Erice é uma aldeia a quase 800m sobre o nível do mar que fica perto de Trapani, na Sicília e é tão antiga que é mencionada por Tucídides, Diodoro Sículo e Virgílio.
Segesta na Sicília, um sítio arqueológico maravilhoso perto de Trapani e Alcamo (onde produzem um vinhozinho branco, que eu vou te contar….). No verão italiano a palavra de ordem é: MAR! A partir do início de Junho, em Roma o pessoal fica maluco e já começa à ir para a costa durante os fins de semana; meu preferido é a Sicília, isso já está claro para os leitores do blog.
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Selinunte: a Grécia aqui na Sicília
Selinunte é uma das áreas arqueológicas mais importantes do mundo e fica a uma boa distância para quem estiver hospedado em Trapani, Marsala ou arredores de Agrigento
Tivemos hoje, de novo, um terrível terremoto na Umbria. Este post é uma homenagem simbólica ao país que amo e que já vivenciou todos os tipos de alegrias e tragédias que somente uma gama divina poderia inventar; sei que vai resistir também às novas plactas tectônicas que têm dado muito trabalho neste ano de 2016.
Esta região foi habitada na noite dos tempos por povos indígenas, chamados “Sicanos“, depois por Fenícios (obviamente!) e gregos – segundo Tucídides -, que depois foram conquistados pelos romanos (III ´séc. a.C.). Selinunte teria sido fundada na segunda metade do VII séc. a.C. e atingido uma população de 70.000 habitantes.
Selinunte surge no topo de escolhos, a 40m sobre o nível do mar, num lugar com uma vista deslumbrante para fundar uma cidade.
As ruínas que vemos hoje são divididas em duas partes do sítio arqueológico: a colina ocidental com a Acrópole e a colina oriental, com os templos gigantescos, chamados templos E (dedicado provavelmente à Hera) – templo F (dedicado à Atenas) – templo G (dedicado a Zeus), que foram construídos entre os anos 560 a.C. e 470 a.C.. É por estes aqui que começamos a nossa excursão.
Para agilizar o percurso, quando chegamos aqui ficamos tão emocionados que queremos chegar logo perto das enormes colunas dos templos… então estes carrinhos aceleram o percurso…
O material de construção dos templos vinha das pedreiras a Leste da cidade antiga (chamada “Cave di Cusa” ou “pedreiras de Cusa” em português) e era constituído por rocha sedimentária; aliás, a zona escolhida pelos engenheiros era exatamente onde esta rocha se demonstrava mais compacta, de modo que fosse possível extrair gigantescos blocos para a construção dos elementos que formavam os gigantescos templos . Os arqueólogos identificam uma brusca interrupção dos trabalhos da pedreira, mas até hoje não sabemos a razão.
O templo conhecido como de “Hera” era o segundo maior de Selinunte (~67 x ~25m), mas é o que chegou mais inteiro até nós. Foi construído em estilo dórico, em torno a 480 a.C e suas colunas medem 10m de altura. É um colosso construído com precisão de centímetros para as famosas correções óticas.
Na colina ocidental, temos os templos A, dedicado aos deuses Cástor e Pólux – tempolo B, pequena construção com muitos traços de policromia; aqui a estrela é o templo C, dedicado a Apolo, e D e vários altares onde eram incineradas as ofertas aos deuses.
Aqui ainda podemos percorrer uma das duas ruas principais que leva à gigantesca muralha do V século a.C. com as torres.
Visitar Selinunte é chegar mais perto das nossas próprias raízes e poder nos maravilhar mais uma vez com a tecnologia e engenharia gregas de uma cidade planejada onde é verifica-se mais uma vez a capacidade do Homem em estudar e modelar a Natureza para viver e honrar seus deuses.
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Inesquecível.
Endereço: Via Selinunte
Província : Trapani
Tel. : 092446277
Horário de ingresso : Abertura às 9h. Fecho: do dia 1° de Outubro às 17h (saída até às 19h); de 28.10 às 16h (saída até às 19h).
