A chuva de pétalas no Pantheon em Roma acontece ao final da missa das 10:30h no feriado de Pentecostes, que em 2018 acontecerá no dia 20/05.
Mitreu do Circo Máximo
Nesta zona interessantíssima da cidade de Roma, ligada à sua fundação, que é o Foro Boário, além dos templos de Hércules Olivário, Portunus e a maravilhosa Santa Maria in Cosmedin, existe escondidinho embaixo de um antigo edifício industrial de uma ex-doceria/padaria, um Mitreu denominado o “Mitreu do Circo Máximo”.
Desta antiquíssima religião sabemos muito pouco, pois era uma religião iniciática, isto é, uma religião que não se baseava sobre escritos de nenhum tipo, fato que há contribuido para que ela permanecesse um mistério para nós, já que não soubemos da boca de ninguém sobre a sua crença e sobre os seus rituais. A nós chegaram informações através de Tertulliano e outrs escritores cristãos que escreveram com intenção de denegrir a imagem desta religião e dos seus adeptos. O pouco que se sabe hoje é o resultado de pesquisas sérias iniciadas não antes de um grande convenho realizado nos anos ’80 para distmistificar uma série de informações errôneas divulgadas no passado pelo belga Franz Cumont.
O que sabemos sobre a religião mitraica
Sabe-se com certeza que esta era uma religião monoteísta, praticada exclusivamente por homens; que era uma religião iniciática, e compendiária (isto é, que quem a praticava podia praticar outras religiões, como o culto dos deuses pagãos).
Fato é que hoje os estudiosos calculam que na capital do antigo império romano, isto é, Roma, existessem entre mil e mil e quinhentos mitreus (em ÓstiaAntiga sabe-se da existência de dezoito). O mitraísmo persa teria chegado à Roma após a conquista da Grécia e da Ásia Menor, e atingiu o máximo da sua popularidade entre os séculos III e IV d.C., sendo proibida a sua prática após o Decreto (Edito) de Teodósio de 391, que oficializava o cristianismo como religião de estado. Após esta data, seguramente o culto amado pela alta classe do exército e dos administradores de Roma teria continuado a ser praticada, mas clandestinamente. Em parte muitos mitreus e suas estátuas de culto e decorações foram destruídos para dar lugar à nova religião cristã.
Uma vez que você se apaixona pela história de Roma, faz parte transformar-se num “viciado em mitreus” como eu e querer visitar todos os mitreus abertos à visitação para poder observar as diferenças na decoração, os pavimentos com os mosaicos dos sete graus de iniciação da religião, as estátuas de culto (na maior parte em museus) e assim por diante. Eram anos que esperava para descer no mitreu do Circo Máximo, e isso finalmente aconteceu na semana passada!
A 14m abaixo do nível do solo que pisamos hoje existe este mitreu, que muito provavelmente era ligado aos trabalhadores do próprio circo, dado que a religião era “vicinal”, isto é, os lugares de culto eram frequentados por pessoas que moravam ou trabalhavam nas proximidades do mesmo. A descoberta deste lugar deu-se nos anos ’30, quando restruturavam o palácio para conter os costumes do Teatro da Opera de Roma.
Este mitreu é muito menor do que imaginava, pois o confundi com o das Termas de Caracalla, que dizem ter sido o maior mitreu do inteiro império. Em todo o caso é sempre interessante passear nos subterrâneos da cidade, pois é um modo de aprofundar o conhecimento da cidade e das várias fases do seu desenvolvimento.
Onde fica o Mitreu do Circo Máximo
A entrada ao mitreu era na rua perpendicular aos “carceres” isto é, de onde partiam os cavalos para as corridas na parte retilínea do Circo Máximo e já no passado era abaixo do nível da rua. Logo à direita existia um pequeno ambiente onde acredita-se que fossem guardados objetos e roupas ligadas ao culto, os “apparitoria”; além disso, antes de poder entrar no templo, as pessoas (só homens, como disse anteriormente!) passavam por um período de catequização e não podiam partecipar à cerimônia, permanecendo numa área denominada hoje de “schola mitraica”. Nos nichos da entrada acredita-se que fossem expostas duas esculturas de Cautes e Cautópates, os deuses ligados ao nascer e ao por-do-sol. Em direção ao altar, existiam os longos bancos onde eram dispostos os adeptos para consumar uma “refeição ritual” composta por pão e água.
