O Museu das Termas de Diocleciano, as maiores termas do mundo romano, possui uma coleção de 10.000 peças de epigrafia (inscrições) em uma sede linda de arrepiar: as termas foram realizadas pelo imperador Diocleciano em apenas 8 anos e com 13 hectares de dimensão, finalizadas no ano de 306 d.C..
Um dos temas mais impressionantes para quem vem à Roma é a abundância de água e fontes. No centro-histórico de Roma existem algums exemplos que podem ser observados na zona arqueológica; a maior parte dos aquedutos de Roma pode ser admirada no famoso Parque dos Aquedutos, que faz parte do Parque da Appia Antica, em uma área que se extende por 240.000 m2.
Os aquedutos de Roma
“Quem considerar cuidadosamente a quantidade de água para uso público das
termas, piscinas, fontes, casas, jardins e mansões do campo vai perceber a distância
entre a qual a água viaja, os condutores que foram construídos, os montes que foram perfurados, os vales que foram superados… e reconhecerão que nunca existiu no mundo uma obra tão maravilhosa.”
Plinio il Vecchio (23d.C. – 79 d.C.), livros XXXI e XXXII do Naturalis Historia
Post dedicado à minha prima Ana Teresa Jardim
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Aquedotto apelidado de “Neroniano”
Noções básicas e história dos aquedutos romanos
Se voce passar por outras cidades européias, como por exemplo Nîmes (este aqueduto é Patrimônio UNESCO desde 1985, no sul da França) Colônia ( Alemanha), Segóvia (Espanha), ou tantas outras, vai poder ver ruínas da grandiosidade dos aquedutos da Roma Antiga. Se for à Palestina ou Turquia, também vai ver estes monumentos realizados nas antigas colônias romanas.
Tá, Patricia, fantástico, mas por onde passava a água no interior destas arcadas?
Ó, fiz um desenho, é fácil, veja como era composta cada arcada e por onde passava a água:
Aquedutos de Roma – Lá em cima, no interior do condutor passava a água!
Naturalmente os romanos tinham pensado também na impermeabilização do interior do condutor com um material chamado cocciopesto, que era como uma espécie de cimento.
Tá entendendo a maravilha que é um aqueduto romano?!
Arco di Dolabella, parte do Aqueduto Claudia, utlilizado como moradia na Idade Média
Sesto Giulio Frontino foi um curator aquarum, um cargo altíssimo na antiguidade; Frontino era responsável pela inteira rede hídrica do império no ano de 97 d.C., no período de Nerva. O curator aquarum resolvia suas questões diretamente com o imperador, sem intermediários, tão importante era a sua função!
Nós tivemos a sorte de que um livro de Frontino (“De Aquaeductibus urbis Romae”) chegou até nós com informações extremamente precisas sobre a situação das águas do seu tempo, quando a população de Roma chegava a 1.200.000 habitantes.
Aquedutos de Roma – Água Claudia entrando no Palatino
Lista dos aquedutos antigos em Roma
Seguem algumas características dos aquedutos, aqui propostos em ordem cronológica, como no livro de Frontino:
– Aqueduto Água Appia: realizado em 312 a.C pelo censor Appio Claudio Cieco. O comprimento era de 16km a partir da fonte, entre o VIII e o IX milho da Via Prenestina. A capacidade deste aqueduto era de 73.000m³ por dia.
Aquedutos de Roma – Aqueduto “Água Appia”
– Aqueduto Anio Vetus: realizado em 272 a.C. pelo censor Manio Curio Dentato. Comprimento: 63 km, com água do rio Aniene, ao leste de Roma. Capacidade máxima: 175.920m³ por dia.
– Aqueduto Água Marcia: Realizado pelo pretor Quintus Marcius Rex em 144 a.C.. Água também do Aniene, mas de uma zona mais ao norte em relação ao Anio Vetus. As suas arcadas percorriam m pedaço de Muros Aurelianos; media 91km de comprimento e tinha uma capacidade de 187.600m³ por dia.
– Aqueduto Água Tepula: Água da região dos lagos, nas proximidades da cidade que hoje chamamos de Marino, foi fundado em 125 a.C. pelos censores Servilio Cepione e Cassio Longino. Diferente a nominação deste aqueduto, que não levava o nome de quem tinha ordenado a sua contrução, mas se referia à sua elevada temperatura (“tepula”, tiepida, que quer dizer morna). A sua capacidade era de 17.800m³ por dia.
