As salas de Rafael dos Museus Vaticanos são originalmente aposentos papais dos mais importantes: aqui transitaram os papas Alessandro VI e Julio II, documentos foram assinados, reuniões de importantíssimos temas foram enfrentadas! Por que sugerimos que você faça uma visita guiada às Salas de Rafael?
A pinacoteca vaticana é uma coleção excepcional de quadros criada pelo Papa Pio VI, no final do século XVIII, juntando a coleção de pinturas, que originalmente contava com 270 peças, em um só lugar.
A Galeria dos Mapas ou Cartas Geográficas dos Museus Vaticanos é um dos lugares mais fascinantes para o visitante, seja do ponto de vista da qualidade dos afrescos e decorações em gesso, que do ponto de vista do conhecimento exato do território no século XVI, do que hoje chamamos Itália.
Existem infinitas coisas que poderiam ser ditas sobre a Capela Sistina, um dos afrescos mais conhecidos e visitados no mundo inteiro; aqui vão dez curiosidades sobre o teto da Capela Sistina para que você entenda o quanto é importante termos consciência de algumas informações a mais do que a sua maravilhosa beleza universal para aproveitar melhor a experiência fantástica que é visitá-la.
Contemplar os Três Tetos dos Museus Vaticanos é uma experiência incrível, pois é uma oportunidade de passear nos palácios dos Papas, conjunto de edifícios que tem a sua origem no VI século e que adquiriram grande importância a partir do retorno dos papas de Avignon, em 1377.
Já que “tocamos a matéria incandescente” da Pietà do Michelangelo, após tantos anos, chegou a hora de escrever algumas linhas sobre o Juízo Final do Michelangelo da Capela Sistina, trabalho realizado em um segundo momento em relação ao teto, mais uma grande obraprima deste gênio que foi Michelangelo Buonarroti.
Capela Sistina: O Juízo Final do Michelangelo
Momento histórico em que foi pintado o Juízo Final da Capela Sistina
Quando o papa da casa Medici, Clemêncio VII, encarregou Michelangelo de apagar os afrescos do altar para pintar o Juízo Final, estávamos no ano de 1534 e tinham passado 22 anos da finalização do teto da Capela Sistina. Michelangelo era uma estrela do Renascimento, para não dizer a estrela mais brilhante do Renascimento, reconhecido e aclamado como grande artista.
Roma tinha acabado de sobreviver ao grande saque de 1527, à uma epidemia de peste e Lutero estava tendo muito sucesso com as suas teses no que chamamos hoje de “Alemanha”, até tinha utilizado a nova tecnologia chamada “prensa”, inventada “por um tal de” Gutenberg para imprimir a sua própria bíblia.
Para completar este momento extremamente difícil, Clemêncio VII morreu sem ver nem um desenho na parede deste trabalho que se transformaria em mais uma das obras de arte mais conhecidas e admiradas no planeta.
Ainda bem que papa Paolo III deu continuidade ao projeto… que Michelangelo demorou sete anos para acabar!
Durante a sua viagem pela Itália é interessante ver alguns “Juízos Finais” e colocá-lo antes ou depois do Michelangelo.
Descrição dos elementos principais do Juízo Final do Michelangelo
O que vemos nesta parede com muito azul de lapis lázuli não tem nada a ver com o que tinha sido até aquele momento histórico uma decoração de parede de altar!
A figura central e dominante de um “Cristo-Apolo” com seu braço direito elevado movimenta circularmente e em sentido horário uma cena com mais de duzentos personagens nas mais diferentes posições e perspectivas. Temos entre eles anjos, “eleitos” e condenados, santos mártires da Igreja, e a Virgem (quase amedrontada), originando um efeito provavelmente inspirado pela leitura de um expert toscano em “Divina Comédia“.