No fundo existia a estátua ou relevo de maiores dimensões com o deus Mitra, sempre representado durante o momento no qual mata o touro ou “tauroctonia” e dá origem à vida na Terra.
Este mitreu pode ser aberto sob solicitação de associações culturais para no máximo 25 pessoas e se você e seu grupo de amigos já forem “viciado em Mitreus”, podemos abri-lo exclusivamente para você!
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
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A fonte das Tartarugas nos surpreende pela sua originalidade, elegância e beleza durante uma caminhada pelo bairro judeu, entre o Rio Tibre a a Área arqueológica de Praça Argentina.
A Fonte das Tartarugas

No final do século XVI, após ao trabalhos de conserto e restauro do antigo aqueduto de Água Virgem (que alimenta a famosa Fontana di Trevi), foi determinado que seriam construídas novas fontes. Graças à influência política de um nobre que tinha a mansão da sua família alí perto (os Mattei), o projeto desta fonte era localizado a poucos metros do seu palácio, que garantia pavimentar a praça e fazer a manutenção da limpeza.
À construção da fonte é também ligada uma lenda cujo personagem principal é, claro, um duque da família “Mattei”, que teria perdido muito dinheiro no jogo durante uma noite, e que por esta razão teve a mão da sua futura esposa recusada pelo pai. Para reconquistar a confiança do pai da garota, o duque realizou uma grande festa que durou até à madrugada, e durante este arco de tempo mandou realizar a fonte. Na manhã seguinte ele pegou o pai da sua “ex”-futura noiva e disse: “Veja o que é capaz de fazer em poucas horas um Mattei falido!”. Segundo a lenda, o duque teria conseguido de novo, ter a mão da garota em casamento – e mandou murar a tal janela.
Mármores e arquiteto da Fonte das Tartarugas
Lenda ou não, sabemos que o florentino Taddeo Landini realizou esta fonte muito graciosa com meninos, “éfebos” realizados em bronze, apoiados sobre golfinhos, que por sua vez estão apoiados sobre bacias em forma de concha e que jogam com a água. A particularidade desta fonte não é só o tema, mas a riqueza dos cinco tipos de mármore utilizados na sua construção.
As famosas tartarugas que dão o nome à fonte foram uma ideia do grande Gian Lorenzo, o Bernini, realizadas durante o restauro da fonte, a menos de cem anos da sua construção. A fonte já tinha conchas, garotos e golfinhos, mas não é que as tartarugas dão uma graça ainda maior a esta fonte?!
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Endereço: Piazza Mattei
Depois do Coliseu e bem perto do centro histórico você vai encontrar uma das estruturas arquitetônicas da antiguidade mais impressionantes que chegou até nós depois do Coliseu e do Castel Sant’Angelo: o Teatro Marcelo, inaugurado no ano de 17 a. C., isto é, mais antigo do que ambos os outros monumentos citados.
O Teatro Marcelo
O Teatro Marcelo foi realizado pelo imperador Augusto em homenagem os seu sobrinho e único possível herdeiro que se chamava Marcelo (morto prematuramente e em circunstâncias pouco claras – coincidência?!), dado que Augusto e Lívia não tiveram filhos homens. O teatro tem uma grande semelhança com o Coliseu e provavelmente serviu como modelo para este último. Aqui aconteciam espetáculos teatrais e a sua inauguração foi sob o principado do próprio Augusto, em ocasião dos “ludi secolari”, com espetáculos teatrais e sacrifícios para comemorar a ‘virada do século’, que para os romanos tinha a duração de 100-110 anos, “o maximo que durava a vida humana”.
Detalhes arquitetônicos do Teatro Marcello
A “arquibancada” (‘cávea’) era originalmente semi-circular com 130m de diâmetro de tipo “romano”, isto é, não precisava de acidentes geográficos como colinas pois era erguida através da astúcia dos arquitetos romanos, sobre arcos. O material de construção é o tufo ( como o Coliseu), obra reticulada e tijolos, revestido por blocos de mármore branco.
