A técnica dos mosaicos medievais
Roma pode ser vista sob infinitos pontos de vista. Para quem ama a mosaicos medievais, é um prato cheio. Para quem não a conhece, será fácil se apaixonar.
post dedicado à Fátima e à Socorro
Uma das técnicas mais amadas e desenvolvidas pelos romanos foi o mosaico. Neste post vou falar um pouquinho desta técnica durante a Idade Média, pois temos uma série imperdível de obrasprimas aqui que seria um pecado não ver!
Mosaicos Medievais em Roma
Interessante uma observação de Filarete (escultor e arquiteto que viveu na primeira metade do século XV) sobre a queda de pedidos de trabalhos em mosaicos, pois “o custo era muito alto, o tempo para aprender a técnica, longo, assim como o tempo para executá-la”. Filarete também nos informa que para cada cor eram necessárias cinco tonalidades diferentes de pastilhas – e conclui dizendo que “a qualidade das pastilhas de ouro já não era a mesma de antigamente!”
O lugar onde tradicionalmente se produziam as pastilhas era Veneza!
A grande vantagem desta técnica, é que dura muito mais do que o afresco, que já tem uma vida bem longa, se pensar que temos afrescos do século XI onde as figuras ainda podem ser reconhecidas!
Por exemplo, observe a fachada de Santa Maria in Trastevere: a parte superior em afresco e a faixa sobre as janelas arqueadas, em mosaico.
O reboque necessário para receber as pastilhas é constituido por duas camadas, que medem ambas entre 2 e 7 cm. O material era composto por uma espécie de cimento impermeável, pedrinhas de origem vulcânica e cal virgem. A camada inferior é mais lisinha; a camada superior, que entra em contato com as pastilhas, levemente mais áspera, para facilitar a aderências de pastilhas mais pesadas (de cerâmica, por exemplo) e para obter efeitos de reflexo de luz no caso de pastilhas de vidro.
Uma das dificuldades na realização do mosaico é o tempo de secagem do reboque. Lógico, para que o artista possa inserir as pastilhas, a superfície que está sendo trabalhada não pode secar rápido demais, se não ele não consegue finalizar o preenchimento do desenho.
Em um décimo de metro quadrado da fachada de São Marco foram contadas 800 pastilhas! Haja rapidez e técnica para retardar a secagem do reboque!
Quanto às pastilhas, a maior parte era feita de pasta vítrea, mas também poderiam ser de mármore, cerâmica ou outras pedras duras. E você pode imaginar que os estudiosos de mosaico ainda estão debatendo vivamente sobre a quantidade de tonalidades de cada cor?! No caso de Santa Maria Maior, contam aproximadamente oito tons de azul, quatro de vermelho, sete de violeta, oito de verde e quatorze entre branco e cinza!
Em Roma encontramos uma gama ainda maior, o que nos faz pensar que a qualidade da mão de obra romana era realmente especial!
Quando vier à Roma, não perca a oportunidade de aprofundir suas curiosidades sobre esta técnica maravilhosa com uma guia de turismo competente, que vai deixar você literalmente de boca aberta!
E ainda falta falar das pastilhas de metais preciosos e sobre a iconografia – isso é assunto pra muitas horas!
Patrícia,
Que maravilha o retorno virtual aos detalhes dos mosaicos das igrejas que visitamos na sua companhia. A explicação da tecnica associada as lembranças de nossas conversas reavivaram à memória daquilo tudo que vimos com tanta emoção. Este roteiro é, de fato, imperdivel com vocês. Como voce disse, há várias formas de olhar/vivenciar Roma. Bjs
Curiosa para saber o que gostaria de fazer na próxima vinda à Roma! Abraço!