Ticket inteiro: € 6
Ticket reduzido: € 3
Mais sobre a Sicília: Siracusa, Catânia, Trapani, Segesta, Palermo, Ginostra (ilhas Eólias) e Culinária na Sicília, uma introdução básica
Nesta matéria falamos de uma planícia onde existe a maior monocultura de uva da Sicília, uma zona habitada entre o primeiro e segundo milênio antes de Cristo, onde se desenvolvou uma das maiores cidades púnicas, ponto estratégico do Mediterrâneo antigo, em Trapani há uma grande produção de sal e vinho.
Trapani, o sal e o vinho.
Igreja Matriz de Erice, Chiesa Madre
“Vocês são o sal da terra.” Mateus 5:13
A ponta do centro-histórico de Trapani
O vinho Bianco D’Alcamo é conhecido desde o século XVI, quando foi mencionado na crônica da Santa Sede por um sommelier, Sante Lancerio, como um dos melhores vinhos brancos que existiam!
A torre da Igreja Matriz de Erice
Além das belezas naturais, a cidade ainda mantém a estrutura urbanística do período da ocupação islâmica do IX século, uma infinidade de igrejas barrocas – Trapani é conhecida como a cidade “das cem igrejas”, pois nas suas ruazinhas estreitas e curvas, sempre que você olhar ao seu redor, vai ver um edifício de culto. A catedral, dedicada a São Lourenço, é um edifício jesuita da metade do século XVIII que foi construído sobre uma antiga igreja do XIV° século.
A Casina delle Palme, construção art nouveau com o escritório
de infos para turistas e música ao ar livre
O que ver em Trapani
Fan do românico que sou, adorei a igreja de Santo Agostinho construída pelos templares no último ano do século XIV, com a sua intrigante rosácea, no meio de tanto Barroco!
Igreja de Santo Agostinho, Trapani
Palazzo Cavarretta, sede do município de Trapani
Interessante o inteiro Corso Vittorio Emanuele com suas construções barrocas. Aqui acima, o Palazzo Cavarretta, iniciado na segunda metade do século XVII, mas com muitas reformas durante os séculos, com a adição dos santos João Batista e Alberto (infelizmente aqui em restauro) e o relógio, adicionado no início do século XIX.
Café da manhã siciliano: cornetto e sorvete
O café da manhã na Sicília é famoso pelo sorvete ou granita. Não, eu não consegui comer todo o meu café da manhã!
Salinas de Trapani
A extração do sal é uma atividade quase tão antiga quanto o Homem. As salinas de Trapani foram iniciadas pelos fenícios e hoje em dia são um raro exemplo de extração manual do sal. A área cobre 1000 ha e é gerenciada pelo WWF desde 1995.
A estrada 115 leva às salinas (a principal, “Riserva dello Stagnone” fica a 18km de Trapani), onde é possível conhecer a área através de uma visita guiada (€7, em italiano), visitar um pequeno museu dedicado à atividade da extração do sal comprar sal e apreciar a maravilhosa paisagem.
Salinas de Trapani
O que ver em Erice
Passeio de uma tarde, calcule pelo menos 6h para visitar este maravilhoso lugar!
Pegamos o teleférico para ir à quase mítica Erice e visitar a famosa igreja Matriz para subir rápida e confortavelmente os 751m do monte São Juliano, pedrona de origem calcárea sobre a graciosa e fértil planície de tufo.
A funivia para Erice…
… com uma vista deslumbrante…
A vista do alto do Monte Juliano é realmente uma experiência que nos deixou de boca aberta. Dá para entender por que um dos mais importantes santuários da antiguidade, o santuário da Vênus Ericina, ficava aqui!
A Matriz fica logo na entrada de Erice e foi erguida em 1314. Atrás do poderoso campanário, vemos a sólida façada de pedra com o pronaos retangular com quatro arcadas ogivais. Lá queremos entrar agora!
Presbitério da Matriz de Erice.
As três naves em estilo gótico que vemos hoje é o resultado de uma reforma da metade do século XIX (aconteceu muito este revival também em Roma). No terceiro altar da direita temos uma notável escultura da Virgem com o menino Jesus, trabalho de Domenico Gagini, de 1469; no presbitério, imagem em mármore de Giuliano Mancino a Virgem, santos e cenas da paixão, 1513.
Na parede à esquerda, temos um afresco de artesãos catalãos do século XV.
Igreja de São João Batista. Delicioso o portão de entrada gótico,
que sobreviveu à reforma do séc. XVII
Entre outras igrejas de Erice, destacamos a São Martinho (ou San Martino), e a igreja de São Juliano.
A igreja foi construída por ordem de Rogério, o normando, no XI século. Interessante a fachada simples contrastada pelo portão barroco; no alto das volutas das colunas note a representação de almas santas do purgatório sendo purificadas pelas chamas – no centro tem um busto de São Martinho.
Por último, digno de uma visita é o Castelo de Vênus ou Castello di Venere, antiquíssimo e sugestivo lugar de culto anterior à ocupação grega, onde as escavações de ’22 descobriram restos de colunas e capitéis dóricos do período romano e uma pavimentação de mosaicos, restos de um poço sagrado (chamado poço de Vênus), restos de uma residência púnica e termas romanas.
Castelo de Vênus, Erice
A estrutura que vemos hoje é do século XII, período da ocupação normanda, onde parte do material do antigo templo foi recicladao na construção. O castelo hospedava representates da monarquia, como o cobrador de impostos, o capitão e a prisão.
O castelo pertenceu à monarquia até o século XVI, quando foi completamente transformado em prisão militar pelos espanhóis. No século XVII a construção foi comprada por um nobre de Erice e em 1819, passou a ser propriedade da prefeitura.
Cachorros também fazem siesta em Erice!
Nós também precisamos de uma pausa em Erice, no meio de tanta história e cultura, para nos encher de energia! Os famosos doces sicilianos com pasta de amêndoas podem ser encontrados em diversas confeitarias na Via Vittorio Emanuele. A mais famosa delas é a confeitaria de Maria Grammatico, no número 14 desta rua. Qualquer, repito, qualquer doce que você escolher vai ser delicioso!
Caminhar sobre o percurso dos soldados e ao longo dos muros ciclópicos de defesa, grande obra militar trimilenar é, para mim, talvez a maior emoção em Erice, pois são muros do VIII século a.C. Quase 1,5km desta maravilha, com 16 torres.
O Museu Cordici de Erice é um pequeno museu com peças importantes mas de pequeno porte, encontradas na necrópole e que nos contam sobre a história desta cidade de 3 mil anos. Moedas, cerâmica e pequenos ídolos e balas de canhão (!) do período grego. A peça mais importante é uma cabeça de Afrodite do V séc.a.C.
Ilhas Égades: o mar de Favignana
Já que chegamos até aqui, vale à pena também uma visita às ilhas Égades: Favignana (praia que venceu o prêmio de “a mais bonita” de 2015!), Levanzo e Marettimo, um passeio que podemos fazer com os hidrofoils ou ferryboats, a partir do porto de Trapani.
Entrar no mar até Novembro! Isso é a Sicília (aqui estou em Favignana)!!!
Aqui o horário do hidrofoil do porto de Trapani para Favignana,
que custa só € 12,80 ida e volta.
Cidades gregas: Segesta
A 30 km de Trapani fica a antiga Segesta, onde existe um dos templos dóricos em melhor estado de conservação. Segesta: https://www.romaemportugues.com.br/segesta-na-sicilia/
Templo de Segesta, a somente 40km de Trapani
Em 2007 partecipei de uma exposição aqui e tenho doces lembranças da montagem da mostra e dos artistas que parteciparam. Uma muito engraçada era a montagem dos quadros do amigo Hanjo Schmidt, com a gente indo de uma sede à outra com as suas telas!