As chaves dos arcos do lado exterior das arcadas inferiores tinham decorações com máscaras teatrais de mármore que representavam a tragédia, a comédia, o drama e a sátira. Estamos falando mais uma vez de uma decoração luxuosíssima que infelizmente não chegou até nós; temos que nos considerar sortudos por ter boa parte de muro e do revestimento em mármore travertino.
Como no caso do Coliseu, os números de espectadores são estimados e não 100% exatos, no caso do Teatro Marcelo, acredita-se que a capacidade fosse entre 15.000 e 20.000 lugares.
O teatro funcionou até o V séc. d.C. e durante a Alta Idade Média foi ocupado pela família “Fabi”, depois utilizado como forte pela família de nobres “Pierleoni”, cuja mansão ainda existe em parte ali perto. O palácio passou às mãos dos “Savelli” e foi restruturado por um grande arquiteto, Baldassare Peruzzi (séc. XVI), que adicionou o edifício no último andar que ainda existe, para depois passar aos “Orsini“.
História recente do Teatro Marcello
No início do século XX o teatro pertencia ainda à família dos “Orsini” e foi expropriado pelo estado, assim como as pequenas oficinas de artesãos que ocupavam as suas arcadas inferiores. Não se maravilhe com as pequenas janelas da construção superior, pois, sim, existem pessoas que moram em apartamentos ali dentro – luxo maior não existe, certo?!
Hoje acontecem espetáculos de música durante o verão e este complexo de área arqueológica é um dos cantos mais especiais da cidade para quem gosta de arqueologia, junto com os restos do templo dedicado a Apolo ( templo chamado Apolo Sosiano, logo mais vou escrever sobre ele) e vários outros edifícios nas imediações.
Esta área arqueológica é gratuita; visite-a com o devido respeito.
Endereço: Via del Portico d’Ottavia, 29
Horário de abertura: Primavera-Verão: 09-19h; Outono-Inverno: 09-18h
Catacumbas de São Calixto na Via Appia
No maravilhoso parque da Via Appia existem as mais famosas catacumbas, ou cemitérios dos primeiros cristãos. As catacumbas de São Calixto são das mais importantes e famosas pois possuem a Crypta dos Papas, pois no passado teve sepulturas de 8 bispos e 9 papas do séc. III d.C. (mesmo por que bispos e papas nos anos a.C. não existiam, não é mesmo?!).
A “cripta” (caverna ou catacumba) dos papas é o momento mais emocionante da visita, pois aqui vemos algumas incrições em lastras sepulcrais com as iniciais epì(scopos) = bispo ou MTR = mártir. Além disso foi montado um pequeno altar com colunas retorcidas em mármore, que acentuam a sacralidade deste lugar – este passeio é ideal para quem é fiel ou ama a história do cristianismo, como eu!
As catacumbas foram escavadas no substrato de origem lávica, o tufo, que servia perfeitamente à função de cemitério, pois é uma pedra “maleável” quando se escava, mas após algum tempo em contato com o oxigênio, se solidifica e fica bem resistente.
História e iconografia cristã nas Catacumbas de São Calixto
Estas catacumbas foram descobertas no século XIX pelo famoso e amado arqueólogo De Rossi. A maioria delas, já tinham sido naquele tempo, infelizmente, profanadas por bárbaros que procuravam no tesouros, como metais e pedras preciosas no seu interior.
Logo depois da cripta dos papas, podemos apreciar a cripta da Santa Cecília alguns afrescos com a representação da santa orando e do Cristo Onipotente com a bíblia na mão.
Do ponto de vista iconográfico, o que mais vemos nestas catacumbas de São Calisto é o mito de Jonas, comparado ao Cristo, por ter ficado “três dias no ventre do peixe”, Mateus 12-40: ” Portanto, assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no coração da terra. ” É emocionante ver uma das primeiras representações de Jonas, do III século e pensar ao enorme Jonas do Michelangelo da Capela Sistina e refletir sobre o desenvolvimento da iconografia cristã, que, como já disse, é uma minha grande paixão!