Ao redor do Cristo, os mártires, São Pedro, Santa Catarina, São Lourenço, São Bartolomeu (autorretrato de Michelangelo na pele que ele segura com a mão esquerda),
Como vemos nas flechas da figura em preto e branco, à esquerda temos um movimento ascendente de figuras “eleitas”, salvas, que atingirão o reino dos céus. À direita temos um movimentos descendente, das chamadas figuras “danadas”, condenadas, que irão ao inferno – clara a alusão ao barqueiro Caronte da mitologia grega, em baixo à direita, no seu barco, que leva as almas ao reino de Hades.
Sim, este trabalho foi muito criticado por muitas pessoas, que viam nestas figuras nuas que representavam a Igreja um verdadeiro escândalo. E assim tal Biagio da Cesena, mestre de cerimônias do papa, foi colocado no Inferno com orelhas de burro e uma serpente que abocanha o seu sexo. Melhor não mexer com o Michelangelo!
Mais ou menos é isso… mas se quiser saber tudinho mesmo, vale à pena pegar um tour com a gente para poder curtir essa obraprima sob todos os seus aspectos!
Garanta a sua viagem na Itália com guia em português da mais alta qualidade; não hesite em escrever para Guia Brasileira em Roma para pedir seu orçamento.
Imagens: Wikimedia
Bibliografia:
Argan, G. C., Storia dell’Arte Italiana, Milano,Ed. Sansoni, 1988
Von Brauchitsch, B., Michelangelo, Berlin, Suhrkamp, 2009
Acidini Luchinat C., Michelangelo Pittore, 2007
Enciclopédia Treccani On line: http://www.treccani.it/
Il cammino di Dante®: http://www.camminodante.com
Hoje fizemos uma Visita Guiada VIP aos Museus Vaticanos com início às 08h da manhã com o grupo da Marília.
Para orçamentos, por favor escreva-nos aqui: https://www.romaemportugues.com.br/contato/; para ver como é o tour, por favor leia este post.
Enquanto entramos, ouvimos a razão pela qual o Vaticano se formou naquele lugar – tudo tem um porquê! E começamos a entrar no clima para conhecer (segundo a minha tendenciosa opinião) a coleção mais interessante da Europa!
Visita guiada VIP aos Museus Vaticanos: A entrada dos museus vazia, de manhã cedo
O tour é igualzinho ao do horário “normal”, com as diferenças de tempero e ponto de vista de cada guia. Grande protagonista desta manhã é o espaço que temos para caminhar e olhar!
Visita guiada VIP aos Museus Vaticanos: A escada helicoidal de Giuseppe Momo… e nós!
A primeira coisa são as explicações sobre a Capela Sistina; devendando mitos e decifrando o trabalho do grande maestro. É fácil esquecer que a capela é um lugar sagrado, e para não desrespeitar a sua função original, o silêncio é imprescindível!
Nós, no Jardim Quadrado
Adorei esta foto com a parte de trás da cúpola de Michelangelo ao fundo deste jardim maravilhoso!
Explicações sobre a Capela Sistina
A chegada no Pátio da Pinha é emocionante com pouquíssimas pessoas!
Na solidão do Pátio da Pinha!
Pátio da Pinha com a cúpola do Michelangelo
Não pude não fotografar o pessoal ouvindo as explicações sobre o pátio, pinha e a escultura de Arnaldo Pomodoro com a maravilhosa cúpola que paira ao fundo!
Imagem quase surreal do Museu Chiaramonti vazio
O Apoxyomenos de Lisipo
Sala dos animais, com o Meleagros do Skopas ao fundo
A Sala das Musas!
Sala da Biga, na primeira fila!
Como muitos museus, aqui também são organizadas exposições com peças em ocasiões especiais. Neste momento temos uma tauromaquia, escultura que foi surpreendida a caminho do exterior e recuperada no último segundo pela polícia italiana! Esta obra foi recentemente restaurada pela fantástica oficina dos Museus Vaticanos e está tinindo!
