Os Museus Vaticanos são um grupo de museus com uma das maiores e mais preciosas coleções de arte do mundo, iniciada em 1506 pelo Papa Júlio II. A Capela Sistina e os apartamentos papais fazem parte dos Museus e podem ser visitados pelo público, que gira em torno a 5 milhões de visitantes por ano; depois dos Uffizi de Firenze, é o conjunto de museus mais visitados na penísula italiana.
Visitar os Museus Vaticanos
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Um pouco de história dos Museus Vaticanos
Tudo começou com a compra de uma escultura, o grupo Laocoonte, que foi encontrado em um vinhedo perto da Basílica de Santa Maria Maggiore. Apenas um mês depois da aquisição desta escultura, ela já estava esposta ao público no que chamamos hoje de Pátio Octagonal.
A partir daí a coleção se enriqueceu com infinitas obras que iam sendo achadas nas antigas vilas romanas, na Toscana, e diversos Papas construíram espaços para acolher a majestosa coleção. Os Papas Clemente XIV (1769-1774) e Pio VI (1775-1799) deram um grande impulso aos espaços espositivos, com a criação do Museu Pio-Clementino.
Lousa com desenhos de restauradores, oficinas de restauro dos Museu: que experiência maravilhosa, obrigada Stefano!
Pio VII (1800-1823) aumentou a coleção clássica, construindo o Museu Chiaramonti e o Braccio Nuovo, adicionando obras epigráficas na Galleria Lapidária.
Gregorio XVI (1831-1846) fundou o Museu Etrusco em 1837 com achados das escavações de 1928 no sul da Toscana (etrúria meridional) e o Museu Egípcio em 1839, com peças já existentes na coleção vaticana, outras dos Museus Capitolinos, além de peças da coleção do Museu Profano Lateranense (1844), que contavam com estátuas, baixo-relevos e mosaicos romanos que não tinham lugar no Palácio Vaticano.
Pio IX (1846-1878) adicionou ao Museu Profano Lateranense o Museu Cristiano, com esculturas cristãs antigas, sarcófagos e inscrições.
San Pio X (1903-1914) criou o Lapidário Hebraico em 1910, uma seção do museu que possui quase 150 inscrições antigas provenientes de cemitérios hebraicos antigos em Roma, a maior parte das peças veio do cemitério da rua Portuense, doadas pelo proprietário do terreno, os marqueses Pellegrini-Quarantotti. Estas últimas coleções Museo Gregoriano Profano, Museo Pio Cristiano e Lapidário Ebraico foram transportadas por ordem de João XXIII (1958-1963) do Palácio Lateranense a um edifício que foi contruído para ser integrado aos Museus no Vaticano e desde 1970 são abertos ao público.
No Ano Santo 2000, a antiga entrada dos Museus (de 1932) foi transformada na saída, e a nova entrada foi aberta em um muro construído a 90º da antiga entrada.
Em 2006 os Museus Vaticanos comemoraram o seu 500º aniversário com a abertura ao público da Necrópole Vaticana .
A composição dos Museus Vaticanos:
– Pinacoteca Vaticana: originalmente ocupava o espaço do Apartamento de Papa Borgia, até que o Papa Pio XI mandou construir um espaço para esta coleção, realizado pelo arquiteto Luca Beltrami. O museu contém obras de pintores como Giotto, Leonardo, Raffaello e Caravaggio.
A coleção de arte religiosa moderna: contém obras de: Francis Bacon, Carlo Carrà, Marc Chagall, Salvador Dalí, Giorgio de Chirico, Felice Mina, Paul Gauguin, Wassily Kandinsky, Henri Matisse e Vincent van Gogh.
– Museu Pio-Clementino: Fundado por Papa Clemente XIV em 1771, destinado a abrigar obras antigas e renascimentais. Museu e coleção foram aumentados pelo Papa Pio VI. Hoje podemos apreciar obras de esculturas gregas e romanas.
– Museu Missionário-etonológico: Fundado por Pio XI em 1926, abriga obras de caráter religioso provenientes do mundo inteiro; é composto, na sua maior parte, por doações feitas ao Papa.
– Museu Gregoriano-egípcio: Fundado por Papa Gregório XVI, abriga uma enorme coleção de achados do antigo Egito: papiros, múmias, o famoso Livro dos Mortos e a Coleção Grassi.
A coleção Grassi foi comprada da viúva de Carlo Grassi em 1950 e compreende quase 300 peças de achados islâmicos: objetos em cerâmica, vidro, pedra e metais. A maior parte destes objetos é de origem egípcia, mas muitos vêm do Iran. A data de produção de vários objetos desta coleção é classificada entre os séculos VIII e X.