Após este passeio, os cristãos saem com a fé reforçada e os interessados por arte colocam mais uma peçinha no quebra-cabeça que é esta nossa História da Arte!
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Endereço das Catacumbas de São Calixto:
Via Appia Antica, 110/126
Horário de Abertura: Orario di apertura 09.00 -12.00 // 14.00-17.00
Fecho: quartas-feiras; De 26 Janeiro a 22 fevereiro 2017: Pausa invernal: Fechada dia 25 dicembre, 01 Janeiros e domingo de Páscoa.
Ingresso: € 8
Cinco obras de arte da Basílica de São Pedro nos gigantescos dois hectares de arquitetura! Vamos citar alguns aqui, de modo que você possa se orientar um pouquinho quando entrar nesta igreja incrível.
As dimensões da Basílica de São Pedro
Na Basílica de São Pedro coexistem uma abundância de estímulos visuais em forma de mármores coloridos no pavimento, paredes, tetos e cúpolas com mosaicos, esculturas de papas, altares, escritas e brasões que é de tirar o fôlego se for somente enumerá-los – aqui vamos apresentar cinco obras de arte fundamentais da Basilica de São Pedro.
No átrio (entrada, 140m de comprimento e 28m de altura!) da basílica, verá a escultura equestre do imperador Constantino, à direita de quem entra.
As obras de arte antes de entrar na Basílica de São Pedro
Não pense que todas as cinco portas de bronze de entrada da basílica não foram rigorosamente pensadas e projetadas, e não representem esculturas de grande valor! Pare e tome o tempo necessário para observar com atenção, no meio da multidão de fiéis e turistas que vão e vem, a Porta de Filarete, um grande artista toscano que trabalhou na basílica no século XV, com as representações da vida de Pedro e Paulo. Para nos lembrar que nem Roma e nem a Basílica de São Pedro foram construídas em um dia, temos o “Portão da Morte” do artista Giacomo Manzù (finalizado em 1964), com particular atenção para a cena no alto, da “Morte de Maria“.
Começamos com Michelângelo
Entrando pela porta principal, temos um dos emblemas da própria arte, uma obra de arte com a qual entramos em contato já bem cedo, mesmo morando longe da Itália, diria até mesmo sem ser cristão: a Pietà do Michelangelo, à qual dediquei um inteiro post após seis anos de blog!
Obras de arte da Basílica de São Pedro por Michelangelo
Embaixo de uma das cúpolas mais bonitas e maiores da Itália inteira, temos o também famoso “baldaquino do Bernini“, a estrutura sobre a relíquia da igreja, embaixo da qual somente o papa pode rezar as missas. Tão grande e quase desproporcional em relação ao já gigantesco espaço em que se encontra, o baldaquino de 29m corresponde a um prédio de nove andares. A escultura em bronze é composta por colunas retorcidas com o brasão da família Barberini com colunas da ordem iônica.
Obras de arte da Basílica de São Pedro por Bernini
Não deixe de ver o último trabalho esculpido pelo grande maestro Bernini, o túmulo de Alexandre VII Chigi, encaixado em uma das portas do transepto à esquerda, por falta de um lugar melhor; naturalmente o maestro deu o melhor de sí e faz parecer que não existiria lugar mais digno e melhor para o túmulo do ilustre personagem. A quantidade de mármores coloridos que Bernini utiliza nos demonstra toda a experiência em usar um material duro como se fosse macio, típica de um gênio acostumado a falar com desenvoltura com príncipes, nobres e papas.
Bernini e suas obras de arte da Basílica de São Pedro
Dramático e típico do período Barroco o Santo Andrea do Duquesnoy, realizado em colaboração com o estúdio Bernini – o santo e a sua cruz em forma de “X”; se menciono o Santo Andrea, não posso deixar de lado a Santa Verônica, de um dos mais brilhantes seguidores do Bernini, o Mocchi.
Para finalizar, fundamental admirar a Cátedra de São Pedro. Segundo a tradição, esta parte da decoração em bronze com acabemento dourado e que também saiu das mãos do grande Bernini, contém a poltrona sobre a qual São Pedro teria lido seus sermões em Roma.