John Paul, o gênio irlandês e Hanjo Schmidt, 2007
Feliz com a amizade que nasceu com a artista coreana Hyesoo Park, 2007
Sicília, a minha Terra Prometida…
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Mais sobre a Sicília:
Comida na Sicília, uma pequena introdução: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-que-e-que-sicilia-tem.html
Palermo: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/08/se-uma-cidade-e-tao-fascinante-quanto.html
Selinunte: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/10/selinunte-grecia-aqui-na-sicilia.html
Catânia: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-museu-arqueologico-de-siracusa.html
Siracusa: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/07/especial-sicilia-siracusa.html
Museu Arqueológico de Siracusa: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-museu-arqueologico-de-siracusa.html
Trapani: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/trapani-o-sal-e-o-vinho.html
Segesta: http://guiaderoma.blogspot.de/2017/06/segesta-na-sicilia.html
Aqui o post sobre Ginostra, uma cidadezinha que fica em Stromboli: http://guiaderoma.blogspot.it/2015/04/ginostra-na-sicilia.html
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♪ “O que é que a Sicília tem?” ♫
Todo artigo sobre a culinária da Sicília que se preze, começa com a famosa citação de Lévi-Strauss:
Pasta com tomate cereja crú e mangericão.
“(…) A cozinha é o meio universal pelo qual a natureza é transformada em cultura.(…)”, O cru e o cozido, 1964.
Em todo o caso, fica como registro, curiosidade, pois quando penso em aromas e sabores ligados à minha amada Itália, ainda em ambiente francófono, não posso não pensar no “Aula” de Roland Barthes, que nos acompanha desde o Fórum Romano e vai até aonde você imaginar, sublinhando a raiz comum das palavras saber e sabor. A origem da nossa língua, usos e costumes está arraigada neste lugar: arraigado, fixado pela raiz, enraizado. Pronto, chegamos na terra e no ritmo dado à nossa vida através das quatro estações.
A terra vulcânica impregnada de silício e de todo o bem divino possível e imaginável faz com que os produtos desta ilha sejam simplesmente sublimes… imagino os primeiros colonizadores gregos de boca aberta após comer o primeiro fruto desta terra! Um eventual crescimento da população sobre um terreno escassamente cultivável pode ter sido a razão para o início de uma doce aventura que hoje chamamos de Sicília.
Pasta alla norma
Os refrões desta terra são as frutas cítricas, a alcaparra, as azeitonas, o salsão, a uva passa, o pinólis, as folhas de louro, a amêndoa e o pistache; pois aqui nessa terra tudo que se planta nasce, cresce e floresce – e é bom demais, meu Deus!
Adoro verdura e um prato siciliano famoso é a caponata – um prato de preparação longa. Os ingredientes básicos são beringela frita, cebola, alcaparra, azeitonas, salsão, e em algumas zonas temos as variações com uva-passa e pinólis.
Nos arredores de Siracusa vamos comer um peixe azul muito bom. Típica é a pasta con le sarde, a pasta com sardinha, com uma uva-passa pequenininha que se chama passoline, erva-doce selvagem, cebola, pinólis e alçafrão. O prato é servido salpicado com pão torrado moído tostado – está dando pra entender o tamanho da encrenca?
Aqui são famosas as cultivações de amêndoas e o famoso Nero D’Avola. A granita de Siracusa tem a casca da amêndoa; a de Catânia, não.
Granita de amêndoas
Em Ragusa tem uma raça de vaca que só existe lá. Com o leite desta generosa vaca, produzem o famoso caciocavallo, um queijo curado D.O.P. que nem te conto, e que já era comercializado no século XIV; aqui também fazem uma focaccia chamada vota vota, uma espécie de pizza recheada com o interior da massa bem tenro.
A cultivação de oliveiras aqui na ilha é milenar. Acredita-se que as primeirars árvores foram introduzidas pela população micênica ou pelos fenícios.
