O presépio da Praça São Pedro de Roma (Presépio do Papa Francisco) em 2017 é de menores dimensões em relação aos anos precedentes e conta com a presença de vários personagens que não são tradicionalmente representados em um presépio. Talvez seja o melhor que tenha visto até agora, em quase 20 anos de Roma.
A primeira é em relação às dimensões: ao invés de ser um enorme palco que marca uma encenação do nascimento de Jesus, encenação distante e claramente separada do observador, neste anos temos um presépio de dimensões pequenas, que nos convida a nos aproximar e olhar com atenção a cena representada, fato que gera uma introspecção no comportamento do observador. A semelhança da “cabana” onde acontece o nascimento de Jesus com a cúpola de São Pedro poderia ser uma alusão à própria Igreja, colocando-a como protagonista das Sete Obras de Misericórdia.
É importante que lembremos as palavras do papa assim que assumiu o
pontificado, em 2013, dizendo que “vinha de longe para evangelizar”. O papa Francisco fez questão de comemorar um Ano Jubilar e por isso realizou em 2016 o “Jubileu da Misericórdia“. E aqui vemos o retorno deste tema, a misericórdia, que parece ter sempre muito espaço nos pensamentos de Francisco, desta vez revolucionando uma iconografia no meio da praça mais importante da cristandade.
O Presépio deste ano possui mais de uma narração: a narração “intrusa” são as Sete Obras de Misericórdia, inspiradas pelo evagelho de Mateus, Mt 25,31-46 e convida o fiel a 1) dar de comer a quem tem fome e 2) dar de beber a quem tem sede – obras complementares que nos lembram de pensar às pessoas que não têm a possibilidade de comer e beber todos os dias, como nós; 3) vestir os nús – quem sabe pensar a dar não somente roupas velhas, mas roupas que estejam em ótimo estado à pessoas que não têm como se vestir; 4) dar pousada aos peregrinos – antigamente ser peregrino podia ser muito perigoso. Hoje em dia esta obra de misericórdia poderia ser vivida pensando a amigos ou parentes a quem damos hospitalidade ; 5) assistir aos enfermos – fazer companhia à pessoas velhas ou doentes; 6) visitar os presos – ajudar presos não só com bens materiais mas dar um auxílio útil, como ensinar uma profissão, para que possam ver um futuro quando sair da prisão; 7) enterrar os mortos – nem Jesus quando morreu teria tido uma sepultura digna, mas graças ao José de Arimateia teve seu corpo retirado em tempo para ser enterrado.
E assim papa Francisco trabalha incessantemente com uma mensagem clara e coerente aos seus fiéis ou fans durante o seu pontificado.
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