mármore pavonazzeto (um mármore da Ásia Menor que tem estrias que parecem do rabo do pavão, daí o nome).
O pavimento do altar é cosmatesco em uma composição pouco comum em xadrez.

Imagem de São Jorge al Velabro no século XVIII
O afresco absidal é um tema controverso. A última teoria nos apresenta um trabalho do jovem Pietro Cavallini (1288), anterior ao Coro das Monjas da basílica de Santa Cecília em Trastevere – logo mais vou falar destes afrescos. Este seu trabalho representa o Cristo redentor entre a Virgem e os santos Jorge (à esquerda) e Pedro e Sebastião (à direita) em uma composição ainda insegura: do ponto de vista da representação dos personagens e do ponto de vista da habilidade em lidar com as cores.

Relevo com anunciação a Zacarias, Igreja de São Jorge al Velabro
A igreja sofreu um atentado no ano de 1993 que destruiu o pórtico, transformando-o em fragmentos recolhidos em mil caixas logo após um grande restauro, mas foi rapidamente e inteiramente reconstruída pelas fantásticas mãos mágicas dos excepcionais restauradores.

Pavimento cosmatesco da ábside em xadrez, São Jorge al Velabro
Endereço da igreja de São Jorge al Velabro
Via del Velabro, 19
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Bibliografia:
Guida Roma – Touring Club Italiano, 1993
Le chiese di Roma, Claudio Rendina, 2010
Aulas Prof. Simona Lupinacci
Cinco obras de arte da Basílica de São Pedro nos gigantescos dois hectares de arquitetura! Vamos citar alguns aqui, de modo que você possa se orientar um pouquinho quando entrar nesta igreja incrível.
As dimensões da Basílica de São Pedro
Na Basílica de São Pedro coexistem uma abundância de estímulos visuais em forma de mármores coloridos no pavimento, paredes, tetos e cúpolas com mosaicos, esculturas de papas, altares, escritas e brasões que é de tirar o fôlego se for somente enumerá-los – aqui vamos apresentar cinco obras de arte fundamentais da Basilica de São Pedro.
No átrio (entrada, 140m de comprimento e 28m de altura!) da basílica, verá a escultura equestre do imperador Constantino, à direita de quem entra.
As obras de arte antes de entrar na Basílica de São Pedro
Não pense que todas as cinco portas de bronze de entrada da basílica não foram rigorosamente pensadas e projetadas, e não representem esculturas de grande valor! Pare e tome o tempo necessário para observar com atenção, no meio da multidão de fiéis e turistas que vão e vem, a Porta de Filarete, um grande artista toscano que trabalhou na basílica no século XV, com as representações da vida de Pedro e Paulo. Para nos lembrar que nem Roma e nem a Basílica de São Pedro foram construídas em um dia, temos o “Portão da Morte” do artista Giacomo Manzù (finalizado em 1964), com particular atenção para a cena no alto, da “Morte de Maria“.
Começamos com Michelângelo
Entrando pela porta principal, temos um dos emblemas da própria arte, uma obra de arte com a qual entramos em contato já bem cedo, mesmo morando longe da Itália, diria até mesmo sem ser cristão: a Pietà do Michelangelo, à qual dediquei um inteiro post após seis anos de blog!
Obras de arte da Basílica de São Pedro por Michelangelo
Embaixo de uma das cúpolas mais bonitas e maiores da Itália inteira, temos o também famoso “baldaquino do Bernini“, a estrutura sobre a relíquia da igreja, embaixo da qual somente o papa pode rezar as missas. Tão grande e quase desproporcional em relação ao já gigantesco espaço em que se encontra, o baldaquino de 29m corresponde a um prédio de nove andares. A escultura em bronze é composta por colunas retorcidas com o brasão da família Barberini com colunas da ordem iônica.
Obras de arte da Basílica de São Pedro por Bernini
Não deixe de ver o último trabalho esculpido pelo grande maestro Bernini, o túmulo de Alexandre VII Chigi, encaixado em uma das portas do transepto à esquerda, por falta de um lugar melhor; naturalmente o maestro deu o melhor de sí e faz parecer que não existiria lugar mais digno e melhor para o túmulo do ilustre personagem. A quantidade de mármores coloridos que Bernini utiliza nos demonstra toda a experiência em usar um material duro como se fosse macio, típica de um gênio acostumado a falar com desenvoltura com príncipes, nobres e papas.