Na maior ilha do mar Mediterrâneo temos, naturalmente, vários tipos de azeite: o da região de Siracusa, Ragusa e Catânia, que é meio frutado e picante; o azeite da região de Messina e do Vale de Demone é doce e mediamente frutado; o trapanese é um azeite muito forte, amargo e picante; o do Monte Etna é um meio-termo entre o siracusano e o messinês; o do Vale do Belice é frutado e com uma fragrância intensa; o do Vale do Mazara é levemente frutado com forte aroma herbáceo.
Risoto de presunto crú no melão cantaloupe e
rolinho de pimentão na travessa retangula
Palermo é famosa pelos seus rolinhos com queijo primosale (um queijo fresco com sabor muito delicado), cebola miolo de pão e folhas de louro; em Messina temos uma variação destes rolinhos, que aqui são feitos com peixe-espada, ou como nas sarde a beccafico, sardinhas recheadas com cebola, miolo de pão e folhas de louro, uva-passa, suco de limão e em algumas zonas até açúcar!
Tiramisù
Em Catânia, quando bater aquela fome do turista que acordou cedo e andou pra dedéu, vai adorar o sanduíche de carne de cavalo (em forma de almôndegas ou fatias)… que ninguém quer comer, mas vê em todo o lugar e acaba experimentando – nesta hora vá à Via Plebiscito. Daí, para matar a sede você toma um seltz com limão e sal – remédio santo para quem tem pressão baixa!
Meu seltz me salvou a vida!
A pasta preferida do Dib e da Cassandra é a pasta alla norma, feita com molho de tomate, beringela frita e ricota salgada ralada – saudades, meus caros, ia gostar tanto de passear com vocês por aqui!
Quanto à massa, é típica na Sicília a pasta al forno (o “macarrão de forno“) feito em mil maneiras; por exemplo em Mòdica este prato é preparado com vários tipos de carne, abobrinha frita, cogumelos, ervilhas, cebola, ovo cozido e salame.
Em Trapani comemos o cuscus trapanês, que aqui tem influência do prato marroquino, mas a diferença é o caldo de peixe, vôngole e camarão – temperado com alho, cebola, salsinha, folhas de louro, salsão e amêndoas moídas.
Patricia, enquanto se prepara para combater um cannolo
Acho que deve ser um mês que em qualquer post que escrevo sobre a Sicília, coloco sempre uma granita no meio (e obviamente já falei aqui de granita), então para finalizar, inútil falar de cannoli, que todo mundo conhece, a massa frita recheada de ricota, baunilha e chocolate; mas o chocolate artesanal de Mòdica não é um chocolate artesanal “normal”, pois dizem que a receita utilizada aqui hoje ainda é aquela trazida pelos espanhóis no século XVI, que por sua vez “estudaram” diretamente com os astecas, que realizavam a pasta com temperaturas baixas (nunca passando dos 40°C). Um mundo que não conhece gordura vegetal, leite nem lecitina de soja.
Tradição em fazer doces com amêndoas!
As fotos deste post são da nossa guia siciliana, que me orientou durante todo o meu período de trabalho em Siracusa e arredores em 2015 e que não poderia não ser uma cozinheira de mão cheia e que dá aulas de culinária em Catânia.
Doce com creme de pistache
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Mais sobre turismo na Sicília:
Palermo: https://www.romaemportugues.com.br/dez-razoes-para-ver-e-se-apaixonar-por-palermo/
Catânia: https://www.romaemportugues.com.br/o-museu-arqueologico-de-siracusa/
Museu Arqueológico de Siracusa: https://www.romaemportugues.com.br/o-museu-arqueologico-de-siracusa/
Trapani: https://www.romaemportugues.com.br/trapani-o-sal-e-o-vinho/
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O Museu Arqueológico de Siracusa
Não dá para não falar duas coisinhas sobre o Museu Arqueológico de Siracusa, mais conhecido como “ah, o Paolo Orsi” entre os siracusanos.
Gorgone do Templo de Apollo, Museu Arqueológico de Siracusa
Isso por que na virada do século XIX ao século XX, quando importantes cartas eram jogadas no mundo da arqueologia, um certo Paolo Orsi, do norte da Itália, veio à Siracusa e trabalhou por quase meio século dando voz a espaço e tempo que há milênios tinham sido esquecidos pelo Homem.
Todo o período anterior à colonização grega (necrópoles de Pantalica, Caltagirone, que nos conta das relações da população sícula com o mundo mediterrâneo) até o período do Império Bizantino, passando por catacumbas cristãs foi minuciosamente estudado pelo Orsi; em poucas palavras, este homem desvendou dimensões que até então nunca tinham sido ousadas neste território.
Dito isso, o museu existe desde 1878 e conta hoje com mais de 18.000 peças que representam a maior coleção da Sicília, e uma das maiores, neste gênero, da Europa.
Para enfrentar os 9.000m quadrados, aconselho uma granita de amêndoas e um café, antes de começar!
A “nova” sede do museu, inaugurada em 1988, é dividida em três áreas que representam faixas de tempo diferentes três planos diferentes.
“Começando pelo começo”, isto é, pelo setor A, aprendemos um pouco da curiosíssima formação geológica da Sicília e dos povos que aqui habitaram entre o Paleolítico e a Idade do Ferro. Tem também o molde de um elefante-anão.
Maravilhosas as cerâmicas do período entre o IV° e o III° milênio:
Cerâmica do período Neolítico no Museu Arqueológico de Siracusa
Cerâmica e fragmentos com desenhos abstratos, período Neolítico
Fiquei louca com a estes vasos: formas, cores e decoração!!!
O setor B abrange o período da colonização grega, o Kouros de Lentini que eu tanto queria ver e pedaços de templos, com a maquete, de modo que entendamos melhor o que vemos em Ortigia.
Reconstrução do Templo de Apolo e… ói que maravilha de gárgula que este templo tinha!
Admirada perante tanta beleza!
Conferindo a escrição em grego na coxa do Kouros: VI – V séc. a.C.
A nossa guia nos disse que a palavra siciliana “caruso“, que quer dizer “garoto”, vem de Kouros: termo moderno utilizado para definir as esculturas deste período que significam “rapaz”, em grego – as esculturas completas eram acompanhadas pelo inconfundível e maravilhoso sorriso arcaico!
O setor C é dedicado às colônias de Siracusa com pequenos ídolos, figuras e oferendas e vasos com figuras pretas;
O setor D foi inaugurado em 2006 e possui estatuária, objetos, parte de monumentos, produção de manufatura e monumentos funerários desde o período helenístico até a conquista romana.
Para os interessados no período paleocristão, no setor F temos o importante sarcófago, “La Rotonda di Adelfia”, com cenas esculpidas do antigo e novo testamentos e a inscrição de Euskia, testemunha já no V século a devoção à Santa Lucia, também descoberta por Orsi
Na saída, aconselho escolher um bom restaurante para comer a pasta alle sarde com um Bianco D’Alcamo!
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Horários de Abertura
Segundas: fechado
De terça a sábado: 9.00 – 18.00
Domingos e feriados: 9.00 – 13.00
Tickets
Inteiro € 8,00
Meio (18-25 anos) € 4,00
Gratuito para menores de 18 anos
Site oficial: http://www.regione.sicilia.it/beniculturali/museopaoloorsi/
Endereço: Viale Teocrito, 66 – 96100 Siracusa
GPS: N 37.075480 – E 15.286016
Mais sobre a Sicília: Siracusa, Catânia, Trapani, Segesta, Palermo, Selinunte, Ginostra (ilhas Eólias) e Culinária na Sicília, uma introdução básica
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Especial Sicilia – este pedaço de mau caminho!