– Museu Gregoriano-etrusco: Também fundado por Gregório XVI em 1983, este museu possui 8 galerias e abriga achados importantes da civilização etrusca, provenientes de escavos arqueológicos: vasos, sarcófagos, esculturas em bronze e a famosa Coleção Gugliemini.
A coleção Guglielmini foi formada no século XIX, em consequência das escavações arqueológicas em Vulci, organizados pelos marqueses Guglielmi. Posteriormente a coleção foi dividida entre os irmãos Giacinto e Giulio Guglielmi, e parcialmente comprada pelos Museus em 1987.
Em 1994 os Museus compraram a inteira coleção, que é composta por 494 objetos que vão da época villanoviana até à época helenística.
– Museu Pio Cristiano
– Museu Gregoriano Profano
– Pavilhão das carroças: contém alguns dos veículos com os quais os papas se moviam no passado; faz parte do Museu Histórico do Vaticano, cuja sede principal se encontra no Palácio Laterano.
– Museu Filatélico e Numismático
– Museu da biblioteca Apostólica Vaticana
– Museu Chiaramonti: museu com o nome do Papa Pio VII Chiaramonti que o fundou no início do século XIX. É composto por uma grande arcada onde estão espostas aos lados numerosas esculturas, sarcófagos e frisos. A nova ala, o Braccio Nuovo, foi contruida pelo arquiteto Raphael Stern (1774–1820) e abriga os célebres “Augusto di Prima Porta”, e Doríforo (cópia de original de Policleto). Aqui também podemos ver a Alegoria do Rio Nilo, que usei para ilustrar este post.
Uma outra parte do Museu Chiaramonti é a Galeria Lapidaria, que contém mais de 3000 peças de pedras com inscrições, o que faz deste museu a maior coleção de manufaturas deste tipo. Esta ala é aberta somente a pesquisadores, sob solicitação.
Enquanto escrevo estas linhas, este Museu se encontra fechado para restauro, sem previsão para abertura.
– Palácios Vaticanos
– As Galerias
Galleria Lapidária, Braccio Nuovo, Galleria dei Candelabri, Galleria degli Arazzi (Tapetes realizados na Bélgica a partir de desenhos de Rafael), Galleria dos Mapas.
– As Capelas
Sistina, Niccolina, de Urbano VIII.
Post sobre o teto da Capela Sistina: http://guiaderoma.blogspot.de/2012/02/maravilha-capela-sistina-de.html
Post sobre as paredes da Capela Sistina: http://guiaderoma.blogspot.de/2012/02/as-paredes-da-capela-sistina.html
– As Salas
Da Biga, Apartamentos de São Pio V, Sala Sobieski, Sala da Imaculada Conceição, Salas de Rafaelo, Loggia de Rafaelo, Sala dos Chiaroscuri, Apartamento do Papa Borgia.
Espero ter dado uma boa ideia sobre a complexidade para visitar os Museus Vaticanos. É aconselhável ter uma boa guia que apresente o percurso básico da coleção, ou que possa fazer um percurso sob medida, para quem já esteve aqui várias vezes.
Endereço para visitar os Museus Vaticanos: Viale Vaticano, 6 – 00120 Città del Vaticano
Meios de transporte: De Termini: Linha A (vermelha), parada “Ottaviano” (direção Battistini); Ônibus nº 23.
Abertura e horários para visitar os Museus Vaticanos: de 2a a Sábado, das 09 às 18 (é obrigatório sair do Museu meia hora antes do fecho).
O Museu estará fechado nos seguintes dias:
Janeiro 1, 6
Fevereiro, 11
Março 19
Abril 20, 21, 27
Maio 1
Junho 29 (Santos Pedro e Paulo)
Agosto 14, 15
Novembro 1
Dezembro 25, 26
Custo dos tickets dos Museus Vaticanos: Adultos € 16,00; menores de 18 anos: € 8,00 – quando se aquista os tickets para pular a fila, adicionam-se € 4 por ticket. Vale a pena.
Compra de tickets on line: http://biglietteriamusei.vatican.va/musei/tickets/index.html
Recomendações para visitar os Museus Vaticanos: Vista-se com os joelhos (bermudas e saias abaixo dos joelhos no verão) e ombros cobertos. Se estiver muito calor, tenha sempre um lenço na bolsa. Não leve bolsas grandes ou mochilas, pois às vezes não têm problema nenhum, mas às vezes nos obrigam a deixá-las no guarda volumes.
De brasileiros para brasileiros na Itália: reserve aqui a sua guia de turismo que fala português.Museus em Roma: