Uma das ruas mais antigas e mais bonitas da cidade de Roma é a Via del Teatro Marcello.
Hoje vou contar como foram as animadíssimas comemorações do Aniversário de Roma em 2017.
A Basílica de Santa Cruz em Jerusalém é muito importante por várias razões: suas paredes são antiquíssimas, de uma antiga mansão do IV século d.C. que pertenceu à família do Imperador Constantino. Além disso, aqui são guardadas as relíquias da Santa Cruz (ou Vera Cruz), a cruz com a qual Jesus foi crucificado no Monte Calvário, que segundo a tradição foi encontrada e trazida pela Santa Helena, mãe do imperador.
A basílica de Santa Cruz em Jerusalém
Santa Cruz em Jerusalém é uma das “Sete Igrejas” do percurso de peregrinagem criado por São Filippo Neri no século XVI para opor-se ao Carnaval (“festa pagã”). O santo foi um caro personagem florentino que morou aqui e é muito amado em Roma (apelidado “Pippo Bom”); é o sacerdote inspirador de um oratório que se transformou em congregação pouco após à sua morte.
Arquitetura e obras de arte da igreja
A linda fachada nos lembra imediatamente Borromini, mas é bem posterior a este arquiteto, foi desenhada pela dupla Passalacqua e Gregorini na metade do século XVIII. O pórtico é o mais bonito deste período, quando Roma já não era mais um “canteiro de obras” como tinha sido no passado. Sua forma é única, pois oval, um unicumno seu gênero!
A nave central também é especial: além do pavimento cosmatesco (restaurado nos anos ’30 mas bem irregular e “original” nas naves laterais), a imagem do teto da nave central não é um afresco, mas uma tela, com o tema da “Helena recebida nos Céus”, de Corrado Jarquinto.
A ábside tem um afresco do século XV dividido em duas partes: há uma amêndoa com o Cristo dando a benção e embaixo foi representada a tradição na qual vê Santa Helena em Jersulém procurando e encontrando a Vera Cruz. O afresco é de Antoniazzo Romano (artista que já foi mencionado no blog quando falamos de São Pedro em Montório) ou de Melozzo da Forlì. Seja como for, esta dúvida nos mostra o quanto ele é precioso.
O baldaquino é talvez o meu preferido, com muitas desculpas ao amado Arnolfo (de Cambio) pelas maravilhas góticas que construiu nas igrejas de SantaCecília e São Paulo Fora dos Muros, por exemplo, mas as suas colunas de mármores Breccia Rosa e Porta Santa e a “alegria” barroca da estrutura superior são de uma simplicidade e elegância que conquistam meu coração, misturando o antigo com o “moderno”!
À direita do altar existe uma pequena cordonata (escadaria com degraus baixos, para ser possível a passagem de cavalos!) que nos leva à Capela de Santa Helena. As paredes são também do antigo palácio do IV século que existia aqui, mas a decoração é renascentista: mosaicos do teto e afrescos. Vemos uma linda escultura antiga (deusa Juno, encontrada em Óstia Antiga) e transformada em Santa Helena e mosaicos provavelmente recalcados sobre mosaicos antigos – o efeito é excelente, pois apesar de não serem os originais do tempo da imperatriz Helena, são realmente maravilhosos.
Basílica de Santa Cruz
Através do corredor da esquerda do altar, temos acesso à Capela das Relíquias, de arquitetura moderna do século XX. Aqui esiste o famoso reliquiário da Santa Cruz, elegantemente guardados dentro de tecasrealizadas pelo famoso Valadier, que também realizou a maravilhosa teca de Santa Maria Maior.
Roma com guia é muito melhor! Para reservar seu passeio com guia particular em português, entre em contato com Guia Brasileira para pedir o orçamento do seu roteiro personalizado!
Planta baixa com indicações sobre o que ver na Basílica de Santa Cruz em Jerusalém
Para compreender Roma são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Normalmente citamos três, quatro opções, ou, como no post 11 Restaurantes Top onze opções aos leitores. Neste caso não existe concorrência à melhor pizzeria quilo de Trastevere, a Pizzeria por quilo “La Boccaccia”
Melhor pizzeria quilo de Trastevere
Uma pizza é feita de massa e de alguma coisa em cima ou no meio, certo? Com a grande quantidade de napoletanos e arredores que imigraram à São Paulo, o que conhecemos por massa de pizza é uma um pouquinho mais grossa do que o que come-se aqui.