Vou fazer uma área exclusiva aqui no blog chamada Especial Sicília, que frequento desde 2002, mas desta vez vamos ser acompanhados por uma guia que fala português e que vai podê-lo acompanhar também, quando você estiver por aqui.
“Por incrível que pareça, apesar da ligação que temos com o mar,
a coisa que mais sinto falta da minha terra é o Etna, que acompanha
a nossa vida como se fosse uma divindade.” – Silvia M., amiga de Catânia
Os 3.300m do Etna, vistos do avião – emoção antes que os pés
toquem essa terra tão fértil!
Iniciamos com uma aliteração irresistível: é uma grande emoção a visão do vulcão do avião.
Os campos cultivados já nos fazem pensar às laranjas e limões que vamos comer, as verduras que são tão boas que quase nem precisam de tempero… a Sicília, este pedaço de mal caminho é mais um canto deste país das luzes, da história, da arte, do vinho e da origem da nossa língua que deve ser vista com calma e com e zelo.
Sem dúvida, a minha primeira compra!
Que delícia!
Escolhi iniciar a viagem para apresentar a ilha no meu blog do mesmo lado em que iniciou a colonização grega: de Catânia e Siracusa. Mas a base vai ser perto do mar azul, mar de rochas de origem vulcânica e de água cristalina para poder me refrescar entre uma excursão e outra.
Granita. São tão boas que não dá para escolher um só sabor!
Então começamos com dois, amêndoa e limão.
Antes de chegar em casa e tomar banho para iniciar, a parada obrigatória foi na sorveteria local, de amigos da minha anfitriã, que já aproveitou para indicar a melhor da cidade!
Tamanho não é documento, mas aqui é sabor!
O primeiro dia é de relax total, ver o mar, e organizar as ideias para não perder tempo.
Vou explorar resorts, zonas históricas, e naturalmente vou à uma vinícola, além de falar de comida.
Aliás, o primeiro jantar foi um maravilhoso spaghetti alla puttanesca, com azeitona preta, alcaparra, tomate e mangericaõ – um verdadeiro presente de boas-vindas.
Especial Sicília – Os ingredientes básicos da pasta alla puttanesca
Fiquem ligados se tiverem interesse na Sicília, pois vou mostrar passo a passo o que voce pode fazer por aqui com uma excelente guia turística que fala português!
Para o seu roteiro personalizado na Itália com guia em português não hesite em escrever para Guia Brasileira em Roma para pedir seu orçamento.
Comida na Sicília, uma pequena introdução: https://www.romaemportugues.com.br/%e2%99%aa-o-que-e-que-a-sicilia-tem-%e2%99%ab/
Palermo: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/08/se-uma-cidade-e-tao-fascinante-quanto.html
Selinunte: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/10/selinunte-grecia-aqui-na-sicilia.html
Catânia: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-museu-arqueologico-de-siracusa.html
Siracusa: https://www.romaemportugues.com.br/especial-sicilia-este-pedaco-de-mau-caminho/
Museu Arqueológico de Siracusa: https://www.romaemportugues.com.br/o-museu-arqueologico-de-siracusa/
Trapani: https://www.romaemportugues.com.br/trapani-o-sal-e-o-vinho/
Segesta: https://www.romaemportugues.com.br/segesta-na-sicilia/
Aqui o post sobre Ginostra, uma cidadezinha que fica em Stromboli: https://www.romaemportugues.com.br/ginostra-na-sicilia/
Sobre mim
Olá, eu sou a Patricia e me apaixonei por Roma em 1994, quando ainda era uma estudante de Artes Plásticas em Hamburgo. Desde então fiz várias viagens para estudar a Cidade Eterna e em 1998 me mudei para cá. No Turismo estou desde 2007, quando comecei a trabalhar com alemães. Sou guia credenciada em Florença e Roma e este blog é um elogio muito pessoal sobre a minha paixão pela cultura Clássica. Na minha equipe trabalham as melhores guias que falam português nas principais capitais italianas, escolhidas a dedo por mim ao longo dos anos.
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setembro 13, 2011
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