Mitra e o touro, leia sobre esta antiga religião no post sobre O Culto de Mitra
Emocionante passar pelos corredores vazios ou quase vazios antes da abertura oficial dos Museus. Neste horário temos um contato completamente diferente com as obras de arte; o silêncio inspira uma observação muito mais profunda de tudo o que nos circunda.
Galeria dos Mapas
O mosaico de Pedro, a cruz de bronze da Porta Santa
Adorei este ângulo, pois claramente estamos na frente da Pietá do Michelângelo, um dos pontos mais emocionantes deste tour, com o mosaico de São Pedro ao fundo, na Porta Santa, porta que será aberta no próximo Ano Santo. Aqui ouvimos detalhes sobre sobre a idade de Michelângelo, mármore utilizado, composição do grupo, comissão e possíveis interpretações desta obraprima.
O estupor toma conta da nossa alma…
No coração da Basílica de São Pedro – nessa ficou aparecendo o meu nariz 😉
Depois percorremos algumas obras de arte dos 22.000 metros quadrados da basílica de São Pedro, para finalizar na Praça São Pedro!
Finalizando na Praça São Pedro
Praça São Pedro, de manhã cedo
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Faça Coliseu, Foro Romano e Palatino com a gente!
Para entender melhor a interessante história dos Museus e Palácios Vaticanos, é legal saber por que os Papas começaram a construir edifícios nos arredores da Basílica de São Pedro (para a Basílica de São Pedro vejas os posts https://www.romaemportugues.com.br/a-antiga-basilica-de-sao-pedro-chamada-basilica-constantiniana/ e https://www.romaemportugues.com.br/tesouros-da-basilica-de-sao-pedro/ ).
Palácios Vaticanos: Cortile della Pigna – Pátio da pinha
Muito provavelmente os primeiros edifícios foram construídos já pelo Papa Símaco (498 – 514), quando ele teve que se esconder das trupas da fracção do senado, que não aceitou a decisão do clero de elegê-lo como Papa, e se reuniu na Basílica de Santa Maria Maggiore para eleger como Papa Lourenço, arciprete da Basílica de Santa Prassede, pela sua simpatia pelos bizantinos. O senado conseguiu expulsar Papa Símaco do Palácio Latrão (oficial residência dos papas), dar o poder a Lourenço, e foi aí que o nosso papa sem residência oficial iniciou algumas construções de caráter residencial nos arredores da basílica de São Pedro.
Cortile della Pigna com a escultura de Arnaldo Pomodoro
Só para concluir as várias obras de Papa Símaco, ele contribuiu a embelezar a Basílica de São Pedro, construiu uma basílica dedicada à Santa Agnes na Via Aurélia, uma igreja dedicada a Santo André nos arredores de São Pedro, reconstruiu completamente a igreja de São Silvestro e Martinho Aos Montes e contribuiu a melhorar a construção das catacumbas da Via Salaria. Este papa também construiu abrigos para os pobres nos arredores de São Pedro.
Palácios Vaticanos – O grande nicho de Pirro Ligorio (1565) com a pigna e os pavões
Nicolau III (1277-1280), de origem nobre 200%, com um grande sobrenome, Orsini Gaetani, (post sobre os Gaetani: Jardim de Ninfa https://www.romaemportugues.com.br/o-jardim-de-ninfa/ e Burgo Medieval de Sermoneta https://www.romaemportugues.com.br/burgo-medieval-e-castelo-de-sermoneta/) mandou restaurar o Palácio de São João em Latrão e os edifícios do Vaticano, além de fazer planos de construir um forte para protegê-lo; este forte foi realizado parcialmente.
Nicolau V (que se chamava Tommaso Parentucelli e teve seu papado entre 1447e1455) realizou inúmeras obras em Roma e no Vaticano, transformando o interior dos palácios e abrindo um leque de possibilidades e inspirando seus sucessores, tanto que em 1452 o gênio Leon Batista Alberti dedicou a este papa seu tratado de arquitetura De re aedificatoria, texto este que interpretava as lições dos antigos romanos e do período medieval, transformando-a em uma obra prima da cultura humanista!
