Dicas para comer em Roma. Há muito tempo que gostaria de fazer um post sobre este assunto, já que é tudo tão diferente aqui…e esse momento de entressafra, saindo da minha rota de Portugal e voltando à Roma, resolvi finalmente escrever sobre isso…

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Comer em Roma

Em primeiro lugar, gostaria de sublinhar o fato que o amor por “estar à mesa” dos romanos é uma herança dos estruscos, um povo que habitou a península itálica muito antes dos romanos. Resumindo muito a importância deles aqui, pode-se dizer que ensinaram os latinos como cultivar o vinhedo e a agricultura de modo geral.

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Comer em Roma

Os romanos comem muito, começam com os “antipasti” (as entradas) que podem ser torradinhas com pasta de alice ou paté de azeitona, flores de abobrinha fritos (“fiori di zucca”), “prosciutto e melone” (melão com presunto crú – das melhores coisas pra comer quando o dia esta’ muito quente), “mozzarella e pomodoro” (tomate e muçarela), “carpaccio di zucchine”. Num restaurante de peixe, você vai encontrar coisinhas com alici, salmão defumado, ostras, “tartufo di mare” (molusco que vive em concha parecida com um marisco); polvo, “moscardini” (pequeno polvo) com fios de abobrinha, coração de alface e molho de alici… e por aí vai, dependendo da creatividade do cozinheiro!

 

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Os romanos são loucos por peixe, e como regra, este é fresco na maior parte dos restaurantes nas 6as feiras. Em restaurantes muito bons (entende-se $$$$), chega fresco todos os dias de manhã. E tem cada restaurante de peixe aqui!

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Come-se de modo muito “simples”, sem cremes de leite e coisas do gênero, confiam na autenticidade e alta qualidade da matéria prima para o sucesso do prato: um bom azeite (que aqui se chama “olio”) é fundamental. Cada região da Italia diz que tem o melhor azeite, “olio”. Todos são bons, com diferenças dadas pelo solo onde crescem as oliveiras.

Reconstrução de cozinha na Roma Antiga, trabalho fantástico de Eduardo Barragán

Passemos aos “primi“, que podem ser pasta ou risotos (feitos em modo completamente diferente do nosso). Em todo o caso, a pasta tem que ser “al dente“, isto é, nunca como uma consistência de “papa”, mas no caso dos spaghetti, por exemplo, eles tem que estar soltinhos e separados uns dos outros. Devem ser mordidos. É uma arte italiana a pasta al dente. Eu adoro!

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Experimente coisas tipo “pasta con le zucchine” (macarrão com abobrinhas), “zucchine e gamberi” (abobrinhas e camarões), con beringela, tomate cereja e muçarela (também chamada de “pasta alla norma”, tipicamente siciliana), con aspargos, com alcachofras. Os “risotti” (risotos): “alla pescatora” (com frutos do mar), “al radicchio” (alface roxa), allo zafferano (com alçafrão), “risotto di funghi porcini” (para quem gosta, risoto com um tipo muito especial de champignons), “risotto di zucca” (abobora, muito bom!). E o que não é bom desta lista?!?

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Depois do primo vem o secondo, isto é, carne ou peixe. Experimente tudo, pois mesmo as coisas que conheçemos tem um sabor levemente diferente aqui, e vale a pena conferir!

“Tripa” é um ti’pico prato romano, são interiores. Come-se muita “bistecca” (de porco ou vaca), “ossobuco alla romana” (carne de vitelo), “peixe al forno” (assado)…

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E junto com o “secondo“, vem um “contorno“, isto é, uma verdurinha…tipo um , “porcini saltati con pomodoro” (champignons frito com tomate), beringela e abobrinha grelhadas… ou simplesmente “verdura ripassata in padella”, a verdura cozida e refogada.

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Não esqueçamos da sobremesa: frutas da estação ou um “sorbetto”, uma torta, muito comuns a “torta del nonno”, torta de chocolate com pinoli e a “torta della nonna”, branca com pinoli.

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Chegamos ao fim da nossa refeição. Depois do café (“corto”, um expresso bem curtinho), só falta o “digestivo“, vasta opção de licores e “amaro” (fernet bianca, averna), dependendo da região feito com frutas, em roma toma-se muito “Limoncello”.

Estamos prontos pra ir visitar o Vaticano!

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