Acho que no final das contas acabei escrevendo bem mais do que cinco obras de arte da basílica, mas é difícil não falar de algumas coisas!
Não posso negar que acredito que para aproveitar tudo isso seja necessário ter uma boa e experiente guia que fale português ao seu lado para que os Museus Vaticanos, a Capela Sistina e a basílica de São Pedro façam o sentido que merecem na sua cabeça. Para fazer um tour na Itália com guia em português não hesite em escrever para Guia Brasileira para pedir seu orçamento.
O Palácio Altemps em Roma
Em mais um museo que não nasceu para ser museu, mas era a residência renascentista de um cardeal tirolês, Marco Sitio von Hohenems, temos no Palácio Altemps de novo a prova que Roma é uma das cidades que nunca para de nos surpreender.
História do Palácio Altemps
O palácio foi construído entre os anos de 1477-1480 por Girólamo Riario, sobrinho do famoso Papa Sisto IV (famoso por ter construído a Capela Sistina). Em 1568 o palácio foi comprado pelo cardeal von Hohenms, que teve seu nome traduzido em “Altemps” em italiano. Aqui temos o dedinho de um outro famoso arquiteto de Roma no re-styling do palácio, Martinho Longhi (Igreja de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, entre outras coisas).
O próprio palácio é uma construção maravilhosa, com afrescos (e às vezes ouro!) no seu interior e nas paredes da loggia do pátio central, uma arquitetura elegantíssima que nos transporta no tempo e nos faz entender mais uma vez que o nosso imaginário de riqueza tem a sua origem aqui, na riqueza de Roma.
No interior deste palácio tem também uma igreja barroca dedicada ao papa Santo Aniceto com a sua sepultura (eventual mártire do II séc. d.C.). Normalmente a direção do museu coloca cantos gregorianos, tornando a estadia dentro deste ambiente ainda mais sugestiva.
Só o fato de passear por estas salas nos sentimos iluminados por estarmos rodeados por tanta beleza; o fato de alimentar a nossa alma nos causa um bem-estar incrível!
O cardeal Altemps colecionava arte antiga, paixão mantida por seu sobrinho Giovanni Angelo Altemps, cujas peças foram distribuídas por vários museus de Roma, mas aproximadamente cem esculturas ainda encontram-se aqui.
Coleção do Palácio Altemps
O que vemos neste palácio-museu hoje são coleções menores de famílias nobres (Altemps, Drago e Mattei) formadas entre os séculos XVI e XVIII e peças do acervo das Termas de Diocleciano (para mim, o Museu mais difícil e um dos mais preciosos de Roma, post logo mais).
Enorme e interessantíssima a seção egípcia, com uma infinidade de pequenos objetos e pequenas ânforas em vidro mas também é de excelente qualidade a coleção de esculturas greco-romanas.
Entre as peças de maior destaque, temos o Sarcófago Ludovisi (250-260 d.C.), que representa a luta entre romanos e bárbaros, uma obra de arte de excelente qualidade e estado de conservação. Digno de nota é a execução das dos retratos das fraccões que lutam, quase sem espaço para se locomoverem, tantas são as representações de corpos humanos, escudos e cavalos. A execução do relevo é extremamente profunda (típico para aquele período) e, consequentemente, sofre muito a ação de luz e sombra. Incrível a representação do defunto que aparece no centro, triunfante e sereno enquanto puxa o seu cavalo “indomável”. Do ponto de vista estilístico, é uma grande diferença o que vemos aqui em relação aos sarcófagos gregos (inspiração dos romanos), com seus relevos bidimensionais.
Interessante também o Trono Ludovisi, que os estudiosos acreditam ser um trabalho de uma oficina da cidade antiga de Locri Epizefiri (a Calábria de hoje) do V séc. a.C., e que fazia parte de uma bacia ritual ou de um altar. A cena representata seria a Afrodite que nasce da espuma do mar ou Perséfone que retorna à terra do reino de Hades, ajudada por duas criadas.