– Aqueduto Água Iulia: realizado por Agrippa, o general que era o braço direito de Augusto, em 33a.C.. O condutor foi realizado para ser utilizado junto com a Água Tepula. A capacidade era de 48.240m³.
Aquedutos de Roma
– Aqueduto Água Virgem: talvez o mais famoso dos aquedutos hoje em dia, pois é responsável pelo transporte da água que iriga a Fontana di Trevi. Realizado por Agrippa, no ano de 19a.C.. O seu nome é ligado à lenda de uma jovem que teria mostrado uma fonte de água para os soldados do famoso general nos arredores de Roma, quando estes estavam com muita sede e não conheciam uma fonte para beber água. Foi aí que esta moça mostrou a fonte aos soldados e em homenagem a este acontecimento, Agrippa mandou contruir o condutor. Originalmente este aqueduto alimentava as Termas de Agrippa, nas redondezas do Pantheon. A capacidade deste aqueduto era de 100.160m³. Este aqueduto funciona ainda hoje, dizem que é a melhor água de Roma. Eu a bebo muito em Trastevere.
– Aqueduto Água Alsietina: ao contrário da Água Virgem, essa água era considerada de péssima qualidade por Frontino. O condutor foi realizado por Augusto em 2a.C. e sua fonte eram os lagos de Martignano e Bracciano e chegavam em Roma depois de percorrer 32km. A baixa capacidade de 15.680m³ se deve ao fato de ter sido construído com a única função de alimentar a naumachia de Augusto, isto é, os lagos artificiais construídos para a realização de jogos de batalhas navais para a diversão do povo. A curiosidade é que os arqueólogos e históricos ainda estão procurando o exato local da famosa naumachia de Augusto!
– Aqueduto Água Claudia: obra iniciada pelo famoso Calígola no ano de 38d.C. e terminada em 52d.C.. O nosso Calígula não nos desaponta e realizou uma obra “faraônica”, pois o seu aqueduto trazia água através do canal de 68km, 15 dos quais sobre a terra. A fonte deste aqueduto estava no XXXVIII milho da Via Sublacense. Os últimos 10km antes de entrar em Roma são “uma das características mais impressionantes dos arredores de Roma”, segundo o grande Prof. Coarelli. Este aqueduto foi incluído nos Muros Aurelianos. A capacidade deste aqueduto era de 184.280m³
– Aqueduto Anio Novus: o Aniene Novo foi construído junto com o condutor de Água Claudia e boa parte do seu percurso o acompanhava. O comprimento total era de 86km e a capacidade, 189.520m³ , o maior de todos.
– Aqueduto Água Traiana: é um dos dois aquedutos construídos depois da redação de Frontino, e infelizmente temos menos informações precisas a respeito deste condutor. Construído em 109d.C., servia a zona de Trastevere e as Termas de Traiano. A nascente era perto do lago de Bracciano e seu comprimento era de 32km.
– Aqueduto Alexandrino: na cronologia das construções, foi o último realizado, graças ao imperador Alexandre Severo, em torno ao ano de 226d.C.. A nascente ficava a 38km de Roma, ao norte de uma cidadezinha que hoje chamamos de Colonna. Sua função era alimentar as Termas Alexandrinas do Campo Marzio.
Curiosidade: A capacidade total dos nove antigos aquedutos era de 992.200m³ por dia. Se calculamos a população por capacidade, temos o resultado de 1000 litros de água por habitante; os dados de 1968 cairam para 468 litros por habitante.
Quem sabe um dia neste planeta vamos compreender que a água é o bem mais grandioso que temos à disposição!
Parafraseando Tom Jobim, “Roma não é para principiantes”. Relembro que a profissão de guia de turismo na Itália é regulamentada, portanto é necessário que o profissional escolhido seja um GUIA – e não ACOMPANHANTE – credenciado. Reserve aqui a sua guia de turismo profissional que fala português; você vai aproveitar muito mais os seus passeios!
Sobre mim
Olá, eu sou a Patricia e me apaixonei por Roma em 1994, quando ainda era uma estudante de Artes Plásticas em Hamburgo. Desde então fiz várias viagens para estudar a Cidade Eterna e em 1998 me mudei para cá. No Turismo estou desde 2007, quando comecei a trabalhar com alemães. Sou guia credenciada em Florença e Roma e este blog é um elogio muito pessoal sobre a minha paixão pela cultura Clássica. Na minha equipe trabalham as melhores guias que falam português nas principais capitais italianas, escolhidas a dedo por mim ao longo dos anos.
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setembro 13, 2011
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