Bernini e suas obras de arte da Basílica de São Pedro
Dramático e típico do período Barroco o Santo Andrea do Duquesnoy, realizado em colaboração com o estúdio Bernini – o santo e a sua cruz em forma de “X”; se menciono o Santo Andrea, não posso deixar de lado a Santa Verônica, de um dos mais brilhantes seguidores do Bernini, o Mocchi.
Para finalizar, fundamental admirar a Cátedra de São Pedro. Segundo a tradição, esta parte da decoração em bronze com acabemento dourado e que também saiu das mãos do grande Bernini, contém a poltrona sobre a qual São Pedro teria lido seus sermões em Roma.
Acho que no final das contas acabei escrevendo bem mais do que cinco obras de arte da basílica, mas é difícil não falar de algumas coisas!
Não posso negar que acredito que para aproveitar tudo isso seja necessário ter uma boa e experiente guia que fale português ao seu lado para que os Museus Vaticanos, a Capela Sistina e a basílica de São Pedro façam o sentido que merecem na sua cabeça. Para fazer um tour na Itália com guia em português não hesite em escrever para Guia Brasileira para pedir seu orçamento.
A primeira coisa que os nossos amigos romanos fazem com a gente aqui, é nos levar para ver a cidade do alto, em uma das colinas. A vista da cidade com suas cúpolas, torres e campanários é uma beleza que maravilha viajantes (muitas vezes ilustres, como Goethe, Stendhal, Keats e Shelley) há centenas de anos – aqui apresentaremos cinco cúpolas de Roma e uma não cúpola da cidade.
Cinco cúpolas de Roma maravilhosas e uma não cúpola!
Cinco cúpolas de Roma
O “espetáculo” é tão bonito que pode ser admirado cedo, ao nascer do sol, durante o dia ou no por do sol. Para nós que somos apaixonados por essa cidade, Roma é um espetáculo em todas as horas do dia; na verdade pouca gente consegue descordar desta afirmação!
Cinco cúpolas de Roma e uma não cupola!
Aqui vai uma lista de cinco impressionantes cúpolas de Roma, escolhidas seja pelo alto nível técnico da execução, seja pela beleza e elegância com a qual estas estruturas apoiadas a muros com diferentes formas, se aventuram ao céu, para compreendê-lo, imitá-lo, enfim, representá-lo no interior da “casa de Deus”.
A mais antiga e em excelente estado de conservação é a obra que deixa todos os arquitetos e engenheiros de boca aberta, com seus quase dois mil anos de idade: a cúpola aberta do Pantheon, realizada talvez pelo grande Apolodoro de Damasco, arquiteto do Imperador Traiano, e depois do Imperador Adriano.
O Pantheon fica no coração do centro histórico, muito fácil de chegar, abre às 09h e fecha às 19.30h (estão falando em cobrar um ingresso simbólico de €3, mas ainda não entrou em vigor, a entrada é gratuita). Esta cúpola pode ser vista muito bem do alto da colina Gianícolo.
Fazemos um salto de mil e cem anos e vamos ver a cúpola de Michelângelo, como gosto de chamá-la, que é a onipresente e a 133m de altura cúpola da Basílica de São Pedro. Michelângelo era florentino, isso não é um segredo, naturalmente a maior inflluência para projetar a cúpola da maior igreja de todos os tempos, a nova São Pedro, foi influenciada pelao cúpola do Brunelleschi.
O seu interior é decorado com mosaicos que representam os doze apóstolos, segundo um desenho de Cavalier D’Arpino (o primeiro estúdio onde trabalhou Caravaggio quando chegou em Roma) com um grande programa iconográfico que contém, entre outras coisas, os 12 apóstolos.
