Os Cosmatas (em italiano, Cosmati) eram os integrantes de uma família romana que teve 7 escultores, especialistas marmoristas, que atuaram por 4 gerações e viveram entre os séculos XII e XIV.
Quem eram os Cosmatas?
“Um viajante sem poder de observação é como um pássaro sem asas”
São conhecidos pelos trabalhos arquitetônicos, pelas esculturas e decorações, mas sobretudo pelos mosaicos pavimentais polícromos com temas abstratos no interior das igrejas.
A habilidade manual desta família de artistas foi tão especial e marcante no seu tempo, que hoje se fala em um estilo “cosmatesco“, para indicar o estilo e ténicas desenvolvidos por eles e imitados em seguida por tantos.
Camillo Boito (arquiteto e escritor, 1836 – 1914) foi quem usou pela primeira vez, em 1860, o adjetivo ‘cosmatesco’.
Os seus trabalhos podem ser vistos em decorações de claustros, pavimentos, altares e ambões (espécie de mesa de presbitérios), que eram constituídos por um trabalho de pequenos azulejos muito sutis (“tasselli”, em italiano) de mármore e outras pedras muito rígidas, pasta de vidro e ouro formando temas geométrico-abstratos.
Guglielmo Matthiae, em Componenti del gusto decorativo cosmatesco (1952), afirma que todos os elementos desenvolvidos pelos cosmatas já se encontravam na decoração marmórea da Roma Imperial, defendendo a sua tese da origem romana (e não bizantina) da arte cosmatesca, com vários exemplos presentes nas seguintes basílicas: Basílica Inferior de São Clemente e Capela de S. Zenone, na Basílica de Santa Prassede (Via di Santa Prassede, 9, 00184 Roma), onde esta segunda representa um claro exemplo de decoração pré-cosmatesca, com o amplo disco de pórfido circundado por triângulos e o motivo xadrez entre estes e as faixas brancas de mármore que decoram o perímetro da igreja.
A tendência a diminuir o tamanho das peças com os anos pode ter sido o resultado da dificuldade em encontrar lastras grandes inteiras ou simplesmente a pura maestria dos artesãos.
Outro fator que se soma à tese do desenvolvimento puramente romano da decoração cosmatesca segundo Matthiae, são os afrescos da apside da basílica paleocristã de São Crisógono (século IV, Piazza Sidney Sonnino), que os indica como linhas diretrizes seguidas pelos artistas marmoristas.
Internacionalmente conhecidos já no seu tempo, estes artistas foram chamados ao exterior e obras deles se encontram hoje na Abadia de Westminster, na Inglaterra e na Igreja românica de Gurk, na Áustria (Kärnten).
Os nomes dos marmoreiros da família dos Cosmatas
Aqui os nomes e as datas do período em que viveram:
Paulo (primeiro artista do qual temos notícia. Trabalhos entre 1100-1118), plúteos da Catedral de Ferentino
Lorenzo di Tebaldo (trabalhos entre 1162-1190)
Jacopo di Lorenzo (trabalhos entre 1185 e 1210)
Cosma di Iacopo (1210-1231)
Luca di Cosma (1234-1255)
Jacopo alter o di Cosma (1231)
Da família de Cosma di Pietro Mellini, os filhos de Cosma:
Deodato di Cosma (1290-1332)
Giovanni di Cosma (1293 e 1299)
O estilo cosmatesco foi também realizado por outras famílias artesãs, como os Vassalletto, dei Mellini, di magister Paulus e os di Rainerius.
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Onde ver os trabalhos dos Cosmatas em Roma
– Basílica de Santa Maria Maggiore
– Santa Maria in Cosmedin
– Basílica di San Clemente
– Igreja de San Benedetto em Piscinula
– Basilica di San Crisogono
– Basilica di Santa Croce in Gerusalemme
– Basilica dei Santi Quattro Coronati
– Basilica di Santa Maria in Aracoeli
– Basílica de São João em Latrão
– Basílica de São Paulo fora dos muros
– Capela Sistina
– Santa Maria Maggiore
– San Pietro alla Carità.