Temos ainda uma imensa cabeça de Hera, o famoso Acrólito Ludovisi, também do V séc. a.C. (Acrólito se refere a cabeça, mãos e pés em mármore de uma estátua colossal; neste caso muito provavelmente a peça também vem de Locri Epizefiri e também seria uma Afrodite ou Perséfone), Mercúrio, e peças interessantíssimas que vêm do Campo Marzio (zona assim denominada na antiguidade que é hoje para nós o centro histórico), mais precisamente dos templos dedicados a Ísis e Serápis.
Temos uma Afrodite romana do II séc. d.C., provavelmente inspirada na famosa Afrodite de Cnidos do escultor Praxíteles (IV séc.a.C.), em mármore de Carrara e vestida com alabastro florido; sim, uma das vantagens da sua viagem à Roma é que vai conhecer um monte de tipos de mármores e seu olho vai ficar cada vez mais afiado para reconhecê-los.
Este rico espaço arquitetônico representa Roma tão bem com toda a classe de um palácio da nobreza renascentista e católica e que contém preciosidades da cultura greco-romana. Não passe batido por aqui!
Endereço do Palácio Altemps:
Piazza di Sant’Apollinare, 46 – perto da Piazza Navona
Horário de funcionamento:
Abertode terça a domingo, das 09h às 19:45h – excessões: il primeiro de Janeiro e 25 de Dezembro.
Tickets Palácio Altemps:
Inteiro € 7 – Meia € 3.50
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Bibliografia
Argan, G. C., Storia dell’Arte Italiana, Milano,Ed. Sansoni, 1988
Gombrich, E.H., Die Geschichte der Kunst, Frankfurt, Fischer Verlag, 2009 (1950)
Guida Rossa Touring
Enciclopédia Treccani on line: http://www.treccani.it/
Site Locri Antiga http://www.locriantica.it/reperti/ludovisi.htm
Museus em Roma:
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Igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano
A palavra de ordem para iniciar a falar da igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano é “palimpsesto”, mais precisamente no sentido que a história da arte e arqueologia italiana atribuem a este conceito. Um palimpsesto era na Antiguidade um pergaminho que tinha sido cancelado para que se pudesse escrever um novo texto, mas que possui resquícios das inscrições anteriores.
O conceito importante aqui são as diversas camadasque este documento possui, de períodos que se sucederam, e portanto com formas e significados diferentes.
Breve cronologia da construção da Igreja de Santa Maria Antiqua
A igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano foi construída na metade do VI século aos pés do Palatino, perto da Casa das Vestais. A importância da descoberta desta igreja consiste na compreensão da urbanização do Foro Romano nos primórdios da Idade Média; seu funcionamento foi abruptamente interrompido no IX século por um terremoto, que a tornou impenetrável. É igualmente de fundamental importância para a História da Arte saber que tipo de programas iconográficos adornavam as suas paredes.
Esta igreja ficou “enterrada” por mil anos, até que Giacomo Boni, o grande arqueólogo que escavou boa parte do Foro Romano, encontrou-a em 1900.
Nos 300 anos em que a igreja funcionou suas paredes eram inteiramente decoradas. Hoje temos 250m² de afrescos de diferentes períodos, resquícios de opus sectile do final do período imperial. O afresco mais famoso é o palimpsestona parede da ábside. São SETE camadas que fazem com que ela seja a pérola das igrejas paleocristãs; sobretudo se pensarmos no período da iconoclastia do império bizantino.
As várias camadas de afrescos que podem ser vistas hoje
Podemos ver hoje afrescos do período de papa Martino I(649-653), Giovanni VII(705-707), papa Zaccaria(741-752), Paolo I(757-767). O oratório tinha uma decoração parietal de mosaicos, realizada pelo papa Giovanni VII, com estórias do Novo Testamento, com imagens da infância, milagres e da Paixão de Cristo e uma grande imagem de Maria “Regina” (Rainha) e o próprio papa Giovanni VII.
Interessante também os sarcófagos onde vemos algumas figuras de primeiras imagens cristãs, o espaço montado com objetos encontrados aqui, e até a reconstrução de um lustre antigo para podermos imaginar como era feita a ilumação do ambiente!
