Este artigo dará uma noção básica de 23 monumentos do Fórum Romano, de modo que você adquira uma ideia do que te espera aqui em Roma. A grande maioria das pessoas diz “Nossa, eu não imaginava que a área arqueológca fosse tão grande!”. De fato esta cidade é única por causa da herança do Império Romano. Neste artigo podem ter termos não utilizados no nosso quotidiano, mas não se preocupe. Aqui com a nossa guia, você vai adquirir uma boa base para compreender o Fórum Romano e o significado dos monumentos que chegaram até nós.
Monumentos do Fórum Romano – e Coliseu
Muita gente nem imagina que esta preciosa área arqueológica possui a beleza de 12 hectares!
A área visitável é tão vasta, que o ticket nos permite de ver o Coliseu (onde você não passará menos do que uma hora) em um dia e o Foro (e Palatino!), no outro. Se vier sem guia, aproveite este tempo para visitá-lo com calma, pois é sem dúvida, uma tarefa árdua!
1) Coliseu
Anfiteatro Flavio, construção finalizada em 80d.C. pelos Flavios. Lugar para um número de espectadores entre 55.000 e 73.000, a maior arena da sua época. Veja post completo na página https://www.romaemportugues.com.br/o-coliseu-para-brasileiros/
2) Arco de Constantino
entre 315 e 325 d.C., esta maciça construção erguida pelo senado comemorou os 10 ou 20 anos do imperador Constantino no poder. A sua construção, com elementos de outros monumentos de diferentes épocas do império contém os relevos redondos de Adriano e retangulares de Marco Aurélio, com cenas de sacrifícios típicas da cultura pagã, é de extraordinária importância histórica.
A escrita polêmica “instinctu divinitatis” (por inspiração divina) da inscrição nos surpreende, pois no ano de 313d.C. Constantino havia dado liberdade de culto aos cristãos e à nós chegou a lenda que o imperador realizou este importante passo na história do mundo ocidental por causa de um sonho que teve antes da famosa batalha de Ponte Milvio, onde ele mudava os estandartes do seu exército por cruzes e vencia o imperador Maxêncio. Ainda segundo a lenda, Constantino de fato trocou os estandartes do seu exército um dia antes da batalha e venceu a batalha, passando à história como o primeiro imperador cristão.
Em 325, Constantino organizou o Conselho de Nicéia (na atual Turquia), onde foram estabelecidas algumas importantes questões relativas à nova religião, além de organizar o calendário, oficializando a data da Pásqua e a promulgação da lei canônica.
Deve ter sido impressionante ver o etíope Abebe Bikila vencer a maratona dos Jogos Olímpicos de 1960 de Roma, passando descalço pelo Arco de Constantino!
3) Templo de Vênus e Roma
135 d.C., gigantesca estrutura dedicada às deusas Vênus e Roma, realizada pelo imperador Adriano (117-138). A área ocupada era de 100m x 145m. Parte deste templo foi englobado na construção da Igreja de Francesca Romana, o que permitiu a conservação da rica decoração interior.
4) Arco de Tito
81 d.C., comemora a massiva repressão da revolta na Judéia, no ano de 71 d.C. Interessante o relevo interior do arco, que mostra o castiçal de sete braços e as trombas de prata sendo trazidas como espólios desta conquista. Este monumento foi massiçamente restruturado por Valadier, no século XIX. Aqui se nota como parte do foro escavado no passado não levou em consideração as camadas
medievais (este arco foi propriedade da família Frangipane, que ocupou o coliseu desde que os jogos cessaram em Roma, no VI século d.C.).
5) Igreja de Francesca Romana
fundada no século IX sobre um antigo oratório e re-batizada como Santa Maria Nova no X século, esta baasílica englobou um pedaço do Templo de Vênus e Roma. Durante o século XII foi construído o campanário que vemos ainda hoje e decorada a ábside.
A igreja mudou de nome para Francesca Romana com a translação da relíquia da Santa para este lugar no século XV.
Importante no seu interior (acessível pelo lado da rua Fori Imperiali) os afrescos da primeira capela à direita, atribuídos a Melozzo da Forlí, que representam alguns doutores da igreja.
6) Basílica de Maxêncio
308 – 312 d.C. – Basílica iniciada por Maxêncio e terminada por Constantino, foi a última basílica nestas proporções construída no antigo Foro. Nesta basílica supõe-se que era utilizada pelo prefeito de Roma. Este gigantesco edifício possuía uma planta baixa de 100m x 60m, com uma nave central de ~35m.
O nicho central abrigava uma estátua do imperador Massênxio (depois adaptada às feições do imperador Constantino), cuja cabeça media 2,60m e que se encontra hoje nos Museus Capitolinos.
7) Templo de Rômulo
306-312 d.C., templo iniciado pelo Imperador Maxêncio e dedicado a seu filho, Rômolo, morto prematuramente.
Depois da batalha de Maxêncio e Constantino, o templo foi restruturado entre os anos de 312-337 e eventualmente dedicado a Júpiter Stator.