Digna de nota, foi a concepção da Biblioteca Apostólica, uma enorme coleção de antigos manuscritos; além de abri-la a estudiosos em uma sala ao lado do Cortile dei Pappagalli (ou Pátio dos Papagaios em português); dos 350 manuscritos do tempo em que os papas viveram em Avignon, o número destas preciosidades chegou a 1200 por obra de Nicolau V.
Sisto IV Della Rovere (papado de 1471 a 1484) construção da famosíssima Capela Sistina e realizou obras de extrema importância para Roma que vemos e admiramos ainda nos dias de hoje! Entre as construções mais importantes, temos: os afrescos da Capela Nicolina de Fra Angelico, o restauro do aqueoduto de água Virgem, a re-urbanização do bairro de Borgo (nos arredores do Vaticano) e o ampliamento da Basílica de São Pedro.
Palácios Vaticanos: A emocionante escada que leva à Capela Sistina…
Inocêncio VIII (1484 – 1492) mandou contruir a 200m da Capela Sistina a sua residência de verão, o Palácio do Belvedere.
Aqui vai uma notícia nada a ver com os edifícios do Vaticano, mas que não posso deixar de contar pra você, caro leitor: segundo novos estudos de história, este papa foi importantíssimo na empresa de Cristóvão Colombo em descobrir a América. Ambos genoveses, Inocêncio VIII subvencionou parte da aventura de Colombo, e ainda o aconselhou e protegeu, encaminhando-o para o administrador dos seus bens para conseguir ainda mais fundos para a grande viagem; o banqueiro era, surpresa-surpresa, também genovês.
Alguns historiadores têm pensado que o descoberta da América foi uma empresa genovesa e não espanhola, pois se você olhar bem a data de morte de Inocêncio VIII, vai na hora acender uma lampadinha da tua cabeça, relacionando-a à data da descoberta da América. E olha só que coisa, o próximo papa foi Alessandro VI, o famoso papa Borgia, um espanhol…
Alessandro VI (1492-1503) mandou construir uma torre, a famosa Torre Borgia, sobre a construção de Sisto IV, que se transformaram nos Apartamentos Borgia.
… e não acaba aqui. Volte logo mais para ler a continuação!
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
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Os Museus Vaticanos são um grupo de museus com uma das maiores e mais preciosas coleções de arte do mundo, iniciada em 1506 pelo Papa Júlio II. A Capela Sistina e os apartamentos papais fazem parte dos Museus e podem ser visitados pelo público, que gira em torno a 5 milhões de visitantes por ano; depois dos Uffizi de Firenze, é o conjunto de museus mais visitados na penísula italiana.
Visitar os Museus Vaticanos
Clique aqui para ver como funciona uma visita guiada aos Museus Vaticanos com guia privada e comentários de quem já fez: https://www.romaemportugues.com.br/vaticano-capela-sistina-com-guia-portugues/
Alegoria do Rio Nilo
Um pouco de história dos Museus Vaticanos
Tudo começou com a compra de uma escultura, o grupo Laocoonte, que foi encontrado em um vinhedo perto da Basílica de Santa Maria Maggiore. Apenas um mês depois da aquisição desta escultura, ela já estava esposta ao público no que chamamos hoje de Pátio Octagonal.
Detalhe da mão segurando o trigo, símbolo da fertilidade do Rio, Alegoria do Rio Nilo
Detalhe de crianças brincando com jacaré, Alegoria do Rio Nilo
A partir daí a coleção se enriqueceu com infinitas obras que iam sendo achadas nas antigas vilas romanas, na Toscana, e diversos Papas construíram espaços para acolher a majestosa coleção. Os Papas Clemente XIV (1769-1774) e Pio VI (1775-1799) deram um grande impulso aos espaços espositivos, com a criação do Museu Pio-Clementino.