A cúpola da igreja de Santo Andrea della Valle foi realizada por ninguém menos que Carlo Maderno (simplesmente o arquiteto que desenhou a fachada da Basílica de São Pedro), inspirada por sua vez pela grande cúpola de São Pedro e é a terceira mais alta de Roma. Também podemos vê-la com muita nitidez do alto da colina do Gianícolo. Seus afrescos contam estórias da vida do santo e foram afrescados por Domenichino – um pintor que normalmente é apreciado em museus…
A primeira igreja dos jesuítas, igreja de Jesus, é uma das mais importantes de Roma por ser a primeira realizada após o Conselho de Trento, isto é, com as novas diretrizes da Igreja para combater o protestantismo que crescia com muita força. Os nomes ilustres nomes ligados à sua construção são do Vignola e do Della Porta. Os afrescos do seu interior são do famoso pintor genovês Baciccia e representam a Glória do Paraíso, com santos e anjos.
Essa cúpola pode ser vista muito bem do alto do Altar da Pátria.
Para finalizar, também do alto do Altar da Pátria, temos uma excelente vista sobre a cúpola da Igreja de Santa Maria de Loreto, no Foro Traiano. Arquitetura do Antonio da Sangalo, o Jovem, esta igreja é dos primeiros anos do século XVI e sua cúpola é assinada por um aluno de Michelângelo, o siciliano Giacomo del Duca.
Ah! Mas tem a não cúpola que tinha esquecido de falar na primeira versão deste post. O genial pintor de Trento, Andrea Pozzo, realizou uma tela para a igreja de Santo Inácio de Loyola com 17m de diâmetro com o interior de uma cúpola pintada. Se você não souber que é uma tela, vai pensar de estar olhando um objeto arquitetônico e não um pedaço de tecido, bidimensional! É… Roma é cheia de pegadinhas. Esta igreja fica numa das praças mais lindas de Roma, a praça Sant’Ignazio.
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
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Igreja de Santa Maria in Aracoeli no Capitólio
Não é um fenômeno comum que uma igreja tenha sido construida em um lugar habitado e construído pelo Homem há quase três mil anos. Estamos falando de mais uma pérola de Roma, a Igreja de Santa Maria in Aracoeli.
José Carlos e Marli, comemorando o aniversário de casamento em Roma com a gente!
Localizada na diagonal da subida principal da colina Capitólio, atrás do “faraônico” Altar da Pátria, essa igreja pode passar muitas vezes despercebida ao viajante que vem pela primeira vez à Roma, sobrecarregado com quantidade de monumentos, museus e obras de arte da colina Capitólio.
À parte a vista, la do alto, que é de tirar o fôlego…
Como faço sempre, vou dar uma pincelada no que pode ser visto nesta maravilhosa e importante igreja e sublinho o fato que este blog de jeito nenhum substitui a visita com uma guia profissional que desvende Roma com você.
Breve história da Santa Maria in Aracoeli
Esta igreja foi construída sobre um antigo templo romano dedicado à Juno Moneta (“Juno, a avisadora”, do latim “mŏnĕo”, avisar), onde os romanos cunhavam as moedas – talvez já aqui seja explicada a origem da palavra moneta, moeda em português.
A igreja é mencionada em documentos antigos do IX século, mas há quem acredite que ela foi fundada pelo papa Gregório Magno. O que vemos hoje é a arquitetura de uma igreja com três naves e quase intacta, do século XIII!
Detalhes da arquitetura e decoração
O teto, típico o estilo do século XVI, comemora a batalha de Lepanto, vencida por Marco Antonio Colonna, com motivos navais; realização do Papa Gregório XIII da família Boncompagni, o mesmo que mandou afrescar a Galleria dos Mapas nos Museus Vaticanos.
O pavimento e composto por enormes lastras de mármore e faixas com decoração cosmatesca.
Na capela da família Eufalini temos uma “Glória de São Bernardinho” do final do século XV, afresco de Pinturicchio.Espetacular, como sempre, as paisagens deste pintor, a delicadeza com a qual representa os anjos numa composição extremamente equilibrada e simétrica.
A capela das famílias Morelli e Mattei têm dois afrescos do “nosso” Pomarancio (século XVI), a “Crucificação de Jesus com a Virgem e Madalena” – pavimento cosmatesco.