Após um primeiro momento de adaptação, você nunca mais vai querer comer uma pizza que pareça pão – às vezes poderá ter vontade de comer uma “napoletana” ou “pugliese”, mas uma vez que você tiver saboreado a famosa pizza romana, famosa em toda a Itália mesmo, ela se transformará em sinônimo de pizza!
A massa da pizzeria La Boccaccia
A massa é composta eclusivamente por água, farinha e azeite extra-virgem – eles gostam de deixar claro que não são utilizados produtos de origem animal na massa, que a tornaria a massa “pesada” e de difícil digestão.
“La Boccaccia” é, sem sombra de dúvida, a melhor pizzeria que exista em Trastevere, pois ela não é grossa demais, nem fina demais, mesmo que tenda a ser considerada “fina” e crocante; e com a massa mais fina, saboreamos melhor as verduras, queijo, molho de tomate que a compõem!
Melhor pizzeria quilo de Trastevere também tem cervejas especiais
Os sabores de La Boccaccia
Em matéria de sabores, nunca vi tanta criatividade antes, ouve lá: ricota com abóbora – uma delícia; margherita, a simples pizza com molho de tomate e mozzarella – aqui ela é perfeita!
Depois temos abobrinha sem queijo, espinafre com stracchino (parecido com o requeijão, mas melhor); atum, molho de tomate, azeitona e magericão (sem queijo);beringela com tomate em quadradinhos e mozzarella, fior di zucca (a flor da abobrinha daqui, coisa muito amada pelos romanos) com mozzarella, abobrinha e pesto… e para quem come carne os clássicos presunto crú e mozzarella, linguiças com brócolis e stracchino, e por aí vai.
Últimos três conselhos: não deixe de experimentar as cervejas italianas que você vai encontrar na geladeira. Se quiser uma mais leve, experimente a MENABREA, do norte da Itália ou a Ichnusa, da Sardenha!
Se não for das cervejas, esqueça tudo o que já experimentou em matéria de refrigerantes e experimente o “Chin8” ou uma “Aranciata amara“, um refrigerante de laranjas amargas, destas que você vê espalhadas pela cidade 😉
Os molhos de pimenta verde e vermelha são feitos pela Nayla, que é a filha do Massimo, o proprietário, e são deliciosos para quem gosta de algum tempero a mais na pizza.
Este é o lugar ideal, é onde faço uma pausa estratégica entre um passeio e outro pela cidade. E Bom Apetite!
Saiba mais sobre Trastevere aqui:
https://guiaderoma.blogspot.it/2012/01/alma-de-trastevere.html
Visite a Basílica da Santa Cecília, que fica em Trastevere: https://guiaderoma.blogspot.it/2015/12/santa-cecilia-em-trastevere.html
A igreja construída sobre a casa da família de São Bento, que também fica em Trastevere: https://guiaderoma.blogspot.it/2015/12/igreja-sao-bento-in-piscinula.html
Ou os famosos afrescos de Raffaello, da Villa Farnesina: https://guiaderoma.blogspot.it/2013/07/villa-farnesina-afrescos.html
E não perca o melhor sorvete de Trastevere, na Mary! https://guiaderoma.blogspot.it/2016/01/sorveteria-em-roma-mary-de-caravaggio.html
Endereço:
Via di Santa Dorotea, 2,
Horário de abertura: 10h – 00:30h
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Retornar à Assis de São Francisco para percorrer os passos de São Francisco é garantia de ter um dia inesquecível.
A Assis de São Francisco com guia em português
Visitar os lugares onde São Francisco viveu, meditou e construiu, constituem o intinerário que chamamos “Lugares Franciscanos” e fecha com chave de ouro o programa básico com a basílica de Santa Clara, casa do santo e a basílica de São Francisco de Assis, com os afrescos de Giotto, Pietro Lorenzetti e Simone Martini.
Para compreender as cidades italianas e seu patrimônio são necesessários anos de estudo de arte, arquitetura e arqueologia e outros tantos anos para aprofundar este conhecimento e escrever artigos como este. Escolha uma guia profissional pois ela fará uma grande diferença na sua estadia.
Fiéis normalmente ficam extremamente emocionados; não fiéis deixam-se levar por uma confortável e envolvente sensação de Paz que paira no ar de Assis de São Francisco 365 dias por ano. Nesta cidade aconteceu o fato de um Homem extraordinário (e uma mulher, Chiara!) seguir os passos de um outro homem extraordinário chamado Jesus, num passado que nem está tão longe do nosso.
Alguma coisa aconteceu para que o soldado rico, filho do comerciante de tecidos, chocasse a inteira sociedade, rejeitando conforto e bens materiais para se concentrar plenamente em viver e refletir sobre o amor incondicional descrito no evangelho; não sabemos qual foi a sua motivação, mas as suas ações têm sido inspiradoras há mais de setecentos anos.
Em quais lugares esteve São Francisco em Assis
A igreja de São Damião é o famoso cenário onde São Francisco de Assis ouviu o crucifixo falar “Vai e conserta a minha casa, que como você vê está em ruínas”. Sucessivamente é onde Santa Chiara viveu como irmã com toda a comunidade que seria chamada de “clarissas” – uma grande mulher, muito à frente do seu tempo. Santa Chiara passou toda a sua vida aqui e adoeceu nos quase últimos vinte anos da sua vida até à morte.
O Êremo é o lugar onde São Francisco meditava com seus irmãos na natureza. Vemos o bosque e as pequenas cavidades cavadas na rocha calcárea onde os monges meditavam, o leccio (uma árvore parecida com o carvalho) que dizem existir desde os tempos de São Francisco.
Com o tempo, como no caso de São Bento, foi construído um monastério e uma pequena igreja dedicada à Santa Madalena.
A Porciúncola no interior da basílica de Santa Maria dos Anjos é uma emoção à parte… os monges beneditinos do Monte Subásio doaram a primeira porção de terra a São Francisco no meio do vale e aos pés de Assis, com a igreja de Santa Maria dos Anjos, do VI século, com dimensões extremamente reduzidas e que serviu como sede dos franciscanos no início. Abandonada e precisando de restauro, foi a terceira igreja restaurada por São Francisco.
Entre os séculos XVI e XVII a igreja foi englobada na grandiosa construção pela Basílica de Santa Maria dos Anjos que vemos hoje.
Leia mais sobre Assis:
Uma paixão chamada Assis – Paixão Roma encontra Paixão Assis
Para saber mais sobre o passeio básico com guia em português de Assis, leia este post: https://www.romaemportugues.com.br/uma-paixao-chamada-assis/
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Paz e Bem, como dizem os franciscanos… e bom Domingo de Ramos a todos!
Obrigada à Mariana @vibeferias no Instagram pelas lindas fotos do passeio com a sua família!
Bibliografia: “Frate Francesco”, de G. Giovanni Merlo
Em ritmo de doce ressurreição de Cristo e Primavera, achei que era uma boa hora para falar de docerias em Trastevere – doceiras super-especiais do bairro onde moro e a coisa melhor é que elas quase não são concorrentes entre si, pois cada uma há uma especialidade!
Docerias em Trastevere
Começo com o núcleo da vida de quem ama doces: o chocolate puro, que é onde comprarei meus ovos de Páscoa: a Pasticceria Valzani na Via del Moro, 37 a/b. Entrar neste lugar tem sabor de tradição e ingredientes genuínos que são feitos com receitas deliciosas e antigas, desde os anos ’20.
Entramos e somos envolvidos por um aroma forte de cacao. Atrás do balcão vemos o laboratório em plena produção, que nos faz sentir perto do coração deste néctar que só os chocólatras sabem o que significa! Famoso aqui é a torta austríaca Sacher, de chocolate com geléia de albiccoca e o famoso “Maritozzo”, que parece um pão de leite de grandes dimensões, mas é feito com farinha e mel e come-se com uma montanha de chantilly no meio – típico aqui do Lácio no café da manhã… ou travessuras de noitadas trasteverinas.
Doces tradicionais romanos
Pensando em aniversários, vou falar de uma das melhores tortas que já comi na vida. Vem da Pasticceria Trastevere, na Via Natale del Grande, 49-50, fundada há mais de 30 anos. A torta é de ricota e visciole, que para explicar facilmente, digo que é uma “prima da cereja”, cuja característica é ser levemente ácida.
Doces tradicionais romanos em docerias em Trastevere
Você nunca vai encontrar a torta pronta para comprar: tem que encomedar. Faz uma mistura divina com a ricota feita aqui, que por sua vez não tem nada a ver com a ricota do Brasil, pois é suave e macia, chegando quase a ter uma consistência de “mousse”.
