A apenas uma hora ao nordeste de Roma, envolvida por uma profunda atmosfera mística, encontramos a famosa Abadia de Farfa, um monastério de monges beneditinos fundado no longínquo século VI, por São Lourenço Siro (que hoje acredita-ser ser um bispo da Sabina e não um monge que veio do Oriente, fungido às perseguições).
Penso que seja dispensável sublinhar a quantidade de estilos de períodos diferentes que fazem com que este monastérios seja uma verdadeira pérola dos arredores de Roma!
A abadia é o edifício mais antigo da zona da Sabina* dedicado à Virgem Maria.
Durante a Idade Média, moravam aqui quinhentos monges. Hoje são somente seis!
Interessante observar as duas fases de contrução do monastério, dividos por convenção em “Basílica Original” (século VI) e “Basílica Carolíngea”. (século IX).
A lenda diz que já no final do VI século, a abadia tinha sido atacada por longobardos, até que no ano de 680, a Virgem indicou um lugar a São Tomás de Moriana, onde ele deveria construir um santuário dedicado à ela, em troca de sua proteção. Depois de 25 anos São Tomás conseguiu a proteção do Duque de Espoleto para a reconstrução do novo monastério.
Depois da morte de São Tomás o grupo de monges de vida santa, capacidade administrativa e experiência política estava decididos a transformar este lugar num monastério digno do lema beneditino ora et labora.
O monastério ainda tem um enorme pomar com árvores de fruta e, como toda estrutura deste tipo, era no seu auge, completamente auto-suficiente!
Dos monges famosos que viveram aqui, destaca-se o francês Alano, que realizou uma coletânea de homilias utilizadas nas liturgias e o monge sabino Provato, que entre outras coisas realizou um aqueduto que fornece água ao monastério que ainda existe e funciona!
Foi aqui que o imperador Carlos Magno dormiu, quando estava indo à Roma para ser coroado pelo Papa Leão III!
Entre as riquezas artísticas da abadia, a representação do Juízo Universal da contra-fachada, obra realizada em óleo por um artista flamingo, Henrik van der Broek, em 1561 em uma interpretação manierística do grande afresco da Capela Sistina de Michelangelo.
A abadia oferece visitas guiadas (em italiano), onde pode-se visitar a biblioteca, com livros raríssimos do século XI, parte dos subterrâneos sobre o qual foi construído o primeiro monastério e uma farmácia com produtos produzidos pelos monges.
Parada obrigatória para os devotos de São Bento!
* Sabina: zona da Itália central localizada entre o Lácio, Umbria e Abbruzzo.
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