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Arredores de Roma: Città Ducale
E o que faz uma pessoa que trabalha com o turismo quando tem um fim de semana livre, excepcionalmente? Naturalmente, turismo! A caríssima amiga Elizabeth Frolet me convidou para ir à sua casa na Città Ducale e fazer um passeio pelas “Quatro Águas”, ali nos arredores.
Não escolhemos dia nem hora, é quando temos um bater de asas de borboleta para dar uma volta antes de voltar à grande responsabilidade que é planejar e cuidar das tuas férias, para que tudo seja como num sonho, que escapamos.
Esta zona é cheia de fontes de água, águas para beber, águas para curar, águas para nadar, e naturalmente com muito prazer seguimos o roteiro da nossa amiga, que guiava com grande intimidade nas estradinhas cheias de curvas e bifurcações, pois ela estava “em casa”.
Città Ducale, cidadezinha medieval lindinha e pequenininha foi um ótimo começo. A fachada românica da igreja me deu mais esperanças do que fatos concretos sobre o seu interior,mas as ruazinhas até à antiga torre foram uma verdadeira viagem no tempo. No século XX iniciaram as “descobertas” dos materiais medievais e antigos nas construções, atrás do reboque, e muitas cidadezinhas têm, então, colunas medievais, peças de sarcófagos pagãos nas suas “paredes”. E assim é uma das ruas principais de Città Ducale. Adorei!
Depois de um bom café na praça e de uma conversa de bar, saímos para o passeio. A primeira parada foi muito emocionante, pois o lugar, uma igreja abandonada e implodida pela força de correntes subterrâneas tem uma atmosfera estranhíssima, de beleza romântica-goethiana e foi cenário de filme de Tarkovskij (“Nostalgia”); ali perto, bebi água da fonte, mas a fonte era frizzante, isto é, com gás, coisa mais rara!
E assim foram-se duas águas. A terceira era sulfúrica, com uma cor surreal, água mágica que cura. Infelizmente não podemos nadar, pois a quantidade de enxofre é tão alta que pode ser letal. Existem estruturas onde entrar na água é permitido, aliás, é o grande barato. Depois destas emoções caiu bem o almoço a base de pasta e vinho, num lugar que a Elizabeth frequenta há muito tempo. O vinho ignorante servido na jarra nos ajudou mais ainda a nos esquentar e curtir este dia que estava ainda começando!
Na quarta água estávamos num grande lago, que Elizabeth disse ter 90m de profundidade e onde ela nada no verão. A cor do lago era linda, apesar do chuvisco que começava a cair e movimentar a superfície-espelho do lago.
Desde à ida à Città Ducale, Elizabeth falava neste castelo “tipo do Marques de Sade”, que eventualmente passaríamos no nosso retorno. Depois de muitas curvas e muitos bosques de castanhas, eis que numa descida, também em curva, vemos aparecer a ponta das torres, as pedras características de uma massiça construção medieval. In-crí-vel. Aqui no Lácio não é comum este tipo de construção, e de fato, não estávamos no Lácio, mas em Rieti – mas é tão pertinho de casa, que parece que estamos ali na esquina, a apenas 80km de Roma!
Infelizmente o castelo, depois de um restauro que durou quase 20 anos, estava e não estava aberto ao público. O que fazer? Daquelas coisas de sorte de viajante experiente, conseguimos achar o guardião do castelo, que era muito, mas muito mais do que um simples guardião: Lorenzo, que nasceu na Sabina (como é chamada esta zona) escreveu uma guia sobre esta antiga região até o período romano, junto com arqueólogos da Universidade La Sapienza. Além de conhecer a zona como a palma da sua mão, tinha um olha híper-treinado sobre construções desde as antigas necrópoles sabinas até às construções medievais e sabia nos indicar e traduzir em palavras, com seu vocabulário técnico fantástico, tudo sobre o castelo, desde a pavimentação dos estábulos dos cavalos, passando pela artilharia, simbologia dos brasões e criação de pombos-correios, até às cortinas de tijolos da Baixa e da Alta Idade Média.
A excursão no interior do castelo medieval foi completa, isto é, quando experts fazem uma visita a um monumento que viveu várias fases de construção, é importante contextualizar historicamente o monumento nas suas diferentes fases, além de descorrer sobre o próprio restauro – isso é coisa pra gente maluca e apaixonada como eu! Puts, que dia maravilhoso!
Tive um dia tão intenso e tão lindo, que só podia acabar com um por do sol nas colinas da Sabina que pacientemente tentavam me explicar o por quê do rei Numa Pompilio ter levado o culto de Vesta em Roma.
Mas essa é outra história que vai ser contada quando vocês estiverem com a gente em Roma!
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Olá!
Estou encantada com seus posts!! Amo história e está sendo muito interessante conhecer pontos da história de Roma pelos seus artigos.
Gostaria de saber valores para um tour nas catacumbas é ou lugares relacionados a fé cristã nos seus primórdios.
Seria somente para mim é meu esposo.
Ficaremos somente 5 dias sendo que três já estão comprometidos com compras de ingressos em alguns pontos turísticos.
Olá Fátima, obrigada pelas palavras, estudo e escrevo com muito amor – a cultura italiana é a minha vida apesar de eu não ter descendência. O modo para realizar orçamentos é através do email. Obrigada pela compreensão!
Patricia