As minhas professoras de História da Arte estão frenéticas com a abertura desta igreja, pois a estudaram nos livros, fizeram prova na faculdade sem nunca terem visto ao vivo os famosos afrescos!
Excursão aconselhada para quem já viu Coliseu, Foro e Palatino e é apaixonado por História da Arte e Arte Medieval.
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Fontes:
Aulas com a Dtssa. Simona Lupinacci
Enciclopédia Treccani
“Santa Maria Antiqua tra Roma e Bisanzio”, Andaloro M., 2016
“I sarcofagi del paradiso”, Bisconti F., 2004
Site da Superintendência dos Bens Culturais de Roma: http://archeoroma.beniculturali.it/santa-maria-antiqua/?q=node/4
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Antinoo, o jovem mais bonito do mundo
Muita gente vem à Roma para ver a Pietà e o Moisés do Michelangelo, que são as obras-primas do grande escultor; mas Roma é Roma, e oferece muito mais do que a grande maioria conhece, como vèarias escultura do Antinoo.
Antinoo, o jovem mais bonito do mundo
Hoje gostaria de falar um poquinho de um jovem grego lindo que nasceu em 110 d.C. Na Bitínia (atual Turquia), um jovem que tinha pelo menos metade de seu sangue grego e que falava grego.
De todas as esculturas dos Museus Vaticanos (e tantos outros de Roma), esta chama a atenção pela sua beleza que encanta há dois mil anos. Templos foram erguidos em honra a este jovem e mais de 30 cidades do império emitiram moedas com o seu rosto. As suas esculturas foram encontradas espalhadas por todo o império, de Terragona (a Oeste do Império) à Armênia (no Leste). Acredita-se que totalizavam duas mil peças, das quais conhecemos hoje um pouco mais de cem – você encontra Antinoo, esse era o seu nome, não só em Roma, mas em Nápoles, no Fitzwilliam Museum de Cambridge, no Louvre, na Glyptotek de Munique, no museu arqueológico de Delfi, em Atenas, no Prado de Madrí e uma pequena pintura sobre madeira no Museu do Cairo.
Em número de representações de personagens da antiguidade, este jovem é o número 3, após Alexandre o Grande e Augusto; mas sabe de uma coisa? Este jovem não era nem nobre, nem rico e muito menos politicamente potente; ele era um simples escravo.
A vida de Antinoo foi marcada pelo encontro com o Imperador Adriano quando ele tinha apenas 12 anos, na Bitínia. Adriano o trouxe à Roma, e muito provavelmente ordenou que ele fosse educado na escola imperial dos escravos, na colina chamada “Célio”. À parte poucos dados dos quais os estudiosos têm alguma certeza, a sua vida permanece numa bruma de mistério, acentuada pela sua morte, que aconteceu quando ele tinha em torno a 20 anos, no Rio Nilo.
O que mais fala-se sobre Antinoo é que ele era o amante do imperador Adriano; a bissexualidade era fato corriqueiro naquela época. A partir de 127 Antinoo viajou muito com o imperador pelo império, dos arredores Roma até à Grécia, Ásia Menor à África setentrional, onde Antinoo morreu em 130.
Antinoo, Museu Arqueolèogico de Nápoles, foto do blogger Aurorartandsoul
De fato após 20 dias da sua morte, Adriano assinou o decreto no qual mandava fundar no Egito uma cidade que se chamava Antinoopolis.
Mais do que aparenta, um “simples amante do imperador”, a figura do belíssimo Antinoo tem um grande potencial para se desdobrar em conotações políticas, planejadas minuciosamente por Adriano, que fundou não só a cidade em sua honra, mas um culto ao jovem afogado nas águas do Nilo.
Expo “ANTINOO, UN RITRATTO IN DUE PARTI“, Palazzo Altemps, Roma
As representações de Antinoo são conhecidas desde o Renascimento, acredita-se que o Antinoo-Baco do Museu Arqueológico de Nápoles tenha servido como inspiração para o Baco do Michelangelo, por exemplo. E se você olhar bem, vai ver que esta afirmação não é tão absurda!