Eu, feliz da vida, visitando as oficinas de restauro dos Museus Vaticanos em 2009
Lousa com desenhos de restauradores, oficinas de restauro dos Museu: que experiência maravilhosa, obrigada Stefano!
Um “Bom Pastor” sendo restaurado nas oficinas dos Museus
Pio VII (1800-1823) aumentou a coleção clássica, construindo o Museu Chiaramonti e o Braccio Nuovo, adicionando obras epigráficas na Galleria Lapidária.
Gregorio XVI (1831-1846) fundou o Museu Etrusco em 1837 com achados das escavações de 1928 no sul da Toscana (etrúria meridional) e o Museu Egípcio em 1839, com peças já existentes na coleção vaticana, outras dos Museus Capitolinos, além de peças da coleção do Museu Profano Lateranense (1844), que contavam com estátuas, baixo-relevos e mosaicos romanos que não tinham lugar no Palácio Vaticano.
Pio IX (1846-1878) adicionou ao Museu Profano Lateranense o Museu Cristiano, com esculturas cristãs antigas, sarcófagos e inscrições.
Deus Mitra, escultura na frente da galeria com os animais
San Pio X (1903-1914) criou o Lapidário Hebraico em 1910, uma seção do museu que possui quase 150 inscrições antigas provenientes de cemitérios hebraicos antigos em Roma, a maior parte das peças veio do cemitério da rua Portuense, doadas pelo proprietário do terreno, os marqueses Pellegrini-Quarantotti. Estas últimas coleções Museo Gregoriano Profano, Museo Pio Cristiano e Lapidário Ebraico foram transportadas por ordem de João XXIII (1958-1963) do Palácio Lateranense a um edifício que foi contruído para ser integrado aos Museus no Vaticano e desde 1970 são abertos ao público.
No Ano Santo 2000, a antiga entrada dos Museus (de 1932) foi transformada na saída, e a nova entrada foi aberta em um muro construído a 90º da antiga entrada.
Em 2006 os Museus Vaticanos comemoraram o seu 500º aniversário com a abertura ao público da Necrópole Vaticana .
Coluna de alabastro, no Patio Octagonal
A composição dos Museus Vaticanos:
– Pinacoteca Vaticana: originalmente ocupava o espaço do Apartamento de Papa Borgia, até que o Papa Pio XI mandou construir um espaço para esta coleção, realizado pelo arquiteto Luca Beltrami. O museu contém obras de pintores como Giotto, Leonardo, Raffaello e Caravaggio.
A coleção de arte religiosa moderna: contém obras de: Francis Bacon, Carlo Carrà, Marc Chagall, Salvador Dalí, Giorgio de Chirico, Felice Mina, Paul Gauguin, Wassily Kandinsky, Henri Matisse e Vincent van Gogh.
Diana de Éfeso
– Museu Pio-Clementino: Fundado por Papa Clemente XIV em 1771, destinado a abrigar obras antigas e renascimentais. Museu e coleção foram aumentados pelo Papa Pio VI. Hoje podemos apreciar obras de esculturas gregas e romanas.
O Pátio com a Pinha
– Museu Missionário-etonológico: Fundado por Pio XI em 1926, abriga obras de caráter religioso provenientes do mundo inteiro; é composto, na sua maior parte, por doações feitas ao Papa.
– Museu Gregoriano-egípcio: Fundado por Papa Gregório XVI, abriga uma enorme coleção de achados do antigo Egito: papiros, múmias, o famoso Livro dos Mortos e a Coleção Grassi.
Leão egípcio, no Pátio da Pinha
A coleção Grassi foi comprada da viúva de Carlo Grassi em 1950 e compreende quase 300 peças de achados islâmicos: objetos em cerâmica, vidro, pedra e metais. A maior parte destes objetos é de origem egípcia, mas muitos vêm do Iran. A data de produção de vários objetos desta coleção é classificada entre os séculos VIII e X.