Nesta doceria vale à pena também experimentar o “Mont Blanc“, em forma de torta ou petit four, que tem como base uma massa de castanha, acúcar e rum sobre merengue e coberto de chantilly – eu, que sou chocólatra, isto é, tenho outros gostos, adoro.
Uma outra doceria de família tradicionalíssima aqui de Trastevere é a “Checco er Carretiere”. Hoje em dia a família também possui um restaurante e um bar.
Doceria em Trastevere
Sorvete em Doceria
O sorvete é dos melhores aqui da zona, experimentem tudo e, por curiosidade o “Pinoli”; este ingrediente é caro e por isso muitas vezes o sorvete feito é “falsificado”. Além da famosa e já mencionada anteriormente, Sacher, fantásticos são os profiteroles e os petit fours com frutas. Via Benedetta, 10.
Nenhuma das docerias que são mencionadas aqui são cenográficas, mas os produtos são divinos. Seria uma pena passar por Trastevere sem experimentar nenhum destes maravilhosos doces! Clique no link a seguir para ler mais dicas de Roma.
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Ara Pacis em 3D
Este monumento de aproximadamente 10m X 11,5m da última década o I séc. a.C. foi descoberto aos poucos, a partir do século XVI e somente no século XIX foi definitivamente identificado como a Ara Pacis, realizado no período imperador Augusto, no Campo Marzio, que ficava ao norte da cidade aniga, perto do que hoje chamamos Via del Corso e que comemorava a consolidação da conquista da Gália e da Espanha – e, quem sabe, também tinha outras intenções de afirmações, legíveis na sua decoração.
Ara Pacis, Monumento do período de Augusto com ajuda da tecnologia 3D.
Os tantos fragmentos foram recompostos e podem ser vistos hoje no Museu da Ara Pacis, no Lungotevere. O corpo principal é composto por dois elementos: as quatro paredes com duas aberturas e a plataforma central dos sacrifícios, a qual chegava-se subindo uma escada.
A decoração da parte inferior era composta por vegetação e a superior, por figuras alegóricas, representações mitológicas, personagens do clã da família do imperador e representações de caráter histórico.
Ara Pacis e a Tecnologia 3D para ajudar
Este post possui a simples intenção de divulgar o novo sistema em 3D de reconstrução realizado por este esplêndido museu, portanto mencionarei somente algumas representações da decoração, como o “Lupercal”, isto é a gruta onde os irmãos Remo e Rômulo teriam sido amamentados pela loba, com o pastor Fáustolo, que teria encontrado os gêmeos. Uma outra imagem representa Eneas, sacrificando uma porca com 30 filhotes aos Penates, com os garotos-sacerdotes, “cammili”. A figura feminina que possui menos fragmentos é ainda de dúbia interpretação: seria a Paz, segundo alguns; ou a Terra, segundo outros; em todo o caso não pode ser uma representação de “Roma”, dado que a “Roma endeusada” inicou a ser representada somente a partir do Imperador Adriano, segundo o Prof. Coarelli.
Com a ajuda dos fantásticos óculos 3D (e eu não sou chegada em muita tecnologia!), podemos ver a reconstrução da área do Campo Marzio, onde a Ara Pacis foi construída e uma voz nos conta a história da iconografia representada nas suas paredes exteriores. Realmente fiquei besta de poder me virar na sala do museu e encontrar-me circundada pela vegetação e como parte integrante do sacrifício realizado. É um programão para quem quer aprofundar um pouquinho da experiência em Roma, ou é apaixonado por tecnologia para vê-la aplicada magistralmente.
Adorei também por ser um programa para ser feito depois do jantar, até tarde.
Não percam! Vídeo: http://video.repubblica.it/edizione/roma/roma-l-ara-com-era-in-viaggio-nel-campo-marzio/265486/265864
Evento até 30.10.2017
Onde: Museo dell’Ara Pacis
Horário: de 31 março a 15 abril 2017: sextas e sábados das 20.00h alle 24.00h (último ingresso às 23.00h) dal 21 abril a 30 de outubro 2017: todas as noites das 20.00h às 24.00h (último ingresso às 23.00h)
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Tickets: Inteiro € 12,00 meio € 10,00
Nesta zona interessantíssima da cidade de Roma, ligada à sua fundação, que é o Foro Boário, além dos templos de Hércules Olivário, Portunus e a maravilhosa Santa Maria in Cosmedin, existe escondidinho embaixo de um antigo edifício industrial de uma ex-doceria/padaria, um Mitreu denominado o “Mitreu do Circo Máximo”.