Em tempos modernos, até Oscar Wilde não resistiu ao jovem escravo da Bitínia, veja seu poema “The Sphinx”. Para não falar das vozes que dizem que a descrição de Dorian Gray teria sido feita a partir da observação de imagens de Antinoo, ou até mesmo o “nosso” Fernando Pessoa, que escreveu “Antinous” (1918), originalmente em inglês!
Quando vier à Roma, não deixe de encontrar o jovem da “boca de Romã” (O. Wilde)… talvez você até seja surpreendido por ele em lugares inusitados!
Mostra visitada em 2016 no maravilhoso Palácio Altemps.
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Palácio Farnese
A maravilhosa Piazza Farnese hospeda o Palácio Farnese , obra-prima do solo do Renascimento romano, realizada por Antonio da Sangallo, o Jovem, Michelangelo, Vignola eGiacomo Della Porta. É maravilhoso passear por esta praça e ver os afrescos da Sala dei Fasti.
O majestoso edifício é dividido em três andares com portão enorme em arco de silhares almofadados. Passar por este portão nos transporta ao mundo antigo, pois naturalmente o projeto original foi inspirado pelas basílicas e enormes arcadas do Foro Romano, as colunas vêm das Termas de Caracalla; sensação impagável de viver o Renascimentoe o mundo antigo, contemporâneamente.
A Scala d’Onore nos leva ao primeiro andar, com um ‘meio andar’ onde estão expostos alguns sarcófagos pagãos e esculturas de navios de guerra romanos. A escadaria é quase uma cordonataque indica a grandiosidade do salão onde logo chegaremos: o Salão de Hércules.
São 18m de pé direito com a enorme cópia da escultura de Glykon, cujo original está no Museu Arqueológico de Nápoles (logo mais o post sobre este fantástico museu). Nas paredes temos tapetes com desenhos de Rafaelcom os temas “Incendio em Borgo” e o “Papa Leão I impede Átila de entrar em Roma” (com retrato do papa Paolo III). Duas gigantescas alegorias de Guglielmo Della Porta, a “Caridade” e a “Abundânçia” adornam ambos os lados da lareira, realizada em mármores policromáticos pelo Vignola.
O ambiente de trabalho do atual embaixador francês é uma coisa impressionante: a decoração do teto (provavelmente realizada por Antonio da Sangallo, considerado o mais antigo do palácio) e os afrescos de Salviati se desenvolvem em várias alegorias secundárias que comemoram os fundadores da família Farnese são um exemplo perfeito do luxo e o glamour realizados com a mais fina mão de obra que vivia em Roma no século XVI.
O “Salão das Posses” foi afrescado somente no século XIX, mas em pleno estilo renascentista, com grotescas e paisagens de territórios de propriedades da Família Farnese.
O nosso percurso segue para o gabinete do cardeal Odoardo Farnese, sala chamada de “Camerino”, onde temos afrescos do século XVI com exaltações da personalidade deste personagem como “príncipe filósofo”.
O Salão Branco foi o primeiro apoio da Cristina da Suéciaem Roma, após chegar em Roma, em 1655, após àconversão ao catolicismo.
Impressionante e também digno de nota pelo luxo dos afrescos é o Salão Vermelho, com mais um maravilhoso teto em madeira esculpida, realizado no século XVI.
A Galleria, última sala a ser visitada, é um inteiro museu e nos faz sentir como se estivéssimos nos Museus Vaticanos, em um dos corredores que leva à Capela Sistina. Afrescada pelos irmãos Carracci (com ajuda dos grandes Domenichino e Lanfranco) em pouco mais de dez anos, do ponto de vista estilístico, estes afrescos marcam o final do manierismo “cansado” de repetir a si mesmo e o início do Barroco. Os principais temas afrescados aqui são o “Triunfo do Amor Universal”, “Triunfo de Baco e Ariana” e “Polifemo e Galatea”.
O Palácio Farnese pode ser visitado com prévia reserva de seis meses de antecedência em italiano ou francês.
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Site Oficial Palácio Farnese:
Endereço: Piazza Farnese, 67
Email: visite-farnese@inventerrome.com
Fax: 0039 0668601460
Reservas para visitas online: www.inventerrome.com
Telefone: 0039 06 68601
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