Impressionante o pavimento em opus sectile da capela das famílias Mattei e Antici com varios brasões de família!
Aqui temos a sorte de poder ver mais uma obra do grande maestro Arnolfo di Cambio: o monumento a Luca Savelli (1287)!
Vou encerrar com un pequeno afresco da Virgem de Pietro Cavallini, da tumba do Cardeal Mateus Acquasparta. Se consegui passar a ideia que esta igreja é um museu e que deve ser admirada, valeu a leitura! Obrigada!
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A (primeira) Pietà do Michelangelo
Hoje conhecemos quatro “Pietás” criadas pelo grande gênio. Aqui vamos falar da primeira Pietà do Michelangelo Buonarroti.
post dedicado à Deise del Roveri e ao Roberto Pino
Difícil falar de uma das obras mais significativas de todos os tempos como a primeira Pietà do Michelangelo… mas vamos começar do começo paranos aproximarmos aos poucos desta obraprima.
Foto da pedreira de Carrara, onde Michelangelo passava meses procurando seus blocos para esculpir; obrigada pela foto, Claudia Groh
Curriculum Vitae de Michelangelo Buonarroti
O garoto nasceu em 1475, tinha 22 anos e caráter forte, enorme sensilibilidade e grandiosa habilidade que prometiam muito. Ele tinha sido aluno do Ghirlandaio e do Bertoldo. Michelangelo tinha frequentado a corte de Lourenço de Medici e conhecido outros artistas famosos, filósofos. Além disso, tinha conhecido um certo frade domenicano que ainda daria muito o que falar, o Savonarola, que pregava apaixonadamente por uma reforma da igreja.
Estas experiências foram fundamentais para o jovem Michelangelo, que acabava de receber as sementes da sua pópria concepção de mundo, impregnada de reflexões que marcariam profundamente a história do mundo ocidental.
Foto RestaurArs
No ano de 1492 Michelangelo presenciava a descoberta da América, a morte do Papa Inocêncio VIII (a ascensão do Papa Rodrigo Borgia), e a morte de Lourenço de Médici! Dizem que Michelangelo ficou tão abalado com a morte de seu amigo e protetor, que não conseguiu fazer nada por um bom tempo.
Michelangelo falsário
Alguns anos depois, Michelangelo fez uma escultura de um pequeno Cupido (hoje desaparecida), que foi vendida como uma falsa antiguidade através de um comerciante de Roma ao cardeal Riari. Riari descobriu que a sua aquisição era falsa e quis seu dinheiro de volta.
Apesar desta esdrúxula situação nasceu uma amizade entre os dois e em 1496 Michelangelo foi à Roma encontrá-lo. Assim que chegou recebeu do dito cardeal a sua primeira comissão para uma escultura em tamanho natural de um “Bacco”. Neste período Michelangelo estava hospedado na casa de um banqueiro chamado Galli. Ali mesmo, no pátio desta casa, ele trabalhou nessa escultura. O Galli parecia mais impressionado pelas habilidades do grande escultor do que o cardeal Riari, tanto que em 1498 foi o Galli que assinou o contrato para a comissão que transformaria a vida do Michelangelo: a Pietà para Jean de Bilhères.
Foto RestaurArs
A “Pietá”, tema que não está no Novo Testamento
O tema “Pietà” não está na Bíblia. Era um tema do norte da Europa, mais precisamente da Alemanha, mais precisamente ainda conhecido como “Vesperbild”: tratava-se de imagens devocionais de tamanhos diferentes com o Jesus morto nos braços de Maria. Este foi o tema escolhido pelo francês Bilhères para a sua própria sepultura. A escultura deveria adornar uma pequena capela na igreja de Santa Petronila, colada na Basílica de São Pedro.
O que podemos dizer do resultado final desta obraprima de Michelangelo?
Foto RestaurArs
Aspectos importantes para a compreensão da Pietà do Michelangelo
A primeira coisa que vemos e que é clara quando observada à distância é a forma piramidal. Padre, Filho e Espírito Santo formam três pontos, que por sua vez ligados formam um triângulo que indica que a cena alí representada está dentro de um conceito divino que transcende a dor (Prof. G.C. Argan). Jesus parece adormentado no colo de Maria, base do conceito cristão de morte, pois através do sono acorda-se para a vida eterna em Cristo.