Desta antiquíssima religião sabemos muito pouco, pois era uma religião iniciática, isto é, uma religião que não se baseava sobre escritos de nenhum tipo, fato que há contribuido para que ela permanecesse um mistério para nós, já que não soubemos da boca de ninguém sobre a sua crença e sobre os seus rituais. A nós chegaram informações através de Tertulliano e outrs escritores cristãos que escreveram com intenção de denegrir a imagem desta religião e dos seus adeptos. O pouco que se sabe hoje é o resultado de pesquisas sérias iniciadas não antes de um grande convenho realizado nos anos ’80 para distmistificar uma série de informações errôneas divulgadas no passado pelo belga Franz Cumont.
O que sabemos sobre a religião mitraica
Sabe-se com certeza que esta era uma religião monoteísta, praticada exclusivamente por homens; que era uma religião iniciática, e compendiária (isto é, que quem a praticava podia praticar outras religiões, como o culto dos deuses pagãos).
Fato é que hoje os estudiosos calculam que na capital do antigo império romano, isto é, Roma, existessem entre mil e mil e quinhentos mitreus (em ÓstiaAntiga sabe-se da existência de dezoito). O mitraísmo persa teria chegado à Roma após a conquista da Grécia e da Ásia Menor, e atingiu o máximo da sua popularidade entre os séculos III e IV d.C., sendo proibida a sua prática após o Decreto (Edito) de Teodósio de 391, que oficializava o cristianismo como religião de estado. Após esta data, seguramente o culto amado pela alta classe do exército e dos administradores de Roma teria continuado a ser praticada, mas clandestinamente. Em parte muitos mitreus e suas estátuas de culto e decorações foram destruídos para dar lugar à nova religião cristã.
Uma vez que você se apaixona pela história de Roma, faz parte transformar-se num “viciado em mitreus” como eu e querer visitar todos os mitreus abertos à visitação para poder observar as diferenças na decoração, os pavimentos com os mosaicos dos sete graus de iniciação da religião, as estátuas de culto (na maior parte em museus) e assim por diante. Eram anos que esperava para descer no mitreu do Circo Máximo, e isso finalmente aconteceu na semana passada!
A 14m abaixo do nível do solo que pisamos hoje existe este mitreu, que muito provavelmente era ligado aos trabalhadores do próprio circo, dado que a religião era “vicinal”, isto é, os lugares de culto eram frequentados por pessoas que moravam ou trabalhavam nas proximidades do mesmo. A descoberta deste lugar deu-se nos anos ’30, quando restruturavam o palácio para conter os costumes do Teatro da Opera de Roma.
Este mitreu é muito menor do que imaginava, pois o confundi com o das Termas de Caracalla, que dizem ter sido o maior mitreu do inteiro império. Em todo o caso é sempre interessante passear nos subterrâneos da cidade, pois é um modo de aprofundar o conhecimento da cidade e das várias fases do seu desenvolvimento.
Onde fica o Mitreu do Circo Máximo
A entrada ao mitreu era na rua perpendicular aos “carceres” isto é, de onde partiam os cavalos para as corridas na parte retilínea do Circo Máximo e já no passado era abaixo do nível da rua. Logo à direita existia um pequeno ambiente onde acredita-se que fossem guardados objetos e roupas ligadas ao culto, os “apparitoria”; além disso, antes de poder entrar no templo, as pessoas (só homens, como disse anteriormente!) passavam por um período de catequização e não podiam partecipar à cerimônia, permanecendo numa área denominada hoje de “schola mitraica”. Nos nichos da entrada acredita-se que fossem expostas duas esculturas de Cautes e Cautópates, os deuses ligados ao nascer e ao por-do-sol. Em direção ao altar, existiam os longos bancos onde eram dispostos os adeptos para consumar uma “refeição ritual” composta por pão e água.
No fundo existia a estátua ou relevo de maiores dimensões com o deus Mitra, sempre representado durante o momento no qual mata o touro ou “tauroctonia” e dá origem à vida na Terra.
