As Catacumbas de Domitilla
«Anima Dolcissima»
epitáfio em lastra funerária das Catacumbas de Domitilla
Neste contexto encontramos sinais das mais antigas simbologias utilizadas por estes primeiros cristãos, que, sim, eram perseguidos por uma série de razões que não cabe discutir aqui neste momento, e que para assegurar o “sono” dos seus caros em contraposição à incineração dos corpos.
Os defuntos eram enterrados tratados com bálsamos e envolvidos em tecido, para depois serem depositados nos loculi das catacumbas, que aos poucos se transformavam em imensas (mas quando digo “imensas”, falo de 17km de ruas subterrâneas) galerias cavadas nos hipogeus de terrenos que eram normalmente doados ou emprestados por famílias abastadas que tinham se convertido ao cristianismo e que dispunham de espaços para realizar estes “cemitérios primitivos”.
As catacumbas foram desde o início adornadas com alguns símbolos, que eram naturalmente ligados às religiões pagãs, e é isso que eu adoro ir apreciar nestes fantásticos lugares: a transformação do simbolismo pagão no simbolismo da nova religião!
A estrutura da basílica foi reconstruída após a sua descoberta no século XX, e possui pequenas janelas no alto; entretanto, os arqueólogos que estudam estas catacumbas afirmam que a estrutura original possuía grandes janelas que iluminavam o seu interior.
O Hipogeu dos Flávios foi construído entre os anos de 390 e 395, remodelando (para não dizer “destruindo”) antigas estruturas existentes no interior destas catacumbas.
Um dos afrescos mais interessantes que encontramos aqui é o de “Amor e Psiquê“, que são um ótimo exemplo de ponte iconográfica entre o mundo pagão e a aurora do mundo cristão: a alma se salva depois de provas árduas superadas durante a vida.
A vasta simbologia que encontramos nos afrescos e a história que estas paredes nos contam se tornam legíveis quando uma guia nos acompanha durante o emocionante percurso; estas linhas não são nada além de uma pincelada que tenta incentivar a visita às catacumbas, como parte fundamental de uma visita à Roma.
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
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