Depois do Coliseu e bem perto do centro histórico você vai encontrar uma das estruturas arquitetônicas da antiguidade mais impressionantes que chegou até nós depois do Coliseu e do Castel Sant’Angelo: o Teatro Marcelo, inaugurado no ano de 17 a. C., isto é, mais antigo do que ambos os outros monumentos citados.
O Teatro Marcelo
O Teatro Marcelo foi realizado pelo imperador Augusto em homenagem os seu sobrinho e único possível herdeiro que se chamava Marcelo (morto prematuramente e em circunstâncias pouco claras – coincidência?!), dado que Augusto e Lívia não tiveram filhos homens. O teatro tem uma grande semelhança com o Coliseu e provavelmente serviu como modelo para este último. Aqui aconteciam espetáculos teatrais e a sua inauguração foi sob o principado do próprio Augusto, em ocasião dos “ludi secolari”, com espetáculos teatrais e sacrifícios para comemorar a ‘virada do século’, que para os romanos tinha a duração de 100-110 anos, “o maximo que durava a vida humana”.
Detalhes arquitetônicos do Teatro Marcello
A “arquibancada” (‘cávea’) era originalmente semi-circular com 130m de diâmetro de tipo “romano”, isto é, não precisava de acidentes geográficos como colinas pois era erguida através da astúcia dos arquitetos romanos, sobre arcos. O material de construção é o tufo ( como o Coliseu), obra reticulada e tijolos, revestido por blocos de mármore branco.
As chaves dos arcos do lado exterior das arcadas inferiores tinham decorações com máscaras teatrais de mármore que representavam a tragédia, a comédia, o drama e a sátira. Estamos falando mais uma vez de uma decoração luxuosíssima que infelizmente não chegou até nós; temos que nos considerar sortudos por ter boa parte de muro e do revestimento em mármore travertino.
Como no caso do Coliseu, os números de espectadores são estimados e não 100% exatos, no caso do Teatro Marcelo, acredita-se que a capacidade fosse entre 15.000 e 20.000 lugares.
O teatro funcionou até o V séc. d.C. e durante a Alta Idade Média foi ocupado pela família “Fabi”, depois utilizado como forte pela família de nobres “Pierleoni”, cuja mansão ainda existe em parte ali perto. O palácio passou às mãos dos “Savelli” e foi restruturado por um grande arquiteto, Baldassare Peruzzi (séc. XVI), que adicionou o edifício no último andar que ainda existe, para depois passar aos “Orsini“.
História recente do Teatro Marcello
No início do século XX o teatro pertencia ainda à família dos “Orsini” e foi expropriado pelo estado, assim como as pequenas oficinas de artesãos que ocupavam as suas arcadas inferiores. Não se maravilhe com as pequenas janelas da construção superior, pois, sim, existem pessoas que moram em apartamentos ali dentro – luxo maior não existe, certo?!
Hoje acontecem espetáculos de música durante o verão e este complexo de área arqueológica é um dos cantos mais especiais da cidade para quem gosta de arqueologia, junto com os restos do templo dedicado a Apolo ( templo chamado Apolo Sosiano, logo mais vou escrever sobre ele) e vários outros edifícios nas imediações.
Esta área arqueológica é gratuita; visite-a com o devido respeito.
Endereço: Via del Portico d’Ottavia, 29
Horário de abertura: Primavera-Verão: 09-19h; Outono-Inverno: 09-18h