– Museu Gregoriano-etrusco: Também fundado por Gregório XVI em 1983, este museu possui 8 galerias e abriga achados importantes da civilização etrusca, provenientes de escavos arqueológicos: vasos, sarcófagos, esculturas em bronze e a famosa Coleção Gugliemini.
Guia dando explicações em português na Galeria dos Tapetes
A coleção Guglielmini foi formada no século XIX, em consequência das escavações arqueológicas em Vulci, organizados pelos marqueses Guglielmi. Posteriormente a coleção foi dividida entre os irmãos Giacinto e Giulio Guglielmi, e parcialmente comprada pelos Museus em 1987.
Em 1994 os Museus compraram a inteira coleção, que é composta por 494 objetos que vão da época villanoviana até à época helenística.
– Museu Pio Cristiano
– Museu Gregoriano Profano
– Pavilhão das carroças: contém alguns dos veículos com os quais os papas se moviam no passado; faz parte do Museu Histórico do Vaticano, cuja sede principal se encontra no Palácio Laterano.
– Museu Filatélico e Numismático
– Museu da biblioteca Apostólica Vaticana
– Museu Chiaramonti: museu com o nome do Papa Pio VII Chiaramonti que o fundou no início do século XIX. É composto por uma grande arcada onde estão espostas aos lados numerosas esculturas, sarcófagos e frisos. A nova ala, o Braccio Nuovo, foi contruida pelo arquiteto Raphael Stern (1774–1820) e abriga os célebres “Augusto di Prima Porta”, e Doríforo (cópia de original de Policleto). Aqui também podemos ver a Alegoria do Rio Nilo, que usei para ilustrar este post.
Uma outra parte do Museu Chiaramonti é a Galeria Lapidaria, que contém mais de 3000 peças de pedras com inscrições, o que faz deste museu a maior coleção de manufaturas deste tipo. Esta ala é aberta somente a pesquisadores, sob solicitação.
Enquanto escrevo estas linhas, este Museu se encontra fechado para restauro, sem previsão para abertura.
Aqui uma foto dos trabalhos de restauro do mosaico do pavimento, que tive o prazer de presenciar no dia da minha visita
– Palácios Vaticanos
– As Galerias
Galleria Lapidária, Braccio Nuovo, Galleria dei Candelabri, Galleria degli Arazzi (Tapetes realizados na Bélgica a partir de desenhos de Rafael), Galleria dos Mapas.
– As Capelas
Sistina, Niccolina, de Urbano VIII.
Post sobre o teto da Capela Sistina: http://guiaderoma.blogspot.de/2012/02/maravilha-capela-sistina-de.html
Post sobre as paredes da Capela Sistina: http://guiaderoma.blogspot.de/2012/02/as-paredes-da-capela-sistina.html
– As Salas
Da Biga, Apartamentos de São Pio V, Sala Sobieski, Sala da Imaculada Conceição, Salas de Rafaelo, Loggia de Rafaelo, Sala dos Chiaroscuri, Apartamento do Papa Borgia.
Espero ter dado uma boa ideia sobre a complexidade para visitar os Museus Vaticanos. É aconselhável ter uma boa guia que apresente o percurso básico da coleção, ou que possa fazer um percurso sob medida, para quem já esteve aqui várias vezes.
Guia, com um grupo de 10 amigas de Maceió, em 2011
Endereço para visitar os Museus Vaticanos: Viale Vaticano, 6 – 00120 Città del Vaticano
Meios de transporte: De Termini: Linha A (vermelha), parada “Ottaviano” (direção Battistini); Ônibus nº 23.
Abertura e horários para visitar os Museus Vaticanos: de 2a a Sábado, das 09 às 18 (é obrigatório sair do Museu meia hora antes do fecho).
O Museu estará fechado nos seguintes dias:
Janeiro 1, 6
Fevereiro, 11
Março 19
Abril 20, 21, 27
Maio 1
Junho 29 (Santos Pedro e Paulo)
Agosto 14, 15
Novembro 1
Dezembro 25, 26
Custo dos tickets dos Museus Vaticanos: Adultos € 16,00; menores de 18 anos: € 8,00 – quando se aquista os tickets para pular a fila, adicionam-se € 4 por ticket. Vale a pena.
