Nesta matéria falamos de uma planícia onde existe a maior monocultura de uva da Sicília, uma zona habitada entre o primeiro e segundo milênio antes de Cristo, onde se desenvolvou uma das maiores cidades púnicas, ponto estratégico do Mediterrâneo antigo, em Trapani há uma grande produção de sal e vinho.
Trapani, o sal e o vinho.
O vinho Bianco D’Alcamo é conhecido desde o século XVI, quando foi mencionado na crônica da Santa Sede por um sommelier, Sante Lancerio, como um dos melhores vinhos brancos que existiam!
Além das belezas naturais, a cidade ainda mantém a estrutura urbanística do período da ocupação islâmica do IX século, uma infinidade de igrejas barrocas – Trapani é conhecida como a cidade “das cem igrejas”, pois nas suas ruazinhas estreitas e curvas, sempre que você olhar ao seu redor, vai ver um edifício de culto. A catedral, dedicada a São Lourenço, é um edifício jesuita da metade do século XVIII que foi construído sobre uma antiga igreja do XIV° século.
O que ver em Trapani
Fan do românico que sou, adorei a igreja de Santo Agostinho construída pelos templares no último ano do século XIV, com a sua intrigante rosácea, no meio de tanto Barroco!
Interessante o inteiro Corso Vittorio Emanuele com suas construções barrocas. Aqui acima, o Palazzo Cavarretta, iniciado na segunda metade do século XVII, mas com muitas reformas durante os séculos, com a adição dos santos João Batista e Alberto (infelizmente aqui em restauro) e o relógio, adicionado no início do século XIX.
O café da manhã na Sicília é famoso pelo sorvete ou granita. Não, eu não consegui comer todo o meu café da manhã!
Salinas de Trapani
A extração do sal é uma atividade quase tão antiga quanto o Homem. As salinas de Trapani foram iniciadas pelos fenícios e hoje em dia são um raro exemplo de extração manual do sal. A área cobre 1000 ha e é gerenciada pelo WWF desde 1995.
A estrada 115 leva às salinas (a principal, “Riserva dello Stagnone” fica a 18km de Trapani), onde é possível conhecer a área através de uma visita guiada (€7, em italiano), visitar um pequeno museu dedicado à atividade da extração do sal comprar sal e apreciar a maravilhosa paisagem.
O que ver em Erice
Passeio de uma tarde, calcule pelo menos 6h para visitar este maravilhoso lugar!
Pegamos o teleférico para ir à quase mítica Erice e visitar a famosa igreja Matriz para subir rápida e confortavelmente os 751m do monte São Juliano, pedrona de origem calcárea sobre a graciosa e fértil planície de tufo.
A vista do alto do Monte Juliano é realmente uma experiência que nos deixou de boca aberta. Dá para entender por que um dos mais importantes santuários da antiguidade, o santuário da Vênus Ericina, ficava aqui!
A Matriz fica logo na entrada de Erice e foi erguida em 1314. Atrás do poderoso campanário, vemos a sólida façada de pedra com o pronaos retangular com quatro arcadas ogivais. Lá queremos entrar agora!
As três naves em estilo gótico que vemos hoje é o resultado de uma reforma da metade do século XIX (aconteceu muito este revival também em Roma). No terceiro altar da direita temos uma notável escultura da Virgem com o menino Jesus, trabalho de Domenico Gagini, de 1469; no presbitério, imagem em mármore de Giuliano Mancino a Virgem, santos e cenas da paixão, 1513.
Na parede à esquerda, temos um afresco de artesãos catalãos do século XV.
Entre outras igrejas de Erice, destacamos a São Martinho (ou San Martino), e a igreja de São Juliano.
A igreja foi construída por ordem de Rogério, o normando, no XI século. Interessante a fachada simples contrastada pelo portão barroco; no alto das volutas das colunas note a representação de almas santas do purgatório sendo purificadas pelas chamas – no centro tem um busto de São Martinho.
Por último, digno de uma visita é o Castelo de Vênus ou Castello di Venere, antiquíssimo e sugestivo lugar de culto anterior à ocupação grega, onde as escavações de ’22 descobriram restos de colunas e capitéis dóricos do período romano e uma pavimentação de mosaicos, restos de um poço sagrado (chamado poço de Vênus), restos de uma residência púnica e termas romanas.
A estrutura que vemos hoje é do século XII, período da ocupação normanda, onde parte do material do antigo templo foi recicladao na construção. O castelo hospedava representates da monarquia, como o cobrador de impostos, o capitão e a prisão.
O castelo pertenceu à monarquia até o século XVI, quando foi completamente transformado em prisão militar pelos espanhóis. No século XVII a construção foi comprada por um nobre de Erice e em 1819, passou a ser propriedade da prefeitura.
Nós também precisamos de uma pausa em Erice, no meio de tanta história e cultura, para nos encher de energia! Os famosos doces sicilianos com pasta de amêndoas podem ser encontrados em diversas confeitarias na Via Vittorio Emanuele. A mais famosa delas é a confeitaria de Maria Grammatico, no número 14 desta rua. Qualquer, repito, qualquer doce que você escolher vai ser delicioso!
Caminhar sobre o percurso dos soldados e ao longo dos muros ciclópicos de defesa, grande obra militar trimilenar é, para mim, talvez a maior emoção em Erice, pois são muros do VIII século a.C. Quase 1,5km desta maravilha, com 16 torres.
O Museu Cordici de Erice é um pequeno museu com peças importantes mas de pequeno porte, encontradas na necrópole e que nos contam sobre a história desta cidade de 3 mil anos. Moedas, cerâmica e pequenos ídolos e balas de canhão (!) do período grego. A peça mais importante é uma cabeça de Afrodite do V séc.a.C.
Ilhas Égades: o mar de Favignana
Já que chegamos até aqui, vale à pena também uma visita às ilhas Égades: Favignana (praia que venceu o prêmio de “a mais bonita” de 2015!), Levanzo e Marettimo, um passeio que podemos fazer com os hidrofoils ou ferryboats, a partir do porto de Trapani.
Cidades gregas: Segesta
A 30 km de Trapani fica a antiga Segesta, onde existe um dos templos dóricos em melhor estado de conservação. Segesta: https://www.romaemportugues.com.br/segesta-na-sicilia/
Sicília, a minha Terra Prometida…
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Mais sobre a Sicília:
Comida na Sicília, uma pequena introdução: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-que-e-que-sicilia-tem.html
Palermo: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/08/se-uma-cidade-e-tao-fascinante-quanto.html
Selinunte: http://guiaderoma.blogspot.de/2016/10/selinunte-grecia-aqui-na-sicilia.html
Catânia: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-museu-arqueologico-de-siracusa.html
Siracusa: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/07/especial-sicilia-siracusa.html
Museu Arqueológico de Siracusa: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/o-museu-arqueologico-de-siracusa.html
Trapani: http://guiaderoma.blogspot.de/2015/08/trapani-o-sal-e-o-vinho.html
Segesta: http://guiaderoma.blogspot.de/2017/06/segesta-na-sicilia.html
Aqui o post sobre Ginostra, uma cidadezinha que fica em Stromboli: http://guiaderoma.blogspot.it/2015/04/ginostra-na-sicilia.html
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