Este mitreu pode ser aberto sob solicitação de associações culturais para no máximo 25 pessoas e se você e seu grupo de amigos já forem “viciado em Mitreus”, podemos abri-lo exclusivamente para você!
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Durante a Idade Média contava-se uma lenda na qual São Pedro teria sido martirizado no alto do Gianícolo. Em homenagem ao apóstolo e segundo esta lenda, foi construída a Igreja de São Pedro em Montório – a palavra “Montório” seria uma corruptela da denominação “Monte Áureo”, como era chamado a colina do Gianícolo na Antiguidade.
São Pedro em Montório
No IX século foi construída a primeira igreja dedicada a São Pedro mártir. No último quarto do século XV o rei Fernando II de Aragão mandou construir uma igreja dedicada a São Pedro para susbstitur a igreja medieval.
Supõe-se que a sua arquitetura seja de nomes do calibre de Baccio Pontelli (igreja) e Andrea Bregno (fachada), originalmente com tímpano e rosácea (que ainda existe) e escada com duplo acesso.
Arte e Arquitetura de São Pedro em Montório
Como temos poucas testemunhas do Renascimento em Roma, esta é uma oportunidade para ver uma elegante igreja deste período, muito provavelmente construída com mármore reciclado do Coliseu.
A igreja é pouco iluminada e vale à pena fazer uma doação e pedir para os sacerdotes acenderem a luz (final da nave à direita tem uma campainha). A nave central é larga, nos faz pensar à arquitetura do período após o Concílio de Trento (1545-63) com foco no altar.
Na contra-fachada temos o monumento funerário de Giuliano da Volterra, 1510, da escola de Andrea Bregno.
Na primeira capela à direita da entrada existe um óleo sobre muro da “Flagelação de Cristo” de Sebastiano del Piombo (supostamente feito segundo um esboço de Michelangelo) que é maravilhoso. Se forem nos próximos dias à Galleria Borghese, é interessante comparar a pintura da galleria com o óleo da igreja (muito mais vivaz e emocionante).
Na segunda capela da direita, “Virgem da Carta”, lindo afresco que no passado foi atribuido a Niccolò Circignani (também chamado de Pomarancio, o pintor da linda São Estevão Redondo), hoje atribuida ao Lombardelli. A linda “Coroação de Maria” é da escola do Pituricchio.
Os afrescos da nave da direita são atribuidos a Baldassare Peruzzi, o arquiteto da VillaFarnesina (!).
Na primeira capela da esquerda, temos um afresco de Giovanni De Vecchi de 1594 com as “Estigmas de São Francisco”. A segunda capela tem arquitetura do grande Bernini com o “Êxtase de São Francisco” de um aluno grande mestre. A terceira capela da esquerda tem uma Virgem de Antoniazzo Romano, grande pintor do período renascentista e na quarta capela já “bem barroca”, decoração em gesso do Stefano Maderno que nos prepara para o Barroco que nos espera em Nápoles ou na Sicília.
O teto do transepto é pura matemática e domínio da luz: aqui se vede a maestria do arquiteto que faz com que a luz seja filtrada criando uma atmosfera mística no ambiente inteiro.
Templinho do Bramante, “tempietto del Bramante”
Apesar desta igreja ser um brinco, a sua particularidade é a obra-prima do Bramante, que realizou o “Tempietto” (Templinho em português) no lugar onde supostamente São Pedroteria sofrido o martírio, e por esta razão a planta do pequeno edifício é circular. A data da construção não foi completamente esclarecida; acredita-se que tenha sido entre os anos de 1508-1512. Aqui comemora-se a correta utilização dos elementos clássicos das ordens dóricas e tuscânicas e que fazem deste pequeno templo um exemplo da perfeita relação dos seus volumes que influenciou toda a arquitetura do século XVI. No seu interior o pavimento é cosmatesco e a estátua de São Pedro é de um artista da Lombardia.
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Vale à pena visitar esta igreja quando estiver em Trastevere, inciando ou terminando o seu passeio aqui.
Endereço: Piazza di S. Pietro in Montorio, 2, 00153
Horário de abertura: das 08h às 12h; das 15 às18h
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A basílica de São Jorge al Velabro em Roma
Na área em que existe hoje a igreja de São Jorge al Velabro e que alguns ousariam chamar de “Berço da Civilização”, existe uma igreja que talvez tenha já sido construída no VI século, provavelmente adaptando uma antiga “diaconia”, isto é, um lugar onde cristãos distribuiam grãos e cereais à população carente, coisa que aqui acontecia desde os tempos romanos.