8) Casa das sacerdotisas Vestais
restauro depois de vários incêndios atribuído à Júlia Domna, esposa de Setímio Severo (193-211 d.C.). Imagina-se que fosse uma grande casa com dois andares, que abrigava aproximandamente 30 sacerdotisas de origem nobre – 6 eram responsáveis pelo “fogo do estado” – que entravam para a vida religiosa quando tinham aproximadamente 9 anos, passavam por 10 anos de formação, para executar a importante função por 30 anos.
9) Templo das Vestais
O rei sabino Numa Pompílio (754 a.C. – 673 a.C.), é o tradicional fundador deste culto em Roma. As três colunas do templo redondo que vemos hoje são o resultado de um restauro realizado por Júlia Domna (fim do III século, início do IV).
10) Templo do Divo Júlio
(aedes Divi Iulii) – A decisão deste templo foi realizada em 42 a.C. por iniciativa do senado depois da morte dos assassino s de Júlio César. A realização do templo foi feita por Otaviano, filho adotivo de César, em 18 de Agosto de 29 a.C..
11) Basílica Emília
179 a.C., Lépido e Nobiliore. Restaurada durante os anos, destruída pelo feroz incêndio causado por Alarico, em 410 d.C.. Segundo o Prof. Coarelli, este edifício coberto exercia diversas funções civis (bolsa de valores, tribunal), servia como praça pública para o povo durante os dias de muito sol ou chuva.
12) Templo de Cástor e Pólux
484 a.C. – As três colunas que vemos hoje são o que sobraram do restauro do ano VI d.C. O edifício foi realizado como um voto pela vitória dos romanos contra os latinos.
13) Basílica Júlia
54a.C., iniciada por Júlio César, mais um projeto finalizado por Augusto. Esta basílica com 5 naves e 3 andares tinha como função principal a atividade jurídica . O espaço interior era dividido por tecidos, que permitiam a discussão de diversos julgamentos contemporaneamente.
14) Coluna de Foca
Erguida pelo imperador bizantino Foca em 608 d.C., esta coluna comemora a doação do Pantheon ao Papa Bonifácio IV.
15) Curia de Júlio César
iniciada por Júlio César em 54 a.C., foi acabada por Augusto em 29 a.C.. O fato deste edifício ter chegado até nós sem grandes danos se deve ao fato da sua transformação na igreja San Adriano pelo papa Honório I (625-638).
16) Templo de Saturno
498 a.C., iniciado durante o período dos antigos reis e finalizado já durante o período republicano, é um dos mais antigos do Foro (junto com Vesta e Pólux). Originalmente abrigava o tesouro do Estado (Saturno é ligado à agricultura). Aqui eram celebradas as Saturnalia, as festas de fim-de-ano.
17) Miliarium Aureum
Coluna erguida por Augusto com as medidas das principais estradas romanas do império.
18) Vulcanal
pequeno monumento (12 m²) em pedra de tufo e em parte construído diretamente na rocha, de idade arcaica, do período de rei Tito Tácio (? 750 – ~745 a.C.), considerada a ara (altar) dedicado por este rei ao deus Vulcano (deus romano do fogo, filho de Júpiter e Juno; correspondente ao deus Hefesto da mitologia grega). As novas interpretações o identificam com restos do antigo altar de Saturno, cujo templo do início do século V se encontra muito perto.
19) Arco de Setímio Severo
203 a.C., arco triunfal com três arcadas que homenageia Settimio Severo e o filho Caracalla pela vitória em Parti (na maior parte corresponde ao que é hoje a antiga Pérsia).
20) Templo de Vespasiano
As três colunas é o que vemos hoje do antigo templo dedicado ao imperador Vespasiano, divinizado depois da sua morte, no ano de 79 d.C.
Segundo uma fonte do período de Ghirlandaio (metade do século XVI), estas colunas se encontravam como as vemos hoje; no início do século XIX, com os escavos de Valadier de 1811 os capitéis estavam quase cobertos de terra!
21) Templo da Concórdia
iniciado por Lúcio Furio Camilo (filho do grande Marco Fúrio Camilo que entre outras coisas foi o responsável pela conquista dos etruscos na batalha de Veio, em 396 a.C.) em 367 a.C., este templo foi construído para comemorar a reconciliação entre patrícios e plebeus. Alguns capitéis de encontram no Antiquário do Palatino; um pedaço de arquitrave se encontra nos Museus Capitolinos.
22) Tabulário
edifício construído em 78 a.C. pelo arquiteto Lúcio Cornélio, por ordem de Catulo (magistrado que viveu de 123 a.C. a 61 a.C..) que continha os arquivos do estado.
23) Prisão Marmetina
é a prisão mais antiga de Roma, constituída de grutas que foram cavadas na própria rocha, as mais antigas entre os séculos VIII e VII a.C. Hoje vemos a Igreja de São José dos Marceneiros, do século XVI.
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