Compra de tickets on line: http://biglietteriamusei.vatican.va/musei/tickets/index.html
Recomendações para visitar os Museus Vaticanos: Vista-se com os joelhos (bermudas e saias abaixo dos joelhos no verão) e ombros cobertos. Se estiver muito calor, tenha sempre um lenço na bolsa. Não leve bolsas grandes ou mochilas, pois às vezes não têm problema nenhum, mas às vezes nos obrigam a deixá-las no guarda volumes.
De brasileiros para brasileiros na Itália: reserve aqui a sua guia de turismo que fala português.Museus em Roma:
A Capela Sistina de Michelangelo foi construída por Giovanni de’ Dolci (sobre um desenho de Baccio Pontelli) por ordem de Sisto IV della Rovere (1471-1484) e tem as proporções do Antigo Templo de Salomão, destruido pelos romanos liderados pelo Imperador Tito no ano 70.
“Não há como explicar a existência do gênio. É preferível apreciá-lo.”Ernst Hans Josef Gombrich (Viena, 30 de março de 1909 — Londres, 3 de novembro de 2001, um dos mais célebres historiadores da arte do século XX)
Capela Sistina de Michelangelo: Criação de Adão, foto público domínio
Reserve seu tour personalizado com guia privativa que fala português o quanto antes! Email para patcarmobaltazar arroba gmail.com
Di Michelangelo Buonarroti – http://www.wga.hu/frames-e.html?/html/m/michelan/index.html, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2137893
Profeta Daniel, antes e depois do restauro da Capela Sistina.
Di Michelangelo Buonarroti – Webgallery of art, Bartz and Konig, “Michelangelo”, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1602627
Naquela tarde de outuno de 1507, um dos maiores escultores do Renascimento, Michelangelo Buonarotti, se sentia triste e desapontado com a última notícia que tinha recebido do Papa Julio II de ter que interromper o maciço monumento funerário deste Papa (ver post sobre San Pietro in Vincoli). Ele ficou tão chateado, que voltou à Florença para trabalhar em outros serviços na Toscana.
Capela Sistina de Michelangelo
No ano de 1508, o arquiteto Bramante, protegido do Papa Julio II, eventualmente aconselhou o Papa de encarregar o famoso escultor e arquiteto para executar um trabalho de pinturas, dificílissimo e de enormes proporções, a 20m de altura: pintar os 520 m2 do teto arcado da capela privada do papa: a Capela Sistina.
Capela Sistina de Michelangelo
(FOFOCA) Você precisa saber que sempre existiu muita rixa entre os artistas e arquitetos que trabalharam para os papas. O budget da igreja sempre foi enorme, e o artista (ou arquiteto) “preferido”, trabalhava muito e de conseqüência ganhava prestígio e dinheiro na competitiva sociedade itálica. O Bramante foi um ótimo arquiteto que trabalhou no restauro da “nova” Basílica de São Pedro. Foi ele que propôs o plano em “cruz grega” (4 braços de comprimento igual), posteriormente transformada em “cruz latina” (o braço inferior mais longo do que os outros) por Michelangelo. A sugestão do Bramante de dar este trabalho de pintura a Michelangelo era simplesmente uma grande maldade, pois um escultor tem habilidades notavelmente diferentes de um pintor, que é tudo o que Michelangelo NÃO era; além disto, Bramante queria manter Michelangelo o mais longe possível do monumento funerário do papa. Deste enorme monumento não foi feito mais do que o Moisés, Lia e alguns escravos, que podem ser vistos na igreja de San Pietro in Vincoli (São Pedro Acorrentado). Alguns “prisioneiros” podem ser vistos no Museu do Louvre, e o “Genio della Vittoria” que está no Palazzo Vecchio de Firenze. E aqui a notícia chocante: são todos de alunos de Michelangelo!