Fachada da Igreja de São Jorge al Velabro
O lugar é fundamental para a história de Roma, pois a lenda nos conta que foi aqui mesmo que a cestinha com os gêmeos Remo e Rômulo teria vindo parar uma vez abandonada no rio Tibre; neste lugar a loba teria encontrado os gêmeos. Lendas à parte, a razão da fundação da cidade de Roma teria sido o comércio que existia aqui entre gregos e etruscos, no famoso “Foro Boário”, isto é, trocando em miúdos, a feira de animais da época arcaica. Aqui perto temos a ilha Tiberina, que facilitava a travessia do rio e muito provavelmente também contribuiu à fundação da cidade de Roma.

Arco de Jano e Campanário da Igreja de São Jorge al Velabro
Os arredores desta zona são cheios de história e ainda contém detalhes arquitetônicos e de engenharia interessantíssimos, como o mais antigo templo que chegou até nós, o Templo de Hércules, o Templo de Portunus e o Teatro Marcelo e a rede de esgotos do VI séc. a.C..

Interior da Igerja de São JOrge al Velabro
O que ver hoje nos arredores da igreja de São Jorge al Velabro
Hoje em dia vemos também dois arcos importantes: o “Arco dos Argentários” (Arco degli Argentari), que não tem forma de arco mas é assim chamado, e foi um monumento realizado pela corporação dos trocadores de dinheiro e dedicado ao imperador Setímio Severo (relevos dele e da sua família na decoração do seu interior) no III séc. d.C.. e o arco é o “de Jano”, que provavelmente não tem nada a ver com a antiga divindade, mas foi um arco que comemorava a vinda de Constâncio II à Roma.

Cibório e afresco abidal de São Jorge al Velabro
O interior da igreja de São Jorge al Velabro
A fachada da igreja de São Jorge al Velabro é diferente da maior parte das igrejas de Roma por conservar a arquitetura românica no panorama predominantemente barroco da cidade: é uma visão maravilhosa passar por aqui durante o dia. No portico podemos ver algumas aberturas no chão que nos mostram o nível e decoração pavimental do período anterior à construção da igreja. O campanário é do século XIII e ocupa boa parte da nave da esquerda, onde existem alguns fragmentos de esculturas marmóreas que formam uma pequena, mas quase museal, galeria lapidária, entre as quais o delicioso relevo da Anunciação a Zacarias, iconografia palestina do IX século.

Colunas em mármore pavonazzetto da Igreja de São Jorge al Velabro
O interior é composto por três naves, ábside e cibório sobre os espólios de São Jorge, que corresponderia à metade do crânio do santo. As colunas são de espoliação (isto é, material reciclado de monumentos romanos), sendo que as duas primeiras da direita são consideradas particularmente preciosas por serem com canaluras e de mármore pavonazzeto (um mármore da Ásia Menor que tem estrias que parecem do rabo do pavão, daí o nome).
O pavimento do altar é cosmatesco em uma composição pouco comum em xadrez.

Imagem de São Jorge al Velabro no século XVIII
O afresco absidal é um tema controverso. A última teoria nos apresenta um trabalho do jovem Pietro Cavallini (1288), anterior ao Coro das Monjas da basílica de Santa Cecília em Trastevere – logo mais vou falar destes afrescos. Este seu trabalho representa o Cristo redentor entre a Virgem e os santos Jorge (à esquerda) e Pedro e Sebastião (à direita) em uma composição ainda insegura: do ponto de vista da representação dos personagens e do ponto de vista da habilidade em lidar com as cores.

Relevo com anunciação a Zacarias, Igreja de São Jorge al Velabro
A igreja sofreu um atentado no ano de 1993 que destruiu o pórtico, transformando-o em fragmentos recolhidos em mil caixas logo após um grande restauro, mas foi rapidamente e inteiramente reconstruída pelas fantásticas mãos mágicas dos excepcionais restauradores.

Pavimento cosmatesco da ábside em xadrez, São Jorge al Velabro
Endereço da igreja de São Jorge al Velabro
Via del Velabro, 19
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Bibliografia:
Guida Roma – Touring Club Italiano, 1993
Le chiese di Roma, Claudio Rendina, 2010
Aulas Prof. Simona Lupinacci
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setembro 13, 2011
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