Para iniciados e apaixonados pelo Renascimento, este “livrinho de aparência tão inocente”, o Projeto do Renascimento por Elisa Byington, de 81 páginas e 81 toneladas de precisações sobre este fundametal período da História italiana (e obviamente não só italiana), é um must.
”Entre o nome de Deus escrito sobre uma parede e sua figura em outra, não haveria dúvida sobre qual dos dois seria mais reverenciado”
Leonardo di ser Piero da Vinci
Quais foram as fontes da Roma Antiga utilizadas para este novo momento “de luzes” no qual se afirmava estar entrando? Quem foram os primeiros artistas a terem plena consciência da importância do movimento que estava por nascer? Como foi iniciar a falar “academicamente”, de ética e estética neste período e, de novo, quem foram os pivots deste jogo?
A ideia de tempo que tínhamos tido até então, parece que muda radicalmente, com a percepção que “tinhamos sido uma coisa, nos transformado noutra”, mas almejávamos ser uma outra ainda mais diferente e com um brio e vigor completamente novos.
Em 1415, Brunelleschi põe no papel quais eram as novas regras de perspectivas a serem seguidas: os espaços passam a ser uma variável totalmente submetida ao Homem, nova e indiscutível medida de todas as coisas. Mas Piero della Francesca também quer dizer a sua opinião sobre o que é perspectiva na pintura, e Leonardo adiciona importância de pintar, pensando no ponto de vista do observador final do que se está sendo pintado, chegando a comprometer a forma das figuras (anamorfosi), para que o resultado final seja perfeito, ideal. Não perca as “falsas cúpolas” da Igreja de Santo Ignazio em Roma, pertinho do Pantheon, na via del Seminario.
A Natureza é tudo, é o modelo a ser seguido à risca; mas a Roma Antiga que estão descobrindo pouco a pouco também – e tudo isso se completa sem entrar em choque.
Mas a Natureza é perfeita e deve ser “copiada exatamente” como é, ou deve ser “melhorada” pela mão/olho/mente do Homem? Vamos seguir Zêuxis ou Praxíteles? Olhaí, a questão da importância da personalidade do artista nascendo, questão que nos acompanha muito intensamente até hoje!
Quem ensinou Michelangelo a desenhar (trocando em miúdos) e a desenvolver seu racíocinio que o levava a reverenciar o corpo humano como a maior manifestação da Graça Divina? Qual trabalho seu, que você acha que representa a maior prova disso?
E o grande Leonardo e seu savoir-fair no meio deste período efervescente? Era completamente diferente de tudo o que estava acontecendo e já era coisa demais!!! Qual era o seu caráter? Que ideias defendia? Vamos ver pelo menos o esboço (cartone) da “Vergine delle Rocce”(1495-1508, óleo sobre madeira, 189,5 cm × 120 cm, National Gallery, Londres), a “Adoração dos Magos” (1481-1482, óleo sobre madeira, cm 243cm x 264cm, Galleria degli Uffizi, Firenze), e a “Última cena” (1494-1498, afresco sobre gesso, 460cm × 880cm, o “Cenacolo Vinciano” está no ex – refeitório do santuário de Santa Maria delle Grazie) deste artista (e reter as lágrimas nos olhos diante de tanta beleza)?
Nos meados do século XVI, quando o Renascimento se encontrava num momento maduro, quais eram as preocupações dos pintores, escultores e arquitetos? E essas três profissões, o quanto se entrelaçavam ou se repudiavam?
Como a secularização da cultura e a contra-reforma influenciaram as formas, cores e materiais que estavam saindo maravilhosamente das mãos dos maiores artistas que o mundo já viu? Quando foi que a mão do artista, e não o material com o qual se produzia uma obra de arte, iniciou a entrar no orçamento das comissões?
A linda estátua equestre do Marco Aurélio que vemos hoje no centro do Campidoglio, quando foi identificada como Marco Aurélio e nao mais como Constantino, fato este que a fez chegar inteira até nós!
O desenho pode não ser uma simples habilidade manual.
Em 1563 se pensa a uma Academia das Artes do Desenho para a Educação das artes como matéria científica, teórica e prática. O artista obtém a sua plena libertação das corporações, com todas as consequências disso.
Lembrem-se que em uma outra “aldeia”, nao muito longe da Itália, a única preocupação era entender o céu para poder navegar à terras longínquas e acumular metais e pedras preciosas… e isso também trouxe as suas consequências.
Para saber o que foi o Renascimento, fica a sugestão com especial recomendação à artistas e estudantes de História da Arte de:
TÍTULO: O PROJETO DO RENASCIMENTO
ISBN: 9788537801420
IDIOMA: Português
ENCADERNAÇÃO: Brochura
FORMATO: 12 x 18
PÁGINAS: 81
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2009
ANO DE EDIÇÃO: 2009
EDIÇÃO: 1ª
AUTOR: Elisa Byington,
Elisa Byington se formou em sociologia na PUC-Rio e em história da arte na Universidade de Roma – La Sapienza, onde se dedicou ao estudo da obra de Giorgio Vasari, primeiro historiador do Renascimento italiano. Autora dos livros Galleria Borghese – Os tesouros do cardeal (2000) e Palazzo Pamphilj (2001), colabora periodicamente com ensaios e artigos sobre arte clássica e contemporânea em revistas especializadas. Tem também dois mestrados – um em ciência política e outro em história da arte, além de um doutorado feito em Roma nas Bibliotecas Hertziana, Piazza Venezia, Casanatense, Angelica e Piazza dell’Unità.
Mora na Italia desde 1986.
Palavras–chave: Vasari,Brunelleschi, Elisa Byington, Giorgio Vasari, Leonardo Da Vinci, Michelangelo, O PROJETO DO RENASCIMENTO, Renascimento, Humanismo, tomada de distancia das “trevas” da Idade Média, imitaçao da natureza, ANATOMIA E PERSPECTIVA LINEAR,Andrea Pozzo, Piero della Francesca, imitar mas superar a natureza, Alberti,Filarete, matematica,diferenciaçao artesao – artista,O Homem Universal ,Zeuxis,Vitruvio, manierismo, Elisa Byington