Di Michelangelo Buonarroti – English Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Sistine_jonah.jpg, Pubblico dominio, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=820319
O pedido feito pelo Papa era de pintar um afresco com os doze apóstolos para substituir o céu estrelado, executado também maestrosamente por Pier Matteo d’Amelia em torno a 1480. Bem, todos nós temos contas para pagar, aluguéis e tal… o nosso grande Michelangelo não fugia à regra. Então, mesmo meio contrariado, ele voltou à Roma. Quando iniciou os trabalhos na Capela Sistina, as paredes tinham pinturas de grandes mestres como Botticelli, Pinturicchio e Ghirlandaio entre outros (ver post: “As Paredes da Capela Sistina”); Michelangelo, num humor bem desanimado, chegou a escrever que tinha a sensação que aquele trabalho viraria “uma coisinha bem mixuruca”… mas iniciou o trabalho. Ele pediu as chaves da capela ao Papa e durante o período em que trabalhou lá, não permitiu a ninguém de entrar. Sempre que o Papa perguntava “E aí, Michelangelo, quando é que você vai acabar os afrescos?”, Michelangelo respondia “Assim que puder”, ele respondia, ironicamente.
Dia 14 de Agosto de 1511, o Papa não agüentava mais de curiosidade e implorou ao Michelangelo para entrar na capela. Quando ele finalmente pode por os pés lá dentro para espiar, quase não pode se conter, tamanha a beleza, grandiosidade e profundidade da execução do trabalho.
Então, vamos lá ver o que ele pintou?
Com muito amor, sempre, para os fiéis leitores do GuiadeRoma.Blogspot.com, aqui o esqueminha feito com as minhas próprias mãos – imprima e leve com você!:
Esquema das pinturas do teto da Capela Sistina de Michelangelo no Vaticano
1. Separação entre luz e trevas
2. Deus criando o Sol e a Lua
3. Deus separa Água e Terra e cria a vida nos mares
4. Criação de Adão
5. Criação de Eva
6. Pecado e expulsão do Paríso
7. O Sacrifício de Noé
8. O Dilúvio Universal
9. A embriaguês de Noé
10. Os “ignudi” (jovens nus)
11. profeta Zacarias
12. profeta Joel
13. Sibila Eritréa
14. profeta Ezequiel
15. Sibila Persa
16. profeta Jeremias
17. profeta Jonas
18. símbolo da ressurreição de Cristo
19. profeta Daniel
20. Sibila da Cuméia
21. profeta Iesaia
22. a famosa Sibila Délfica
23. Judite e Holofernes
24. Davi e Golias
25. A punição de Amã
26. Serpente de Bronze
27. Ancestrais de Cristo – famílias de Israel esperando a chegada de Moisés
Veja imagens da Capela no site oficial dos Museus Vaticanos: http://mv.vatican.va/2_IT/pages/CSN/CSN_Main.html
Veja também o filme “Agonia e Êxtase” ( títolo original “The Agony and the Ecstasy”, dirigido por Carol Reed) antes de viajar à Roma!
Para compreender Roma são necessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Imagens: Wikimedia
Lembre-se que é proibido fotografar no interior da Capela Sistina.
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Leia também sobre o Juízo Final do Michelangelo
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Sobre mim
Olá, eu sou a Patricia e me apaixonei por Roma em 1994, quando ainda era uma estudante de Artes Plásticas em Hamburgo. Desde então fiz várias viagens para estudar a Cidade Eterna e em 1998 me mudei para cá. No Turismo estou desde 2007, quando comecei a trabalhar com alemães. Sou guia credenciada em Florença e Roma e este blog é um elogio muito pessoal sobre a minha paixão pela cultura Clássica. Na minha equipe trabalham as melhores guias que falam português nas principais capitais italianas, escolhidas a dedo por mim ao longo dos anos.
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setembro 13, 2011
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