Existem infinitas coisas que poderiam ser ditas sobre a Capela Sistina, um dos afrescos mais conhecidos e visitados no mundo inteiro; aqui vão dez curiosidades sobre o teto da Capela Sistina para que você entenda o quanto é importante termos consciência de algumas informações a mais do que a sua maravilhosa beleza universal para aproveitar melhor a experiência fantástica que é visitá-la.
Já que “tocamos a matéria incandescente” da Pietà do Michelangelo, após tantos anos, chegou a hora de escrever algumas linhas sobre o Juízo Final do Michelangelo da Capela Sistina, trabalho realizado em um segundo momento em relação ao teto, mais uma grande obraprima deste gênio que foi Michelangelo Buonarroti.
Capela Sistina: O Juízo Final do Michelangelo
Momento histórico em que foi pintado o Juízo Final da Capela Sistina
Quando o papa da casa Medici, Clemêncio VII, encarregou Michelangelo de apagar os afrescos do altar para pintar o Juízo Final, estávamos no ano de 1534 e tinham passado 22 anos da finalização do teto da Capela Sistina. Michelangelo era uma estrela do Renascimento, para não dizer a estrela mais brilhante do Renascimento, reconhecido e aclamado como grande artista.
Roma tinha acabado de sobreviver ao grande saque de 1527, à uma epidemia de peste e Lutero estava tendo muito sucesso com as suas teses no que chamamos hoje de “Alemanha”, até tinha utilizado a nova tecnologia chamada “prensa”, inventada “por um tal de” Gutenberg para imprimir a sua própria bíblia.
Para completar este momento extremamente difícil, Clemêncio VII morreu sem ver nem um desenho na parede deste trabalho que se transformaria em mais uma das obras de arte mais conhecidas e admiradas no planeta.
Ainda bem que papa Paolo III deu continuidade ao projeto… que Michelangelo demorou sete anos para acabar!
Durante a sua viagem pela Itália é interessante ver alguns “Juízos Finais” e colocá-lo antes ou depois do Michelangelo.
Descrição dos elementos principais do Juízo Final do Michelangelo
O que vemos nesta parede com muito azul de lapis lázuli não tem nada a ver com o que tinha sido até aquele momento histórico uma decoração de parede de altar!
A figura central e dominante de um “Cristo-Apolo” com seu braço direito elevado movimenta circularmente e em sentido horário uma cena com mais de duzentos personagens nas mais diferentes posições e perspectivas. Temos entre eles anjos, “eleitos” e condenados, santos mártires da Igreja, e a Virgem (quase amedrontada), originando um efeito provavelmente inspirado pela leitura de um expert toscano em “Divina Comédia“.
Ao redor do Cristo, os mártires, São Pedro, Santa Catarina, São Lourenço, São Bartolomeu (autorretrato de Michelangelo na pele que ele segura com a mão esquerda),
Como vemos nas flechas da figura em preto e branco, à esquerda temos um movimento ascendente de figuras “eleitas”, salvas, que atingirão o reino dos céus. À direita temos um movimentos descendente, das chamadas figuras “danadas”, condenadas, que irão ao inferno – clara a alusão ao barqueiro Caronte da mitologia grega, em baixo à direita, no seu barco, que leva as almas ao reino de Hades.
Sim, este trabalho foi muito criticado por muitas pessoas, que viam nestas figuras nuas que representavam a Igreja um verdadeiro escândalo. E assim tal Biagio da Cesena, mestre de cerimônias do papa, foi colocado no Inferno com orelhas de burro e uma serpente que abocanha o seu sexo. Melhor não mexer com o Michelangelo!
Mais ou menos é isso… mas se quiser saber tudinho mesmo, vale à pena pegar um tour com a gente para poder curtir essa obraprima sob todos os seus aspectos!
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Imagens: Wikimedia
Bibliografia:
Argan, G. C., Storia dell’Arte Italiana, Milano,Ed. Sansoni, 1988
Von Brauchitsch, B., Michelangelo, Berlin, Suhrkamp, 2009
Acidini Luchinat C., Michelangelo Pittore, 2007
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setembro 13, 2011
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