Castel Sant’Angelo é o monumento que vamos ver hoje em todos os seus detalhes históricos, arquitetônicos! Em pleno ritmo de primavera, os jasmins perfumam as ruas na nova luz que chega transformando o que conhecemos em imagens novas, que não nos cansam de encantar com a sua beleza eterna.
Castel Sant’Angelo, pequena introdução
Castel Sant’Angelo é um dos tantos monumentos romanos com uma história incrível, de beleza imponente e mágica, de sabor antigo e cenográfico do centro de Roma – um dos meus preferidos!
Castel Sant’Angelo visto com “il passetto” – ligação com o Vaticano
Esta construção aparentemente insólita aos nossos olhos era até muito comum na antiga Roma, e deve a sua forma aos etruscos.
Acredita-se também que a maior inspiração arquitetônica para este monumento tenha sido um grande mausoléu do IV séc. a.C., às margens do mar Egeu, localizado numa cidade antiga que se chamava Cária, na Anatólia. Este mausoléu era uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e é também conhecido como Mausoléu de Halicarnasso; infelizmente hoje não podemos apreciar mais do que as suas fundações.
Castel Sant’Angelo, foto minha
O Imperador Adriano (que reinou no periodo de 117dC – 138dC) teve seu principado caracterizado pela tolerância em relação aos cristãos e proteção dos escravos (através de uma reforma legislativa promovida pelo imperador em pessoa), valorização da arte, cultura e filosofia. A Villa Adriana é um exemplo de valorização das artes, pois foi construida com paixão e amor pela memória, com citações arquitetônicas que o imperador tinha conhecido nas suas várias viagens pela Grécia e Egito.
Até o Pantheon, construido por Agrippa foi reconstruido pelo imperador Adriano e adquiriu a forma que nós conhecemos hoje.
No alto do Castel Sant’Angelo, com Suzana e Marcia (cúpola de São Pedro no fundo)
História e arquitetura do Castel Sant’Angelo
O Castel Sant’Angelo foi construido entre 76 e 138 pelo Imperador Adriano como mausoléu para a sua família. O material da construção foi o peperino (pedra de origem vulcânica, típica aqui na região do Lácio) e uma espécie de cemento desenvolvido pelos romanos.
Castel Sant’Angelo e Ponte Sant’Angelo com a iluminação noturna – foto minha
O túmulo tem a forma de um cilindro chato (64m de diâmetro e 20m de altura) e a construção de peperino era coberta por lastras de travertino, o mármore do Lácio. A base sobre a qual o cilindro se apoia é um quadrado de aproximadamente 85 metros de comprimento e 15m de altura. No alto do cilindro, existia uma quadriga, representando o Imperado Adriano como Deus-Sol. No centro do monumento encontra-se as tumbas da família Antonina, a família à qual pertencia o Imperador Adriano, com a seguinte inscrição escrita pelo próprio:
Angelo da ponte de Castel Sant’Angelo, das oficinas de Bernini
“Anima vagula blandula – Hospes comesque corporis – Quae nunc abibis in loca – Pallidula rigida nudula – Nec ut soles dabis iocos”, que quer dizer mais ou menos “Pequena e tenra alma vagante, hóspede e companheira do corpo, agora pálida e rígida desapareces, sem poder mais brincar como outrora”. Lá dentro, encontramos muitos membros da família Antonino, como a esposa do imperador, Sabina, o imperador Antonino Pio e sua esposa Faustina Maior, assim como três dos seus filhos, Lucio Hélio César, imperadores Cômodo e Marco Aurélio (e filhos), imperadores Setímio Severo e sua esposa Júlia Domna, bem como seus filhos e por último os imperadores Geta e Caracalla.
A importância da localização geográfica deste mausoléu foi um fato importantíssimo na história deste monumento. A proximidade ao túmulo de um certo Pedro (sim, o Apostolo de Jesus), que muitas pessoas do mundo todo conhecido vinham a visitar em peregrinação, e sobretudo o fato de ter sido englobado nos Muros Aurelianos do final do III séc. d.C . fizeram com que este monumento chegasse quase íntegro até nós! Imagine que o Mausoléu de Augusto, que fica a poucas centenas de metros deste monumento mas foi totalmente abandonado e hoje encontra-se muito degradada por estar numa posição sem relevância no desenvolvimento urbanístico da cidade de Roma!
Por 150 anos o mausoléu foi mesmo um mausoléu, até que seu destino foi marcado sob o imperadores Honório (395-423) e Arcádio (395-408), quando foi envolvido nos muros aurelianos. A partir deste momento, as características da construção se demonstram fantásticas para ajudar a proteger a cidade dos constantes ataques que sofria, transformando-a em uma fortaleza.
Angelo da ponte de Castel Sant’Angelo, das oficinas de Bernini
O nome com o qual conhecemos hoje este monumento, Castel Sant’Angelo, foi dado no ano de 590, quando em Roma teve um surto de peste negra e o Papa Gregório I, desesperado, organizou uma procissão em uma tentativa de acabar com a doença na cidade. O trajeto da procissão passava pelo mausoléu de Adriano, e no momento em que o Papa e os fiéis se aproximavam ao imponente monumento, diz a lenda, Gregório I viu o Arcanjo Miguel aparecer no céu enterrando sua espada na parte superior do monumento, como sinal de que a peste seria vencida. Mas não é que a peste acabou mesmo depois da procissão? A partir daí, os romanos começaram a chamar de Castel Sant’Angelo o mausoléu de Adriano.
Castel Sant’Angelo no Renascimento
A partir do papado de Alexandre VI (1492-1503), este monumento passeou a ter uma área com função de prisão. No decorrer dos séculos seguintes foi constantemente reformado e cuidado, com a adição dos aposentos papais (Paolo III Farnese), caracterizados por um luxo difícil de imaginar, com uma série de afrescos requintados de Perin Del Vaga, e serviu como refúgio aos tesouros do Vaticano, pois aos poucos, com foram construidos bastioes e o antigo “monumento funerario” de um grande imperado for sendo transformado em um forte!
Venha passear conosco e conhecer o interior deste pedaço importantíssimo da história do Ocidente! No alto deste monumento tem uma lanchonete com uma das mais lindas vistas de Roma (para mim, a mais bonita!), pois nós vamos subir até o topo e ver o arcanjo Miguel de pertinho!
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Castel Sant’Angelo, lá no alto