Pietà do Michelangelo
A Virgem foi representada mais jovem do que o Jesus, já na casa dos 30, quase como se fosse uma previsão do futuro; a sua mão esquerda confirma e aceita a Paixão, a realização do fato consumado. Temos aí dois períodos de tempo nesta figura (Prof. G.C. Argan): a mão direita de Maria sustenta seu corpo mas não o toca diretamente; existe um tecido entre a mão da Virgem e o corpo de Jesus.
Foto RestaurArs
A Virgem está vestida em um modo muito mais próximo à uma Artemis do que à uma das tantas representação dos séculos XIV e XV (Mestre da Pietà Fogg, Beato Angelico, Masaccio) que provavelmente foram vistas por Michelangelo. A faixa que atravessa em diagonal o seu tórax tem a assinatura do artista, o que nos faz pensar que alguma motivação muito forte o levou a fazê-lo, pois ele não tinha o hábito de assinar as suas obras.
A perfeição da musculatura do corpo de Jesus nos confirma os estudos de anatomia feitos por Michelangelo, que rendem perfeitamente não só as proporções do corpo humano, mas a falta de tensão de seus membros e o peso do seu corpo. Comovente, na minha opinião, seu pé esquerdo suspeso no ar e sua mão direita, com o índice que desaparece nas dobras do manto da Virgem.
Foto do estúdio na pedreira de Carrara; obrigada pela foto, Claudia Groh
Na testa de Maria encontra-se uma linha que foi realizada com o intuito de criar um véu imaginário através de um efeito da luz da capela da igreja de Santa Petronilla.
Foto da pedreira de Carrara, onde Michelangelo passava meses procurando seus blocos para esculpir; obrigada pela foto, Claudia Groh
É um mistério o funcionamento da mente e das ações do gênio. Apesar de tentarmos circundar a dinâmica da criação desta obra tão pungente, não creio que seja possível aproximá-la o quanto gostaríamos. Resta-nos a difícil tarefa de contemplá-la na sua perfeição.
Uma das coisas mais gostosas da viagem à Itália é perceber continuidades e diferenças na arte e na arquitetura deste maravilhoso país. A viagem tem muitas vezes o sabor lúdico de um enorme e maravilhoso quebra-cabeças. Este post faz parte de uma bloggagem coletiva que está saindo hoje, junto com Magê e Babi, sobre as três principais, para mostrar pra você como nós nos divertimos neste país. A “Pietà Rondanini: Michelangelo em Milão” foi escrito pela Magê e a “Pietà Bandini – Consolação e Tormento de Michelangelo, post escrito pela Babi.
Se você também é apaixonado por Michelângelo, leia o post sobre a Capela Sistina!
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Bibliografia:
Argan, G. C., Storia dell’Arte Italiana, Milano,Ed. Sansoni, 1988
Wundram, M., Renaissance, Reclam, Ditzingen, 2004
Kupper, D., Michelangelo, Leipzig, Rowohlt, 2004
Kupper, D., Michelangelo, Leipzig, Rowohlt, 2004
von Brauchitsch, B., Michelangelo, Berlin, Suhrkamp, 2009
Enciclopédia Treccani On line: http://www.treccani.it/
Strinati, C., La Pieta’ di Michelangelo descritta dal Prof. C.Strinati, https://www.youtube.com/watch?v=i_0-nuSz8m4
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Igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano
A palavra de ordem para iniciar a falar da igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano é “palimpsesto”, mais precisamente no sentido que a história da arte e arqueologia italiana atribuem a este conceito. Um palimpsesto era na Antiguidade um pergaminho que tinha sido cancelado para que se pudesse escrever um novo texto, mas que possui resquícios das inscrições anteriores.
O conceito importante aqui são as diversas camadasque este documento possui, de períodos que se sucederam, e portanto com formas e significados diferentes.
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setembro 13, 2011
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