Vamos ver se consigo escrever sobre uma coisa tão maravilhosa quanto o Mausoléu de Santa Constança sem usar a palavra “maravilhoso”. Aliás, a última vez que passei lá estava tendo um casamento e ainda de quebra ouvi a Ave Maria, que é uma contribuição que sempre combina com os monumentos religiosos de Roma!
Relembro que a profissão de guia de turismo na Itália é regulamentada, portanto é necessário que o profissional escolhido seja um GUIA – e não ACOMPANHANTE – credenciado.
Mausoléu de Santa Constança
Este Mausoléu foi construído entre 340 e 345 d.C. e a sua função inicial era ser o monumento funerário da Santa Constança (ou Constantina), a filha do Imperador Constantino.
Aonde e um pouco de história do Monumento de Santa Constança em Roma
O Mausoléu foi construído perto da catacumba onde tinha sido enterrada a Santa Inês, de quem Constantina era devota.
Por curiosidade o nome “Agnes” vem do grego Hagnos, e significa “pura”, “santa”, “consagrada”. Esta santa sofreu seu martírio em Roma no ano de 250, muito provavelmente no que é hoje a Piazza Navona.
Aqui existia uma enorme basílica que tinha sido construída muito provavelmente por ordem da própria Santa Constança, com uma capela originalmente reservada para conter os seus restos mortais, o que demonstra a devoção de Constança à santa.
Infelizmente, desta antiquíssima basílica vemos hoje somente restos de muros perimetrais.
Relembro que segundo as leis antigas era proibido enterrar os mortos dentro dos muros da cidade, por isso encontramos vários monumentos funerários nas grandes ruas de saída da cidade, como por exemplo a Nomentana a Salaria, Casilina; a mais famosa é a Via Appia!
Este monumento se encontra a aproximadamente 3km ao norte dos Muros Aurelianos.
No VI século, este mausoléu se transformou em um batistério e em 1254 foi consagrado como igreja pelo Papa Alexandre IV.
A curiosa construção redonda do mausoléu: arquitetura e materiais
O edifício redondo tem uma estrutura parecida com a igreja de Santo Estevão, com planta circular.
O ambiente é dividido em duas seções por colunas duplas de sustentação de granito verde e vermelho e é coroada por um grande tambor.
O material utilizado foram os tijolos, que tinham um acabamento com mármores coloridos, que infelizmente não chegou até nós.
O que podemos apreciar hoje, além da construção, são os mosaicos do IV século (ano 360) do teto abobadado, são os mosaicos monumentais mais antigos de Roma. O tema é típico do período em que foi realizado, com desenhos geométricos sobre fundo branco, cenas de vindima, pássaros e flores. Interessante notar a iconografia romana “de transição” do mundo pagão ao mundo cristão, mas ainda muito ligada ao primeiro.
Engraçado pensar que durante o Renascimento pensaram que este monumento tivesse sido um “Templo de Baco”, pelas tanas cenas de colheita de uva no teto!
A parede interna têm recortes com nichos, onde podemos ver uma cópia do sarcófago de Santa Constança. O original se encontra hoje nos Museus Vaticanos.
Confesso que foi muito difícil escrever sobre este monumento sem utilizar as palavras “maravilhoso” e etc., pois a beleza e os mistérios de Roma nunca deixam de me maravilhar!
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Endereço, horário de abertura e como chegar
-Via Nomentana, 349, Roma.
– Ônibus 90 (a partir de Termini) ou 36
– Metrô B (linha azul) – estação: Annibaliano
Horário de abertura ao público:
9.00–12.00h e 16.00–18.00h
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