Todo mundo fala do teto da Capela Sistina (Aqui neste post: Maravilha Capela Sistina de Michelangelo)! Decidi escrever sobre as paredes da Capela Sistina, tão importantes quanto ao teto de Michelangelo, pintadas por ordem de Sisto IV, por mestres florentinos e umbros.
As paredes da Capela Sistina
— Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui,(…)”
Entre 1980 e 1998 a Capela foi restaurada. Dezoito anos de trabalho, dos quais 14 somente para o teto. Este post tem um pequeno mapa para orientação na famosa Capela; neste post você tem as informações básicas do teto do Michelangelo, mas neste momento, vamos dar atenção a estes grandes pintores, os primeiros que deram vida às paredes da Capela Sistina tão importante do Vaticano!
No restauro foi utilizada uma solução de bicarbonato de sódio e amoníaco, que hoje nos permite de ver a palheta de uma pintura feita 500 anos atrás! Assim descobrimos quanto eram ao mesmo tempo suaves e intensas as cores que Michelangelo utilizou. Este restauro foi realizado por mão-de-obra super-especializada italiana e possível graças ao patrocínio da televisão japonesa (Nippon Television).
A capela foi costruída pelo Papa Sisto IV entre 1477-1480 para ser a capela do palácio papal. A capela tem 40,20m de comprimento, 13,41 de largura e 20,70m de altura, que correspondem às medidas do Templo de Salomão. Para decorar as paredes, ele chamou pintores da região da Umbria e da Toscana. O trabalho foi realizado entre 1481 e 1482 por uma grande equipe de pintores, entre os quais Signorelli, Ghirlandaio, Botticelli e Perugino.
Seu sobrinho, o Papa Júlio II (1503-1513), encarregou o Michelangelo para pintar o teto, que originalmente era um simples céu estrelado. O resultado foi uma obra-prima da arte renascentista, com um conteúdo extremamente espiritual. Nesta capela acontece o “Conclave“, a mais importante reunião de cardeais que faz a escolha do próximo Papa.
Sisto IV pediu que fossem representadas cenas como nas mais antigas Basílicas: tecidos no primeiro nível; retratos de Papas, de Pedro a Marcellus (308-309) entre as janelas; o Cristo e os três primeiros Papas da parede central do altar, que foram removidos quando Michelangelo pintou o “Juízo Final“.
À metade da altura do lado esquerdo (olhando para o altar) temos acontecimentos da vida de Moisés e do lado direito, eventos da vida de Jesus. Aqui é clara a vontade do Papa Sisto IV de salientar a vida da humanidade antes e depois da vinda do Messias, propondo a Capela Sistina como um novo templo de Jerusalém.
Vida de Moisés – começando pelo Juizo Final, parede Sul – o primeiro afresco, “Moisés encontrado”, foi apagado para dar lugar ao Juizo Final. A “Fuga ao Egito” é do Perugino (A); depois temos uma cena da vida do jovem Moisés, de Botticelli (B). As próximas pinturas, “A abertura das aguas do Mar Vermelho” (C) e “Moisés recebe as tábuas com as leis no Monte Sinai” (D) são de Cosimo Rosselli ( 1439- 1507). O “O Castigo dos Rebeldes” (E), de Botticelli, tem como fundo as ruínas romanas do Fórum Romano. A “morte de Moisés” (F) é um trabalho de Luca Signorelli (1445-1523).
Vida de Cristo – parede Norte,começando pelo Juizo Final – aqui também o antigo primeiro afresco foi destruído para dar lugar à pintura de Michelangelo. Começa-se, então, com o “Batismo de Jesus” (G) de Perugino e Pinturicchio. A próxima representação é a “Tentação e a lei a respeito do leproso depois de curado” (Levítico 14.1) (H), que ficam bem em frente ao trono do Papa; isto foi feito com intenção pelo pintor, dado que o Papa Sisto IV tinha escrito um trabalho teológico sobre este tema. Além disto, ele pintou o Templo de Jerusalém com a fachada do Hospital Santo Espírito ( visível e em funcionamento até hoje no Lungotevere), que este Papa tinha mandado contruir. No fundo, tem uma pequena cena da “Tentação de Jesus” em um bosque. Em seguida, vemos a Vocação de S. Pedro e S. Andrea (I), pintada por Ghirlandaio. Depois temos um por-do-sol com o “Sermão da Montanha e no “Poder purificador de Jesus” (J), de Cosimo Rosselli (e seu ajudante Piero di Cosimo), que é uma das primeiras representações deste gênero na historia da pintura. “A Entrega das chaves a S. Pedro” (L) é uma obra-prima de Perugino. Aos dois lados da representação do Templo de Jerusalém, vemos duas reprentações do Arco de Constantino (Fórum Romano), tão admirado no período renascentista. A última pintura do lado Norte é a “Última Cena” (M), de Cosimo Rosselli. Aqui reconhecemos Judas, sentado separado dos outros apóstolos, bem na frente de Jesus.
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